Cientistas utilizaram campos eletromagneticos de baixa intensidade para tratar pacientes com câncer em testes que, segundo eles, poderão levar ao
desenvolvimento de um novo tipo de terapia antitumoral.
Os pacientes seguram na boca uma antena em formato de colher que permite a condução de campos eletromagnéticos por seus corpos. Nos testes de pacientes com câncer de fígado em estado avançado, a terapia – administrada três vezes ao dia – houve uma sobrevivência de longo prazo em alguns dos que foram monitorados. Os tumores se encolheram, e as células saudáveis ao redor não foram prejudicadas.
No entanto, os cientistas – dos Estados Unidos, Brasil, França e Suíça – também destacaram que a técnica está ainda no início de seu desenvolvimento, e a realização de mais testes levará ainda vários anos. "Esta é uma técnica realmente nova," disse o chefe da equipe, professor Boris Pasche, da Universidade do Alabama, Birmingham. "Ela é inofensiva, tolerável por longos períodos, e pode ser usada combinada a outras terapias."
Pasche acrescentou que obeteve permissão da US Food and Drug Administration (FDA) para realizar outros testes com grandes grupos de pacientes e estava em entendimento com empresas dos Estados Unidos, Ásia, América do Sul, Rússia e Europa a fim de obter financiamento para pesquisas futuras.
Em 2009, Pasche e colegas publicaram resultados no Journal of Experimental and Clinical Cancer Research demonstrando que campos eletromagnéticos de baixa intensidade em frequências precisas – entre 0.1Hz e 114kHz – interromperam o crescimento de células cancerosas em pequenas quantidades de pacientes. Tipos diferentes de câncer apresentavam resposta à exposição a campos eletromagnéticos de frequências distintas. As células sadias ao redor não foram afetadas.
O mecanismo exato deste processo não foi explicado no artigo. No entanto, resultados de experimentos recentes da equipe – com culturas de células cancerosas em laboratório, publicados no British Journal of Cancer – indicam que campos eletromagnéticos de baixa intensidade interferem na atividade dos genes nas células cencerosas. IEm casos específicos, isso afetou a habilidade de células cancerosas de crescer e se dividir. A disseminação de tumores foi interrompida, e em alguns casos eles começaram a diminuir de tamanho.
"Isso é extremamente interessante," disse Pasche. "Nós acreditamos que a técnica possa ser também usada no tratamento de tumores de mama, e possivelmente, em outros tipos de câncer."
O uso de campos eletromagnéticos foi também recomendado, com cautela, por Eleanor Barrie da Cancer Research do Reino Unido: "Essa pesquisa mostra como frequências de radiação eletromagnética baixas específicas podem desacelerar o crescimento de células cancerosas em laboratório. Ainda não está claro por que as células cancerosas respondem dessa forma, nem como essa abordagem poderá ajudar os pacientes, mas é um exemplo interessante de como pesquisadores estão trabalhando para encontrar novas maneiras de atingir células cancerosas, sem danificar as saudáveis."
O emprego de campos eletromegnéticos para tratar tumores pode parecer surpreendente, por causa da recente controvérsia a respeito de possíveis danos causados por telefones móveis, cujos campos eletromagnéticos por eles gerados poderiam causar cânceres, inclusive leucemia.No entanto, Pasche enfatizou que a intensidade dos campos nesses experimentos era entre 100 e 1.000 vezes mais fraca do que a dos telefones. "Seja como for, as evidências produzidas em grandes estudos com usuários desses aparelhos não indicam haver um perigo claramente identificável que possa ser atribuído a esses campos eletromagnéticos," ele disse.
Scientists have used low-intensity electromagnetic fields to
treat cancer patients in trials which they say could lead to the
development of a new type of anti-tumour therapy.
Patients
hold a spoon-shaped antenna in their mouths to deliver a very
low-intensity electromagnetic field in their bodies. In trials of
patients with advanced liver cancer, the therapy – given three times a
day – resulted in long-term survival for a small number of those
monitored, the team has reported in the British Journal of Cancer. Their tumours shrank, while healthy cells in surrounding tissue were unaffected.
However,
the scientists – from the US, Brazil, France and Switzerland – also
stressed that the technique was still in its infancy and would require
several years for further trials to take place. "This is a truly novel
technique," said the team's leader, Professor Boris Pasche of the
University of Alabama, Birmingham. "It is innocuous, can be tolerated
for long periods of time, and could be used in combination with other
therapies."
Pasche added that he had obtained permission from the
US Food and Drug Administration to carry out trials on large groups of
patients and was talking to companies in the US, Asia, South America,
Russia and Europe about raising funds for future research.
In 2009, Pasche and his colleagues published results in the Journal of Experimental and Clinical Cancer Research
which showed that low-level electromagnetic fields at precise
frequencies – ranging from 0.1Hz to 114kHz – halted cancer cell growth
in small numbers of patients. Different cancers responded to
electromagnetic fields of different frequencies. Cells in surrounding,
healthy tissue were unaffected.
The exact mechanism for this
process was not explained in the paper. However, results of recent
experiments by the team – using cancer cell cultures in the laboratory
and published in the British Journal of Cancer – suggest that
low-level electromagnetic fields interfere with the activity of genes in
cancer cells. In specific cases, this affected the ability of cancer
cells to grow and divide. The spread of tumours halted and in some cases
they began to shrink.
"This is extremely exciting," said Pasche.
"We think the technique could also be used to treat breast tumours and
possibly other forms of cancer."
The use of electromagnetic fields
was also welcomed, cautiously, by Eleanor Barrie of Cancer Research UK:
"This research shows how specific low frequencies of electromagnetic
radiation can slow the growth of cancer cells in the lab. It's still
unclear why the cancer cells respond in this way, and it's not yet clear
if this approach could help patients, but it's an interesting example
of how researchers are working to find new ways to home in on cancer
cells while leaving healthy cells unharmed."
The use of
electromagnetic fields to treat tumours may seem surprising given recent
controversy over claims that fields generated by mobile phones and
electricity pylons can trigger cancers and leukaemia. However, Pasche
stressed that the intensity of the fields used in his team's experiments
were between 100 and 1,000 times lower than those from a mobile phone.
"In any case, the evidence produced from major studies of users of these
phones does not suggest there is a clearly identifiable risk posed by
these electromagnetic fields," he said.
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