Físicos anunciaram nesta quarta-feira, 3 de abril de 2013, a descoberta dos mais fortes indícios até hoje da existência da matéria escura – as partículas que se acredita representarem até um quarto de tudo o que existe no universo, mas cuja presença nunca foi confirmada.
Membros de uma equipe internacional se reuniram na Nasa em Washington e no Cern na Suíça para relatar suas descobertas, surgidas de um detector de partículas de US$ 2 bilhões a bordo da Estação Espacial Internacional.
O detector, que pesa cerca de sete toneladas, é chamado Espectrômetro Alfa-Magnético (AMS), e foi instalado na ISS em maio de 2011.
Desde então, físicos têm examinado seus dados em busca de pistas sobre a matéia escura, que há decadas intriga os pesquisadores, e não interage com a luz – razão do nome "escura". Por quase um século, físicos vêm procurando pelas misteriosas partículas, e as últimas descobertas lhes permitiram dar mais um passo para elucidar esse mistério.
Em vez de procurar diretamente as partículas invisíveis, a equipe do AMS tentou deduzi-las de colisões de partículas de alta energia e as "pegadas" deixadas por elas, um método indireto semelhante ao da descoberta do bóson de Higgs pela equipe Atlas do Cern.
Nesse caso, a equipe internacional de cientistas encontrou um incomum grande surgimento de positrons, a rara antimatéria que é a contraparte dos elétrons. A descoberta combina com a teoria de que quando partículas de matéria escura colidem, destroem-se mutuamente, criando posítrons.
As descobertas podem indicar colisões de matéria escura, mas que poderiam ser causadas por uma fonte menos interessante: um pulsar, ou estrela giratória emissora de radiações. Os indícios apóiam a existencia de matéria escura, mas não descartam outra fonte.
A matéria escura ainda é uma peça faltante do quebra-cabeça da física. Ela forma mais de um quarto de todo o universo, muito embora os pesquisadores saibam pouquísssimo a seu respeito.
jamais vista, e ainda não detectada, a matéria escura tem a particularidade adicional fantasmagórica de atravessar objetos, como se eles não existissem. Há várias teorias a respeito dos efeitos da matéria escura; ela é apontada como a causa da expansão sempre do universo a uma velocidade ainda maior, e tem um papel central na teoria das cordas, por exemplo.
Novas pesquisas poderão ter início no Grande Colisor de Hádrons do Cern, quando ele voltar a operar, no começo de 2015.
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