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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Eletrobrás investe menos da metade do orçamento de 2009

Quase um mês após o apagão que deixou 18 estados no escuro, dados do Ministério do Planejamento apontam que de janeiro a outubro deste ano as 15 empresas do setor de energia elétrica, que compõem o Grupo Eletrobrás, investiram R$ 3,6 bilhões do orçamento previsto para 2009.
A cifra não representa nem metade do orçamento previsto para o ano, estimado em R$ 7,2 bilhões – maior verba desde 2000.
Integram o Grupo, encarregado das atividades de pesquisa, geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia no país, a Eletronorte, a Eletrosul e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco.
Se o ritmo de aplicações for mantido, ao final do ano, o grupo terá investido R$ 4,3 bilhões, ou seja, 59% da dotação inicial. Seria o segundo pior percentual de execução desde 2000; ficando atrás apenas do ano 2007, quando a execução foi de 57%. No entanto, em números absolutos, a cifra pode vir a ser a maior desde 2002, quando os investimentos no setor chegaram a R$ 5,8 bilhões.
O grupo deixou de investir R$ 22,1 bilhões no período entre 1999 e 2009.
O percentual de investimentos em relação aos recursos previstos em orçamento, até agosto, era de 38%. Dos R$ 7,2 bilhões autorizados para o ano, R$ 2,8 bilhões tinham sido desembolsados. Após o apagão, a Eletrobrás havia informado que até setembro, o dado mais recente até então, o grupo havia aplicado 48% dos recursos, o que, em valores nominais, corresponderia a cerca de R$ 3,5 bilhões.
Como os investimentos até outubro somam R$ 3,6 bilhões, deduz-se que em outubro o Grupo Eletrobrás aplicou apenas R$ 66,5 milhões.Para o próximo ano, a Eletrobrás terá o maior orçamento já previsto desde o começo do governo Lula, em 2003. De acordo com o projeto de lei orçamentária da União que tramita no Congresso Nacional, o Grupo terá dotação de R$ 8,1 bilhões em 2010, sendo R$ 3,7 bilhões destinados exclusivamente para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O maior valor autorizado até então para uso do Grupo foi o deste ano, estimado em R$ 7,2 bilhões.Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, os investimentos não são problema para o setor elétrico brasileiro. “Isso já foi problema no passado. Hoje não faltam investimentos. As empresas têm expandido e melhorado os serviços. Tudo isso é produto de investimentos”, destaca. Desde 1999, o Grupo Eletrobrás investiu R$ 41,7 bilhões na infraestrutura energética do país, em valores corrigidos pela inflação.
Segundo Sales, as principais dificuldades são decorrentes da falta de planejamento estratégico para os sistemas de abastecimento, que, para ele, são tratados de maneira política. “Na história brasileira há muitos episódios desse tipo. É importante que o assunto não seja tratado politicamente. Não se trata de questão política, mas sim de estratégia do setor elétrico”, critica.
Amanda Costa, do Contas Abertas

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