Pesquisar conteúdo deste blog

quinta-feira, 14 de abril de 2011

OSSOS DE SUSANA WALD / HUESOS DE SUSANA WALD

OSSOS DE SUSANA WALD




Começo a imprimir teu nome por onde passo.
Visito a noite de teus olhos.
Saboreio com as nuvens o salto de uma imagem a outra do que ocultas em teu íntimo.
Plantamos ali um jardim onde sentar para refazer pequenos mitos.
A tua selva escura como uma verdade oculta.
Por vezes os títulos são a única nobreza da arte.
A vida raramente consegue igualar-se a ela, embora não se saiba até hoje o quanto essa relação expresse algo além de um ornamento.
Sento-me aqui a teu lado para que pensemos nos objetos de um colecionador de miragens.
Rimos quando me contas que os seios de sua mulher foram roubados de uma galeria em Montreal.
Roubar aquilo que a ninguém pertence.
Não paro de imprimir teu nome por onde passo.
A imagem fiel a suas vertigens.
Não importa a fratura de seus vidros.
A tua selva escura me diz que és a favorita do abismo.
Imprimo teu nome como um sinal de que não deixaremos jamais de passar por aqui.
A pedra não se move, sonha com melhores musgos ou expressa felicidade quando lhe acaricia o orvalho.
Eu estou aqui e quando visito teus olhos as réplicas se afastam.









HUESOS DE SUSANA WALD






Comienzo a imprimir tu nombre por donde paso.
Visito la noche de tus ojos.
Saboreo con las nubes el salto de una imagen a otra de lo que ocultas en tu parte más íntima.
Plantamos allí un jardín donde sentarse para rehacer pequeños mitos.
Tu selva oscura como una verdad oculta.
A veces los títulos son la única nobleza del arte.
La vida raramente se consigue igualar a ella, aunque no se sepa hasta hoy cuanto esa relación exprese algo más allá de un ornamento.
Me siento aquí a tu lado para que pensemos en los objetos de un coleccionista de espejismos.
Reímos cuando me cuentas que los senos de tu mujer fueron robados de una galería en Montreal.
Robar aquello que a nadie pertenece.
No paro de imprimir tu nombre por donde paso.
La imagen fiel a sus vértigos.
No importa la fractura de sus vidrios.
Tu selva oscura me dice que eres la favorita del abismo.
Imprimo tu nombre como una señal de que no dejaremos jamás de pasar por aquí.
La piedra no se mueve, sueña con mejores musgos o expresa felicidad cuando le acaricia el rocío.
Yo estoy aquí y cuando visito tus ojos las réplicas se alejan.


poema| floriano martins
pinturas| susana wald
traducción | gladys mendía
2 0 1 1






SUSANA WALD'S BONES




I start printing your name all over my way.
I visit  your eyes’ night.
I savor with the clouds the jump of an image to another of what you conceal within your depth.
There we plant a garden where to seat and remake small myths.
Your jungle dark like some hidden truth.
Sometimes titles are the single  nobleness of art.
Seldom does life manage to equal itself, although no one knows until today how much this relationship expresses something beyond an ornament.
I sit down here beside you  for us to think of the of  a mirage collector’s objects .
We laugh when you tell me  your woman’s breasts were stolen from an art gallery in Montreal.
To steal  something  that belongs  to no one.
I don’t stop printing your name where I pass by.
The faithful image of your  dizziness.
It doesn’t matter the  fracture of your glasses.
Your dark jungle tells me you are the abyss’ favorite.
I print your name like a sign that we shall never stop passing here.
The stone doesn’t move, It dreams of better musk or expresses happiness when  caressed by dew.
I am here and when I visit your eyes the replicas turn away.

poem| floriano martins
pantings| susana wald
translation | luiz leitão
2 0 1 1

Nenhum comentário:

Postar um comentário