O editorial deste domingo do jornal O Estado de S. Paulo O outro lado do Mais Médicos (1/9, A-3) peca
ao afirmar que o programa Mais Médicos começa a apresentar suas consequências
“negativas”. Desde quando trocar médicos cuja remuneração pode chegar a absurdos
R$35 mil por outros de salário mais condizente com a realidade brasileira — se
os cubanos vão receber menos do governo de seu país, isso são outros quinhentos
— é uma providência ruim?
Além disso, na reportagem Médicos formados em Cuba lideram no Revalida, publicada naquele jornal na mesma data,
Bárbara Ferreira Santos informa que os cubanos tiveram os
maiores índices de aprovação naquele exame. A repórter, inclusive, reproduz esta
declaração do presidente do Sindicato dos
Médicos de São Paulo (Simesp), Cid Célio Jayme Carvalhaes: “os médicos aprovados
no Revalida têm o conhecimento necessário para exercer a profissão no Brasil,
apesar das críticas à escola (...) mas, se foram aprovados no Revalida, têm o
mínimo exigido para atuar no Brasil. Eles passaram, tiveram mérito”. Outra
opinião favorável aos estrangeiros foi ali expressada pela médica paulistana
Denise Assumpção do Nascimento: “Mas a gente vê que os formados em Cuba têm um
enfoque mais humanitário. Na faculdade, por exemplo, tive uma disciplina
específica de Medicina Familiar e Comunitária e atendi os pacientes onde eles
precisavam”.
É óbvio que a importação de médicos, sejam
de onde forem, não vai resolver os problemas crônicos da saúde em nosso país,
que passam, principalmente, pela insuficiente destinação de recursos financeiros
e materiais à área — mas pode atenuá-los.
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