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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Amnésia programada

É interessante o resultado de pesquisas a respeito da manutenção da memória de longo prazo - acima de 25 dias - com a injeção do inibidor (ZIP - Zeta-inibidor) de uma proteína chamada PKMZeta, responsável pela conservação dessas memórias que, sem isso, se apagam. Os estudos foram realizados em ratos, que tivaram sua PKMZeta inibida e perderam a memória guardada no local onde o ZIP foi injetado. O pesquisador Todd Sacktor, do Suny Downstate Medical Center disse que as memórias são preservadas através do fortalecimento constante das sinapses. Parte de alguns ratos treinados para sentir aversão a um tipo de alimento receberam a injeção e perderam a memória dessa aversão, enquanto os que não receberam a droga a mantiveram. O bom é que a capacidade de registrar novas memórias não foi eliminada. Com isso, medicamentos para melhorar a memória poderão ser desenvolvidos, da mesma forma que se poderá, talvez, fazer o bloqueio de lembranças traumáticas. No campo da psiquiatria, poderão ser tratadas fobias desenvolvidas, por exemplo. Como a ciência sempre pode ser usada para o mal, gente mal-intencionada poderia fazer lavagens cerebrais em testemunhas ou em populações inteiras, uma tremenda tentação totalitária, não é mesmo?
Será que somos só isso mesmo, "gravadores" de eventos, como a memória dos computadores ou os filmes fotográficos? E se nossa memória fosse zerada, numa faxina cerebral completa? Perderíamos nossa personalidade?

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