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domingo, 31 de janeiro de 2016

A verdade sobre o Uber | Cheap cab ride? You must have missed Uber’s true cost


O sistema Uber não é tão bom e barato quanto parece. Você discorda? Então, leia esse artigo publicado no excelente jornal britânico The Guardian.



http://www.theguardian.com/commentisfree/2016/jan/31/cheap-cab-ride-uber-true-cost-google-wealth-taxation#_=_

MWC 922: A Nebulosa do Quadrado Vermelho | MWC 922: The Red Square Nebula


O que poderia fazer com que um nebulosa parecesse ser quadrada? Ninguém sabe ao certo. O quente sistema estelar chamado MWC 922, no entanto, aparenta estar incrustado em uma nebulosa exatamente com tal formato. 

Esta imagem combina exposições em infravemelho obtidas com o Telescópio Hale em Monte Palomar, na Califórnia, e o Keck-2, em Mauna Kea, Havaí. Uma das principais hipóteses sobre a origem da  nebulosa quadrada é a de que a estrela ou as estrelas centrais, de alguma forma, expeliram cones de gás durante um recente estágio de desenvolvimento. 

Para MWC 922, esse cones vêm a incorporar âgulos aproximadamente retos, e a ser visíveis pelos lados. Dentre as provas que servem de base para a hipótese do cone incluem-se raios radiais na imagem que podem se estender ao longo das paredes do cone. 

Pesquisadores especulam que os cones, vistos de outro ângulo, pareceriam similares aos gigantescos aneis da supernova 1987A, possivelmente indicando que uma estrela em MWC 922 poderia, um dia, explodir com uma supernova similar.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

What could cause a nebula to appear square? No one is quite sure. The hot star system known as MWC 922, however, appears to be embedded in a nebula with just such a shape. The featured image combines infrared exposures from the Hale Telescope on Mt. Palomar in California, and the Keck-2 Telescope on Mauna Kea in Hawaii. A leading progenitor hypothesis for the square nebula is that the central star or stars somehow expelled cones of gas during a late developmental stage. 

For MWC 922, these cones happen to incorporate nearly right angles and be visible from the sides. Supporting evidence for the cone hypothesis includes radial spokes in the image that might run along the cone walls. 

Researchers speculate that the cones viewed from another angle would appear similar to the gigantic rings of supernova 1987A, possibly indicating that a star in MWC 922 might one day itself explode in a similar supernova.

sábado, 30 de janeiro de 2016

A Terra é formada por dois planetas


A Terra, na verdade, foi formada por dois planetas que se juntaram em uma colisão frontal tão violenta que levou à formação da Lua, concluíram cientistas.
Inicialmente, acreditava-se que a Lua fora criada quando um planeta menor, chamado Theia, esbarrou na terrra e se partiu, atirando ao espaço um pedaço menor, que foi atraído pela gravidade da Terra.
Mas, se isso tivesse mesmo acontecido, a Lua teria uma composição química diferente da que tem a Terra, pois seria predominantemente formada por  Theia.
Entretanto após estudarem tochas lunares trazidas por astronautas das missões Apollo, cientistas daUniversidade da Califórnia descobriram que seus isótopos de oxygênio  são os mesmos que os encontrados na Terra.
Isso significa que a colisão entre Theia e a Terra primordial foi tão violenta que os dois planetas efetivamente se amalgamaram para formar um novo planeta, um de cujos pedaços foi expelido, formando a Lua.
“Nós não vemos qualquer diferença entre os isótopos de oxigênio da Terra e os da Lua; eles são indistinguíveis,” disse Edward Young, principal autor de um novo estudo e professor de geoquímica e cosmoquímica da UCLA.

Uma colorida coroa solar sobre os Himalaias | A Colorful Solar Corona over the Himalayas


O que são aqueles aneis colorido em volta do Sol? Trata-se de uma coroa, visível somente por observadores situados na Terra, no local e hora certos. Aneis como esses aparecem, às vezes, quando o Sol ou a Lua são vistos através de nuvens finas. 

O efeito é criado pela difração mecânica quântica de luz ao redor de gotículas de água individuais de tamanhos semelhantes em nuvens intermediárias, transparentes em sua maioria. Assim como a luz de diferentes cores corresponde a diferentes comprimentos de onda, cada cor sofre também difrações diferentes. 

Coroas Solares são alguns dos poucos efeitos quânticos de cor que podem ser facilmente observados a olho nu. Este tipo de coroa solar é um efeito visual causado pela água presente na atmosfera da Terra, sendo totalmente diferente da coroa solar que existe continuamente ao redor do Sol — que sobressai durante eclipses solares totais. Em primeiro plano está o famoso pico da montanha Ama Dablam (Colar Materno), nos Himalaias.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

What are those colorful rings around the Sun? A corona visible only to Earth observers in the right place at the right time. Rings like this will sometimes appear when the Sun or Moon is seen through thin clouds. 

The effect is created by the quantum mechanical diffraction of light around individual, similarly-sized water droplets in an intervening but mostly-transparent cloud. Since light of different colors has different wavelengths, each color diffracts differently. 

Solar Coronae are one of the few quantum color effects that can be easily seen with the unaided eye. This type of solar corona is a visual effect due to water in Earth's atmosphere and is altogether different from the solar corona that exists continually around the Sun -- and stands out during a total solar eclipse. In the foreground is the famous Himalayan mountain peak Ama Dablam (Mother's Necklace.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O Monte Wright em cores | Wright Mons in Color


Informalmente denominada Monte Wright, uma ampla montanha com cerca de 150 quilômetros de largura e 4 quilômetros de altura com uma larga e profunda depressão em seu cume é mostrada nesta imagem do detalhe, registrada durante o sobrevoo de Plutão pela espaçonave New Horizons, em julho de 2015. 

Certamente, grandes montanhas com crateras em seus cumes são encontradas em outros lugares do Sistema Solar, como o grande vulcão escudo Mauna Loa no planeta Terra, ou o gigantesco Monte Olimpo, em Marte. 

Os cientistas da New Horizons notam que a impressionante semelhança do Monte Wright, em Plutão, e o próximo Monte Piccard, com grandes vulcões escudo sugerem que ambos poderiam ser gigantescos criovulcões que, um dia, apresentaram erupções de gelo derretido do interior daquele mundo frio e distante. 

Na verdade, descoberto em um gélido planeta anão, o Monte Wright  poderia ser o maior vulcão da extremidade do Sistema Solar. Uma vez que apenas uma cratera de impacto foi identificada em suas encostas, o Monte Wright pode muito bem ter estado ativo recentemente em Plutão. Esta imagem colorida em máxima resolução também  revela um material vermelho esparsamente espalhado ao redor da região.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

Informally named Wright Mons, a broad mountain about 150 kilometers across and 4 kilometers high with a wide, deep summit depression is featured in this inset image captured during the New Horizons flyby of Pluto in July 2015. 

Of course, broad mountains with summit craters are found elsewhere in the Solar System, like the large shield volcano Mauna Loa on planet Earth or giant Olympus Mons on Mars. 

New Horizons scientists note the striking similarity of Pluto's Wright Mons, and nearby Piccard Mons, to large shield volcanoes suggests the two could be giant cryovolcanoes that once erupted molten ice from the interior of the cold, distant world. 

In fact, found on a frozen dwarf planet Wright Mons could be the largest volcano in the outer Solar System. Since only one impact crater has been identified on its slopes, Wright Mons may well have been active late in Pluto's history. This highest resolution color image also reveals red material sparsely scattered around the region.

Estrelas e glóbulos na Nebulosa da Galinha Fugitiva | Stars and Globules in the Running Chicken Nebula


Os ovos desta gigantesca galinha podem se transformar em estrelas. Esta nebulosa de emissões, aqui mostrada em cores cientificamente atribuídas, está catalogada como IC 2944, mas é chamada Nebulosa da Galinha Fugitiva devido ao formato de sua aparência como um todo. 

Visíveis próximo à  esquerda da boda superior da imagem encontram-se pequenas nuvens moleculares escuras, ricas em poeira cósmica obscurecedora. Chamadas Glóbulos de Thackeray em homenagem ao seu descobridor, esses "ovos" são locais potenciais para a condensação gravitacional de novas estrelas, embora o destino deles seja incerto, já que estão sendo rapidamente erodidos pela intensa radiação vinda de jovens estrelas próximas. 

Juntamente com retalhos de gás incandescete e complexas regiões de poeira refletora, essas grandes e energéticas estrelas formam o aglomerado aberto Collinder 249. Esta deslumbrante paisagem celeste estende-se por cerca de 60 anos-luz à distância estimada da nebulosa, de 6.000 anos-luz.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

The eggs from this gigantic chicken may form into stars. The featured emission nebula, shown in scientifically assigned colors, is cataloged as IC 2944 but known as the Running Chicken Nebula for the shape of its greater appearance. 

Seen toward the top of the image are small, dark molecular clouds rich in obscuring cosmic dust. Called Thackeray's Globules for their discoverer, these "eggs" are potential sites for the gravitational condensation of new stars, although their fates are uncertain as they are also being rapidly eroded away by the intense radiation from nearby young stars. 

Together with patchy glowing gas and complex regions of reflecting dust, these massive and energetic stars form the open cluster Collinder 249. This gorgeous skyscape spans about 60 light-years at the nebula's estimated 6,000 light-year distance.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Quem nunca comeu melado quando come se lambuza!


Roberto DaMatta


Eis uma pérola da sabedoria tradicional, ressuscitada pelo inconsciente do ministro-chefe da Casa Civil, o lulopetista Jaques Wagner, numa entrevista concedida à Folha de S. Paulo, no dia 3 deste tenebroso janeiro de 2016. Ao lado da entrevista da presidente, no dia 7, ela dá uma medida clara da nossa lambuzagem.


A suprema mandatária da nação - num misto de meditação e descoberta psicológica - admite que "errar  é humano!". Diante do tamanho do axioma, toda incompetência e má-fé, além dos pixulecos cometidos nesses 14 anos de governo do PT, podem ser esquecidas. "Não há coelhos na cartola", reitera Dilma, repetindo Jaques Wagner, o hoje lambuzado compositor-chefe da Casa Civil.

Estamos vivendo um clima de magia. 0 Brasil deixa de ser o "jambon" de Lima Barreto, para virar o mel de engenho sorvido a indigestão, pelos gerentes gatunos do lulopetismo em todo lugar. Esses passes de mágica, contudo, nao aliviam. Pelo contrário, dão a toda pessoa responsável uma enorme e nada poética vontade de se matar. Coelhos e lambuzados são hoje, vejam o tamanho da desonra!, os emblemas de um Brasil que se suicida.

Como um estruturalista canhestro, embora pioneiro, não posso deixar de observar que o ditado invocado por Jaques Wagner desvenda os tabus de um governo manifestamente desenhado para o povo, mas que, em latência, se lambuzou, como jamais se viu na hist6ria do capitalismo, no melado do poder tal como o poder é vivido no Brasil.

Quando um escolado politico menciona numa entrevista que "Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza", usando o ditado como uma metáfora para ocultar o comportamento injurioso do governo, ele, sem querer, entrega o inconsciente do lulopetismo.

Cabe a indagação: como um comentário tão politicamente (in)correto, saiu de um petista tão
consciente da sua (in)correção? Eis uma entrevista digna de um Pedro Malasartes - esse padrinho de todos os macunaímas e malandros nacionais, hoje promovidos a canalhas.

Alem de ser uma verdade, a invocaçãoo do ministro revela - no momento em que escrevo, leio que J. Wagner está envolvido em mais uma familiar troca de pixulecos - um preconceito aristocrático. Ela diz que quem está fora de sincronia com sua posição social se lambuza. Acaba, como afirma o ministro, reproduzindo "metodologias" fora de lugar.

Comer melado, lambuzando-se, tem, no nosso vasto almanaque de preconceitos reveladores de um viés hierárquico, o claríssimo: "X ou Y
- Você leitor, define o sujeito - quando não faz na entrada, faz na saída!".

0s ditados bradam por um limite social para quem pode estar no poder. Com os que tudo sabem e tendo o direito de comer mais do que podem, dão um passo maior que as pernas e se lambuzam. Na sua folclórica defesa, o ministro admite que o PT assim procedeu e hoje paga o preçoo por esse descuido depois de 14 anos de poder!

Uma fome insaciável de mel confirma a falta de modos a mesa. Em política, essa fome insaciável denuncia os que têm "um olho maior do que a barriga" típico dos corrompidos. Num caso, querem todo o melado; no outro, quase (espero!) compraram a República.

Lambuzar-se no mel do poder (ou do poder comido como mel) e (e eu tenho afirmado isso faz tempo) uma manifestação do governar à brasileira. O besuntar-se mostra como o poder é usado, abusado e possuído por um grupo que - como "governo" - dele se utiliza como
bem entende, familisticamente. Raymundo Faoro acertou na mosca ao falar em "donos do poder". Entre nós, o poder, como o mel descrito e analisado por Levi-Strauss nas suas Mitológicas, é um poderoso adoçante associado ao mundo sobrenatural.

0s meis ricos em levulose de certas abelhas, "possuem" - observa Levi-Strauss no seu livro Do Mel as Cinzas - sabores tão marcantes que se tornam quase intoleráveis. Um gozo mais delicioso do que qualquer um daqueles proporcionados habitualmente pelo paladar e pelo odor perturba os liminares da sensibilidade e confunde seus registros. Ja não sabemos mais - como redescobre o nosso Wagner, o "compositor" - se degustamos ou se ardemos de amor. Mas, como contraponto, ha tambem méis alcalinos, que são laxantes e perigosos! 

Produzidos por abelhas "feiticeiras" ou "vamo-nos embora".
Eis uma minúscula amostra da sabedoria de um especialista em olhar distanciado a elucidar o olhar próximo, possessivo e ávido do ministro, que admite como o seu partido queria extrair toda a doçura do poder, mas, infelizmente, lambuzou-se.

A metáfora revela-se muito mais correta do que imagina a nossa vã ignorância. O mel de pau, a ser procurado na floresta, e o melado de cana, produzido por braço escravo nos engenhos baianos, são tão gostosos que sobrepujam o comedimento, o pudor e a honestidade. Doces e sedutores, eles, porém, melam e grudam, denunciando a sofreguidão dos seus comedores.

Nao é, pois, por acaso que o mel natural dos ameríndios tem laços com o jaguar e com o fogo
civilizatório da cozinha que lhe pertencia. Já em outros mitos, seu paladar extraordinário delata uma insaciedade a ser punida, porque ultrapassa os limites da decência.

0 mel, como o poder, pune o lambuzado, conforme confirma o ministro lulopetista, que hoje entra, como mais um papa-mel, na mira das procuradorias republicanas.
Quem nunca comeu melado q...                                                                     
        

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A vista em direção a M101 | The View Toward M101


Varrendo os céus do norte, o Cometa Catalina (C/2013 US10) atingiu seu  ponto máximo de aproximação em 17 de janeiro, passando a cerca de 6 minutos-luz de distância do nosso agradável planeta. 

Caudas de poeira e de íons, claramente separadas nesta imagem feita na Terra, o cometa também posava para um momento Messier, próximo à linha de visão para M101, uma grande galáxia espiral na Ursa Major. 

Um catavento cósmico no canto inferior esquerdo da foto, M101 tem, aproximadamente, duas vezes o tamanho da Via Láctea, mas está distante de nós cerca de 270 anos-luz. 

Tanto a galáxia quanto o cometa são relativamente brilhantes, facilmente identificáveis por observadores celestes munidos de binóculos. Mas o Cometa Catalina está agora indo em direção ao interior do Sistema Solar, esmaecendo lentamente nos próximos meses. Este mosaico telescópico composto por dois paineis espalha-se por cerca de 5  graus (o equivalente a 10 vezes o tamanho da Lua cheia) pelo céu.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

Sweeping through northern skies, Comet Catalina (C/2013 US10) made its closest approach on January 17, passing about 6 light-minutes from our fair planet. 

Dust and ion tails clearly separated in this Earth-based view, the comet is also posed for a Messier moment, near the line-of-sight to M101, grand spiral galaxy in Ursa Major. 

A cosmic pinwheel at the lower left, M101 is nearly twice the size of our own Milky Way galaxy, but some 270 thousand light-centuries away. 

Both galaxy and comet are relatively bright, easy targets for binocular-equipped skygazers. But Comet Catalina is now outbound from the inner Solar System and will slowly fade in coming months. This telescopic two panel mosaic spans about 5 degrees (10 Full Moons) on the sky.

O ardente aglomerado estelar R136 | Star Cluster R136 Bursts Out


No centro da região de formação estelar 30 Doradus  há um enorme aglomerado contendo algumas das maiores, mais quentes, e mais massivas estrelas de que se tem notícia. Essas estrelas, chamadas conjuntamente aglomerado estelar R136, foram captadas nesta imagem em frequência de luz visível pela Câmera de Campo Amplo 3, em 2009,  olhando através do Telescópio Espacial Hubble. 

Nuvens de gás e poeira em 30 Doradus, também chamada Nebulosa da Tarântula, foram esculpidas em formas alongadas por fortes ventos e radiação ultravioleta vindos das quentes estrelas desse aglomerado. A nebulosa de 30 Doradus situa-se em uma galáxia vizinha chamada Grande Nuvem de Magalhães, e está localizada a apenas 170.000 anos-luz de distância.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

In the center of star-forming region 30 Doradus lies a huge cluster containing some of the largest, hottest, and most massive stars known. These stars, known collectively as star cluster R136, were captured in the featured image in visible light by the Wide Field Camera 3 in 2009 peering through the Hubble Space Telescope. 

Gas and dust clouds in 30 Doradus, also known as the Tarantula Nebula, have been sculpted into elongated shapes by powerful winds and ultraviolet radiation from these hot cluster stars. The 30 Doradus Nebula lies within a neighboring galaxy known as the Large Magellanic Cloud and is located a mere 170,000 light-years away.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O cérebro humano pode armazenar o equivalente a 4,7 milhões de livros


Cientistas  descobriram que o cérebro humano tem uma capacidade dez vezes maior do que antes se imaginava, podendo armazenar a informação contida em 4,7 bilhões de livros.
Isso, segundo cientistas americanos que mediram a capacidade de armazenamento das sinapses - as conexões do cérebro responsáveis por armazenar memórias.
Eles descobriram que, em média, uma sinapse pode conter cerca de 4,7 bits de informação. Isso significa que o cérebro humano tem uma capacidade de um petabyte, ou 1.000.000.000.000.000 bytes.
Um  petabyte equivale a 20 milhões de arquivos de quatro gavetas contendo textos; 13,3  anos de gravações de TV em HD; 4,7 bilhões de livros; ou 670 milhões de páginas da web.

Incrível, não?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A origem dos nossos elementos químicos | Where Your Elements Came From


O hidrogênio presente em seu corpo, e em toda molécula de água, veio do Big Bang. Não há outras fontes consideráveis de hidrogênio no universo. O carbono presente em nosso organismo foi formado pela fusão nuclear que ocorreu no interior das estrelas, assim como o oxigênio. 

Boa parte do ferro que há em nosso corpo (e forma as hemácias, que transportam oxigênio no sangue), foi formado durante as explosões de estrelas chamadas supernovas, ocorridas há muito tempo, e muito longe da Terra. O ouro das jóias foi, muito provavelmente, formado a partir de estrelas de nêutrons  durante colisões que podem ter sido visíveis como explosões de raios gama de curta duração. 

Elementos como o fósforo e o cobre estão presentes em nosso organismo apenas em pequenas quantidades, mas são essenciais para o funcionamento de todas as formas de vida conhecidas. 

A tabela periódica aqui mostrada está codificada por cores para indicar  a provável origem nuclear de todos os elementos conhecidos, até onde foi possível à humanidade verificar. Os locais de formação nuclear de alguns elementos, como o cobre, não são de fato bem conhecidos, e permanecem sendo investigados através de pesquisas observacionais e computacionalis.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

The hydrogen in your body, present in every molecule of water, came from the Big Bang. There are no other appreciable sources of hydrogen in the universe. The carbon in your body was made by nuclear fusion in the interior of stars, as was the oxygen. 

Much of the iron in your body was made during supernovas of stars that occurred long ago and far away. The gold in your jewelry was likely made from neutron stars during collisions that may have been visible as short-duration gamma-ray bursts. 

Elements like phosphorus and copper are present in our bodies in only small amounts but are essential to the functioning of all known life. 

The featured periodic table is color coded to indicate humanity's best guess as to the nuclear origin of all known elements. The sites of nuclear creation of some elements, such as copper, are not really well known and are continuing topics of observational and computational research.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Cometas e uma estrela brilhante | Comets and Bright Star


Este oportuno mosaico telescópico de dois paineis espalha-se por uma área equivalente a dez vezes o diâmetro da Lua cheia no céu do pré-alvorecer no planeta Terra. 

Registradas no começo do ano em Tenerife, nas Ilhas Canárias, Espanha, próximas à parte superior da imagem, aparecem a tênue cabeleira e a cauda do Cometa Borrelly (P/19). O núcleo do Borrelly, um cometa com período orbital de sete anos, foi visitado pela espaçonave Deep Space 1, movida a íons, aproximadamente no começo do século 21. 

Ancorando a cena, ao fundo, está a brilhante estrela Arcturus (Alpha Bootes) e o Cometa Catalina (C/2013 US10), visitante de primeira viagem vindo da Nuvem de Oort. 

A cauda amarelada de poeira do Catalina estende-se abaixo e à direita. Açoitada por ventos e tempestades solares, a complexa cauda de íons do cometa espalha-se para cima, em direção à direita, através do campo de visão. 

Notavelmente, um dos subquadros da exposição de 30 segundos da imagem composta também captou a trilha de um brilhante meteoro cortando o espaço em direção à esquerda, por entre cometas e uma brilhante estrela.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

This timely, telescopic, two panel mosaic spans about 10 full moons across planet Earth's predawn skies. 

Recorded as the year began from Tenerife, Canary Islands, near the top of the frame are the faint coma and tail of Comet Borrelly (P/19). A comet with a seven year orbital period, Borrelly's nucleus was visited by the ion propelled spacecraft Deep Space 1 near the beginning of the 21st century. 

Anchoring the scene at the bottom is brilliant star Arcturus (Alpha Bootes) and Comet Catalina (C/2013 US10) a first time visitor from the Oort Cloud. Catalina's yellowish dust tail extends below and right. Buffeted by winds and storms from the Sun, the comet's complex ion tail sweeps up and toward the right, across most of the field of view. 

Remarkably, one of the composition's 30 second exposure subframes also caught the trail of a bright meteor, slashing toward the left between comets and bright star.

Deixa comigo...


“Que eu faço”, “Resolvo”, “Não vou contar”, “Falo com ele”, “Pago”. Complementado, o “deixa comigo” reafirma confiança. É uma expressão reveladora de como as palavras – além de criarem e balizarem o mundo, garantem compromissos – “fazem coisas”, como aprendi com o filósofo John Langshaw Austin. Há uma obrigação na promessa. O mesmo ocorre quando digo “deixa comigo!”.

“Que eu faço”, “Resolvo”, “Não vou contar”, “Falo com ele”, “Pago”. Complementado, o “deixa comigo” reafirma confiança. É uma expressão reveladora de como as palavras – além de criarem e balizarem o mundo, garantem compromissos – “fazem coisas”, como aprendi com o filósofo John Langshaw Austin. Há uma obrigação na promessa. O mesmo ocorre quando digo “deixa comigo!”.

Mas tudo depende do contexto, senão casar num palco seria um casamento “de verdade”. Mas, em certos momentos, o elo entre o falar e o fazer nivela as distâncias. Falar de sexo é, em certas situações, fazer sexo. Do mesmo modo, os sacrilégios assustam.</p>

Romualdo Flores, católico fervoroso e amigo do coração, ficava chocado ao ouvir as blasfêmias espanholas de Manolo Rivera, um pensador com quem debatemos conflitos intestinos, que iam das guerras civis ao soturno incesto da corrupção federalizada, num seminário internacional sobre a calúnia realizado em Santander, Espanha.

A calúnia faz com que o absurdo abafe a verdade. Ela promove a dúvida. “Eu sabia...”, diz o lado maldoso do seu coração, ao ouvir a aleivosia. Anunciada com veemência, ela intriga porque, como a propaganda, muitos precisam da mentira e do absurdo. Ademais, tudo o que é impresso ou pronunciado em voz empolada, ganha um viés de veracidade. Recentemente, um conhecido foi caluniado e logo descobri que a aleivosia tinha a capacidade de parir um monte de dúvidas. Como o caluniado era velho e honesto, não era sicofanta e dizia o que pensava, não teria ele realmente cometido o crime denunciado pelo caluniador? Quem, afinal seria o f.d.p. – o caluniador ou a vítima? Eis o absurdo que faz com que a calúnia “pegue”. Dizer num solene manifesto que é uma injustiça prender os ladrões do petrolão promove a dúvida que, até hoje, fratura o território que divide bandidos bilionários enriquecidos pelo assalto às instituições públicas, cujas penas deveriam ser dobradas de desdentados ladrões de galinha.

Jogar com o oposto de um caráter ou reputação é um elemento perturbador, pois equivale a arrancar uma máscara. O puritano santimonioso é revelado como um pedófilo; um professor de antropologia é denunciado como preconceituoso. Nada foi mais chocante para alguns meninos da minha geração do que descobrir a sexualidade dos pais, sobretudo da mãe, cujo nome era sagrado.

Pelo mesma lógica, nada pode ser mais decepcionante do que descobrir que o partido nascido dos trabalhadores e liderado por um operário se apaixonou perdidamente pelos muito ricos e a eles entregou as riquezas do País. Parece uma caluniosa ficção, mas, infelizmente, é verdade.

Daí o mal-estar das reversões morais, quando projetos de melhorar o mundo são profanados. A verdade nua e crua – que obriga o mais covarde a tomar uma atitude – produz um efeito semelhante ao da calúnia: essa hipermentira. Prender ladrões do bem comum é como condenar um pai comprovadamente incestuoso. O autorroubo ou a autossabotagem é a negação que tipifica o bandido político e o neurótico clássico estudado e desvendado por Freud. Qual é a lógica por trás de governantes que batem a carteira do povo que governam?

Se os papéis públicos exigem coerência, como resolver essa multidão de atos desonestos que assolam o País? Um pensador com mais inteligência do que o malogrado cronista diria que essa desonestidade tem, de um lado, um laço profundo com o gigantismo centralizador das esferas de poder; e, do outro, a fé ou a crença em fórmulas que resolveriam o Brasil. A crença não depende de experiência. Muito pelo contrário, quanto mais ela é rechaçada pelos fatos e pela vida, mais nela se deve acreditar. O crítico absoluto dos outros é um sujeito perdido no labirinto da sua arrogância. Como o soldado que marcha em passo errado.

“Deixa comigo” dizem as crenças e os amigos de fé dos logros que promovem uma potente solidariedade. Num plano menos visível, porém, o “deixa comigo” é a devolução de um favor. Trata-se do fechamento de um ciclo de reciprocidades, que filtram permanentemente valores e ideais. Se os ideais exigem uma sincera e difícil impessoalidade, o favor dos “deixa comigo” tudo perdoa em nome dos companheiros a quem se deve a devolução de um gesto de simpatia na forma de alguns milhões de dólares.

Volto ao começo.

O “deixa comigo” é primo da impunidade. Afinal, tudo passa e o povo, também sem memória, esquece.

– Acertamos na mosca comprando uma refinaria superfaturada.

– Mas e se descobrirem?

– Não vão descobrir.

– Mas... e se descobrirem?

– Estamos juntos e cobertos pelo gabinete. Ademais, temos os ritos do processo.

PS: O que diz “deixa comigo” está livre, leve e solto. Acaba de chegar de Miami cheio de lembrancinhas para a família. Já o preocupado, passa uma temporada na Papuda, lendo a Bíblia.

sábado, 23 de janeiro de 2016

O trânsito da Estação Espacial Internacional por Saturno | International Space Station Transits Saturn


Da baixa órbita da Terra até os extremos do Sistema Solar, esta notável foto composta de quadros de video  acompanha o trânsito de Saturno pela Estação Espacial Internacional. 

Em 15 de janeiro uma bem cronometrada foto feita próximo a Dulmen, Alemanha, exigiu o posicionamento de telescópio e câmera junto à linha de centro do trânsito previsto, uma trajetória de apenas 40 metros de diâmetro. 

Isso colocou a câmera a cerca de 1.140 quilômetros de distância da estação espacial durante o trânsito, e  1.600.000.000 quilômetros distante de Saturno. Uma taxa de  vídeo de 42 quadros por segundo acompanha  a estação orbital movendo-se rapidamente do canto inferior direito para o superior esquerdo. O trânsito em si durou cerca de 0,02 segundo, com um quadro mostrando a estação diretamente em frente do gigante gasoso anelado. 

Certamente, você poderá tentar capturar a imagem da Estação Espacial Internacional quando ela transitar por Júpiter.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

From low Earth orbit to the outer Solar System, this remarkable video frame composite follows the International Space Station's transit of Saturn. 

On January 15, the well-timed capture from a site near Dulmen, Germany required telescope and camera to be positioned along the predicted transit centerline, a path only 40 meters wide. 

That put the camera about 1,140 kilometers away from the space station during the transit and 1,600,000,000 kilometers away from Saturn. A video rate of 42 frames per second follows the orbital outpost moving quickly from lower right to upper left. The transit itself lasted about 0.02 seconds, with one frame showing the station directly in front of the ringed gas giant. 

Of course, you could also try to capture the International Space Station as it transits Jupiter.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O Planeta Nove do Sistema Solar


Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Caltech, encontraram provas da existência de um gigantesco planeta percorrendo uma estranha órbita, bastante alongada, na extremidade do Sistema Solar. O nono planeta do sistema solar.
O objeto, que os pesquisadores apelidaram de Planeta Nove, tem uma massa cerca de 10 vezes maior que a da Terra, e orbita o Sol a uma distância 20 vezes maior que a de Netuno (que orbita o Sol a uma distância média de 2,8 bilhões de milhas). 
Na verdade, este novo planeta levaria algo entre 10.000 e 20.000 anos para completar uma só órbita ao redor do Sol.
Os pesquisadores, Konstantin Batygin e Mike Brown, descobriram a existência do planeta através de modelos matemáticos e simulações em computadores, mas ainda não o observaram diretamente.

Uma duna de areia escura em Marte | A Dark Sand Dune on Mars


O que esta duna de areia escura está fazendo em Marte? A sonda robótica Curiosity, da NASA, vem estudando-a para descobrir isso, fazendo desta a primeira investigação detalhada de uma duna de areia ativa em outro planeta. 

Denominada Duna Namib, o monte de areia escura projeta-se por cerca de 4 metros de altura e, juntamente com as outras Dunas Bagnold, está localizada no flanco noroeste do Monte Sharp. Esta foto foi tirada no mês passado, e aqui comprimida horizontalmente para poder ser compreendida. 

O vento está fazendo com que a duna avance cerca de um metro por ano através de um claro leito rochoso sob ela,  e a areia soprada pelo vento é visível à esquerda. Parte da sonda Curiosity é visível embaixo, à direita. Há bem poucos dias, a Curiosity coletou um pouco da areia escura para uma análise detalhada. 

Após melhor explorar as Dunas Bagnold, a Curiosity está programada para continuar sua jornada de subida do Monte Sharp de cinco metros de altura, o pico central da grande cratera onde a sonda do tamanho de um carro pousou.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

What is that dark sand dune doing on Mars? NASA's robotic rover Curiosity has been studying it to find out, making this the first-ever up-close investigation of an active sand dune on another world. 

Named Namib Dune, the dark sand mound stands about 4 meters tall and, along with the other Bagnold Dunes, is located on the northwestern flank of Mount Sharp. The featured image was taken last month and horizontally compressed here for comprehensibility. 

Wind is causing the dune to advance about one meter a year across the light bedrock underneath, and wind-blown sand is visible on the left. Part of the Curiosity rover itself is visible on the lower right. Just in the past few days, Curiosity scooped up some of the dark sand for a detailed analysis. 

After further exploration of the Bagnold Dunes, Curiosity is scheduled to continue its trek up the 5-kilometer tall Mount Sharp, the central peak in the large crater where the car-sized rover landed.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Paradoxos inflacionários


Manchete do dia:

Inflação muito baixa (1,9% ao ano) traz preocupação para os americanos.

Subtítulo:

Inflação de dois dígitos (10,67% ao ano) mata os brasileiros.

Stephen Hawking: um desastre no planeta Terra é praticamente uma certeza

O professor Stephen Hawking  disse que as maiores ameaças ao planeta Terra são feitas por nós mesmo, inclusive as guerras nucleares, o aquecimento global, e os vírus geneticamente modificados

O professor Stephen Hawking lançou o alerta de que a ocorrência de um desastre na Terra dentro dos próximos mil ou dezenas de milhares de anos é  algo ‘praticamente certo'.
O cosmólogo disse que vírus geneticamente modificados, guerras nucleares e o aquecimento global ameaçam varrer a humanidade da face da Terra dentro de um futuro previsível.
Ele argumentou que conquistas científicas e tecnológicas sem fim iriam, provavelmente, se revelar o maior perigo, acrescentando que a raça humana talvez só consiga sobreviver em colônias  em outros planetas do sistema solar.
“Nós enfrentamos algumas ameaças: guerras nucleares, aquecimento global, e vírus produzidos geneticamente," disse o prof. Hawking.
“Embora seja baixa a probabilidade de um desastre abater-se sobre o planeta Terra em determinado ano seja muito baixa, ela aumenta com o tempo, tornando-se quase uma certeza nos próximos mil ou dez mil anos.
“Até então, nós já nos teríamos espalhado pelo espaço, e por outras estrelas; portanto, isso não significaria o fim da raça humana.
“Entretanto nós não conseguiremos estabelecer colônias autossustentáveis no espaço dentro de, no mínimo, os próximos cem anos; portanto, temos de ser muito cuidadosos durante este período."
Anteriormente, o professor Hawking falou sobre o perigo do surgimento da inteligência artificial, e clamou por entendimentos em âmbito global para impedir que robôs venham a se tornar incontroláveis.
Ele acrescentou: “a maior parte das ameças que sofremos vem dos nos nosso progressos científicos e tecnológicos. Nós não vamos parar de faze progressos, nem iremos revertê-los; então, temos de reconhecer os perigos e controlá-los. Sou um otimista, e acredito que possamos consegui-lo.”
O professor Hawking respondia a pergunta feita por jovem estudante, que lhe perguntara se o mundo acabaria por obra da humanidade ou por conta de um desastre natural.
“A ciência e a tecnologia estão mudando radicalmente nosso mundo, então, é importante assegurar que essas mudanças ocorram nas direções certas," acrescentou o professor Hawking.
"Numa sociedade democrática, isso significa que todos precisam ter uma compreensão básica da ciência para tomar decisões conscientes sobre o futuro.”
Quando lhe perguntaram o que o inspira a seguir em frente, ele disse que um agudo senso de humor havia sido crucial para impedi-lo de se tornar-se descrente após ter sido diagnosticado com a doença degenerativa neuronal.
“Quando fiz 21 anos, minhas expectativas haviam sido reduzidas a zero,” disse. “Foi importante eu ter passado a valorizar o que eu tinha. Embora tivesse tido a infelicidade de sofrer de uma doença neuromotora, tive muita sorte em quase tudo o mais.
“Tive a sorte de trabalhar com a física teórica em uma época fascinante, e essa é uma das poucas áreas na quais minha deficiência não constitui um grande obstáculo. É também importante não ter raiva, não importa quão difícil seja a vida, porque você poderá perder toda a esperança se não puder rir de si mesmo e da vida em geral.”
Ele também disse "ainda ter dificuldades" em festas, e que não se considerava introvertido.
“Eu não acho que algum dia tenha sido chamado de introvertido. O simples fato de eu pensar muito não significa  que eu não goste de festas, e que tenha dificuldades,” disse.
“Gosto de me comunicar e de dar palestras populares sobre ciência. Meu sintetizador de voz é muito importante para isso, em que pese o fato de eu ter adquirido sotaque americano.
“Antes de eu perder a voz, minha fala era arrastada, de forma que somente as pessoas mais próximas podiam entender o que eu dizia, mas, com o computador de voz, eu descobri que podia falar com qualquer um, sem necessidade de sem ajuda.
“Portanto, ele me pemitiu expressar (e não mudar) minha personalitdade.Sou muito grato aos que desenvolveram meu computador de voz, e à Intel, que  continua trabalhando no seu aprimoramento.”

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O centro galáctico em infravermelho | The Galactic Center in Infrared


O centro de nossa galáxia é um lugar movimentado. Em frequência de ondas de luz visíveis, boa parte do centro galáctico é obscurecida por poeira opaca. Em luz infravermelha, no entanto, a poeira brilha mais e obscurece menos, permitindo que cerca de  um milhão de estrelas sejam registradas nesta fotografia. 

O centro galáctico em si aparece à esquerda, localizado à distância de uns 30.000 anos-luz, na direção da constelação do Arqueiro (Sagitário). O plano galáctico da Via Láctea, no qual o Sol orbita, é identificável pela trilha de poeira diagonal. 

Os grãos de poeira absorventes são criados nas atmosferas de frias estrelas giganres vermelhas, e crescem em nuvens moleculares. A região diretamente ao redor do centro galáctico brilha em radiação de rádio e de alta energia, e acredita-se que abrigue um grande buraco negro.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

The center of our Galaxy is a busy place. In visible light, much of the Galactic Center is obscured by opaque dust. In infrared light, however, dust glows more and obscures less, allowing nearly one million stars to be recorded in the featured photograph. 

The Galactic Center itself appears on the left and is located about 30,000 light years away towards the constellation of the Archer (Sagittarius). The Galactic Plane of our Milky Way Galaxy, the plane in which the Sun orbits, is identifiable by the dark diagonal dust lane. 

The absorbing dust grains are created in the atmospheres of cool red-giant stars and grow in molecular clouds. The region directly surrounding the Galactic Center glows brightly in radio and high-energy radiation, and is thought to house a large black hole.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Andrômeda em alta energia | High Energy Andromeda


Distante meros 2,5 milhões de anos-luz, a galáxia de Andrômeda, também chamada M31, é de fato vizinha, quando as grandes galáxias passam. Nesta imagem de varredura (inserto), dados de imagens do Conjunto Telescópio Espectroscópio Nuclear da NASA (NuSTAR) fornecem  a melhor imagem em raios X de alta energia até hoje obtida de nossa grande vizinha espiral, revelando cerca de 40 intensas fontes de raios  X, sistemas estelares binários de raios X que contêm um buraco negro ou estrela de nêutros em órbita de uma estrela companheira mais  normal. 

Na verdade, Andrômeda, maior, e a Via Láctea, são os maiores integrantes do grupo local de galáxias. Andrômeda está suficientemente próxima para que o NuSTAR possa examinar em detalhes sua população de estrelas binárias de raios X, comparando-as à nossa estrela. A imagem de Andrômeda no plano de fundo foi obtida pelo Galaxy Evolution Explorer, da NASA, em luz energética ultravioleta.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

A mere 2.5 million light-years away, the Andromeda Galaxy, also known as M31, really is just next door as large galaxies go. In this (inset) scan, image data from NASA's Nuclear Spectroscopic Telescope Array has yielded the best high-energy X-ray view yet of our large neighboring spiral, revealing some 40 extreme sources of X-rays, X-ray binary star systems that contain a black hole or neutron star orbiting a more normal stellar companion. 

In fact, larger Andromeda and our own Milky Way are the most massive members of the local galaxy group. Andromeda is close enough that NuSTAR can examine its population of X-ray binaries in detail, comparing them to our own. The background image of Andromeda was taken by NASA's Galaxy Evolution Explorer in energetic ultraviolet light.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Noite estrelada na Islândia | A Starry Night of Iceland


Em algumas noites, o céu é o melhor espetáculo da cidade. Nesta noite, o céu não só foi o melhor espetáculo da cidade, como também uma  imagem sua composta foi vencedora em uma competição internacional de astrofotografia de paisagem. 

Esta imagem ganhadora foi obtida em 2011 sobre Jökulsárlón, o maior lago glacial da Islândia. O fotógrafo combinou seis exposições para captar não apenas dois aneis de aurora verdes,  mas também seus reflexos no sereno lago. 

Visíveis no céu de plano de fundo distante, a faixa central da Via Láctea e a galáxia de Andrômeda. Uma poderosa ejeção de massa coronal vinda do Sol fez com que auroras fossem vistas em latitudes tão ao sul quanto o estado americano de Wisconsin. A atividade solar durante a semana passada produziu auroras durante os últimos dias.

Tradução de Luiz Leitão da Cunha

On some nights, the sky is the best show in town. On this night, the sky was not only the best show in town, but a composite image of the sky won an international competition for landscape astrophotography. 

The featured winning image was taken in 2011 over Jökulsárlón, the largest glacial lake in Iceland. The photographer combined six exposures to capture not only two green auroral rings, but their reflections off the serene lake. 

Visible in the distant background sky is the band of our Milky Way Galaxy and the Andromeda galaxy. A powerful coronal mass ejection from the Sun caused auroras to be seen as far south as Wisconsin, USA. Solar activity over the past week has resulted in auroras just over the past few days.

O fato e o processo

Roberto DaMatta

Na intimidade, traía-se o reino, e barões e duques eram vistos recebendo e dando o que Jurubeba chamava de pixuleco. Apurou-se que era tudo verdade!

Os especialistas em sexualidade dizem que quanto mais preocupação com a técnica, menos prazer.
Dito isto, vou à minha história.
O reino de Jurubeba era enorme e, talvez por isso, tivesse o gosto de acasalar opostos. Daí a adoção de um regime republicano em meio a uma semimonarquia. Para muitos foi um avanço, para outros, um passo em falso. Como conciliar ideais monárquicos com valores republicanos? Estes queriam distribuir renda pela necessidade e pelo mérito, aqueles pelo mérito e pela necessidade. O novo regime tinha afeição pela ambiguidade, sempre resolvida com muito formalismo jurídico e bate-boca.
Um dia ficaram sabendo que a mais fina realeza jurubebiana era traidora. Em público a nobreza dominante dizia ser contra Corrução, um reino inimigo, pequeno, mas forte, que fazia a fronteira esquerda com Jurubeba. Mas na intimidade, traía-se o reino, e barões e duques eram vistos recebendo e dando o que Jurubeba chamava de pixuleco.
Apurou-se que era tudo verdade!
Agentes secretos de Corrução infiltraram-se em Jurubeba, disseminando o roubo e a traição. Desonravam-se títulos imortais de nobreza pelas propinas que compravam um “green-card”, ao passo que bilhões de pixulecos davam plena cidadania em Corrução.
Muitos nobres de Jurubeba eram canalhas, mas protegidos por velhos privilégios de casta. E como os privilégios impediam condenações drásticas, o Direito era uma matéria básica em Jurubeba. De fato, num reino onde tudo, até o real, era regulado e poderia ser criado e corrigido por lei, todos — de sapateiros aos sacros magistrados do Tribunal de Suplicação — entendiam de regimentos, constituições, códigos e regras. Mas, mesmo assim e talvez por isso mesmo, todo dia alguém era acusado de grave delito. Passado, entretanto, o susto da denúncia, as coisas voltavam ao normal e a casta dos acusados e delinquentes tornava-se a maior, a mais poderosa e a mais escandalosa do reino.
Alguns diziam que, para ser uma democracia, o reino de Jurubeba tinha que mudar suas atitudes aristocráticas, mas os ladrões e traidores achavam que ser uma república com procedimentos e hábitos monarquistas era normal e até mesmo ideal. Enquanto isso, Corrução criava seus adeptos e ampliava sua lista de quinta-colunas.
Traição e ladroagem em alta escala, ao lado de um rei grosseiro e incompetente, incapaz de falar porque era mais gago do que o George da Inglaterra, culminaram com os escândalos das minas.
A vida estava dura. A cada manhã anunciava-se um novo crime; mas cada delito tinha o seu processo legal, de modo que tudo continuava na mesma. O ritual sagrado e longo neutralizava o crime e este procedimento engendrava novas acrobacias legais. Um dado juiz que se meteu a romper com essa lógica foi tido como traidor pela nobreza republicana da terra. As batalhas jurídicas imobilizaram o reino, preso por suas próprias leis e valores — todos legais e ilegais ao mesmo tempo.
Foi nesse contexto que, depois de instigar traições, Corrução declarou guerra e, ato contínuo, invadiu Jurubeba.
Diante da violência, o governo reagiu. Uma declaração de guerra era urgente. Mas entre a guerra (o fato) e a ação, havia o danado do processo legal que havia de ser impecável. Instalou-se um sério e denso debate sobre como seria a declaração. Depois de muito deliberar, a Suprema Corte anunciou as condições para tal rito. Ei-las:
Determinava-se a formação de uma Comissão de Guerra de mil membros para investigar se havia mesmo uma guerra. Dava-se um prazo de 30 dias para uma pré-declaração a ser avaliada pelo Real Conselho de Guerra, o qual, em terceiro lugar, teria o poder de rejeitá-la — o que, aliás ocorreu, com base num antigo decreto inspirado nas guerras Púnicas e bem lembrado pelo mais culto membro do Sacro Conselho Supremo, o qual só se comunicava em Latim. E, finalmente, seria preciso uma consulta popular para que todo reino manifestasse sua vontade soberana!
O procedimento estava em debate quando Jurubeba rendeu-se ao solerte inimigo. Muitos nobres, acusados de ser “reais-realistas”, disseram que foi bom porque afinal Corrupção já era mesmo a potência dominante. Outros choraram de indignação. Mas poucos, muito poucos, atinaram que a pátria fora morta pelo processo.
Isso ocorreu num Natal.
PS: Qualquer semelhança desta fábula com algum grupo ou pessoas, vivas, semivivas, sonâmbulas ou mortas é mera coincidência. Feliz Natal, amados leitores que fazem o cronista.