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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Eletrossensibilidade



Você já ouviu falar em eletrossensibilidade? 


Algumas pessoas têm necessidade de isolar suas casas ou alojamentos contra ondas eletromagnéticas, como as emitidas por telefones celulares, roteadores Wi-Fi, telas de TV e monitores de computadores e outros tipos de radiação (as ondas eletromagnéticas vão desde a baixa frequência da eletricidade nas tomadas até os altamente energéticos raios gama). 



A estreita cama de um personagem que sofre de eletrossensibilidade é coberta por uma espécie de tela mosquiteiro brilhante prateada com a porta de entrada e o teto forrados de folha de zinco. Além disso, há mais uma camada de folha de zinco sob o papel de parede e o assoalho de carpete de madeira. O quarto é totalmente isolado; os vãos são selados com fita de alumínio e conectados com fita condutiva, tornando o aposento inteiro aterrado. É, na prática,  uma verdadeira Gaiola de Faraday. O aterramento, aparentemente, ajuda no caso de baixas frequências. As altas frequências ficam do lado de fora, não conseguem penetrar o local.
Há pessoas que utilizam esses artifícios para tentar se livrar de radiações atmosféricas resultantes de emissões  por redes Wi-Fi, telefonia celular, a até mesmo de telas e lâmpadas fluorescentes. Uma medida que se revela ineficaz: as pessoas afetadas por essas radiações mal conseguem permanecer longe delas, o que representa um fardo para elas. O fato de visitas deixarem seus aparelhos telefônicos do lado de fora do quarto ajuda, pois, do contrário, o aparelho continuaria procurando algum sinal de rádio. E, não o encontrando, o dispositivo tende a aumentar a intensidade de suas emissões nesta busca. Com a  folha de zinco no interior da gaiola, o sinal do aparelho permaneceria reverberando pelo quarto.

O custo deste tipo de isolamento em um quarto chega próximo a US$ 2.000. Existe até uma associação de pessoas que sofrem de eletrossensibilidade, a ElectroSensitivity UK, no Reino Unido. Há até quem chegue a dormir do lado de fora de casa para escapar aos efeitos de potentes roteadores WI-FI utilizados por outras pessoas na residência. Entre os sintomas experimentados por quem sofre de eletrossensibilidade estão dores de cabeça, musculares, secura nos olhos, lapsos de memória e irritabilidade. A única saída é dormir em camas isoladas por telas metálicas, dentro de quatros igualmente protegidos contra radiações eletromagnéticas.
A eficácia das chapas de zinco para bloquear as ondas eletromagnéticas é demonstrada com o uso de detectores de radiação como o Elektrosmog (http://www.elektrosmog.com/english-1/), de fabricação alemã. O aparelho tem o formato de uma caixa, com a imagem de um poste de eletricidade circundado por raios de relâmpagos pretos pontudos. A máquina mede a radiação no interior de qualquer local, e quando indica um número próximo de zero, isso significa que não há praticamente nenhuma radiação ali.

Uma tradução razoável para "electrosmog" seria "poluição eletromagnética".
Poderão as pessoas, com tanta exposição, se tornar alégicas a eletricidade no futuro? A ideia de que campos eletromagnéticos poderiam afetar a saúde humana surgiu na década de 1960. 
Se radiações eletromagnéticas forem de fato perigosas para as pessoas, os riscos hoje em dia são muito maiores do que há 40 anos, graças à indústria das telecomunicações. Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo utilizam telefones móveis. O Brasil mesmo tem mais linhas telefônicas celulares do que habitantes.
A dra Mireille Toledano dirige o Cosmos, um estudo de 30 anos, realizado em cinco países, sobre os efeitos em humanos das radiações emitidas por sistemas de telecomunicações. Ela sabe quão rápido este quadro está mudando. Em 2.000, um estudo de 10 anos sobre a relação entre telefones móveis e tumores estabelecia o  uso intensivo em 30 minutos diários. O estudo concluiu que 90 por cento havia passado 1.640 horas de suas vidas ao telefone. No Reino Unido, diz Toledano, "o uso intensivo é atulamente definido como 86 minutos por dia; e 30 minutos é a média. No estudo inteiro [estudo internacional Cosmos], os 10% que representam os maiores usuários somam agora 4.160 horas, ou mais."
O primeiro estudo não apresentou nenhuma prova da relação entre o uso de telefones móveis e a incidência de câncer em curto prazo, mas, à medida que o gosto da sociedade em geral por tecnologia vai aumentando, a ansiedade em relação a isso também cresce. Há dois anos, a European Assembly aprovou a Resolução 1815, que, entre outras coisas, pede restrições às redes  Wi-Fi em escolas e ao uso de telefones celulares (telemóveis, em Português europeu). A  Organização Mundial de Saúde  classificou os campos eletromagnéticos do tipo utilizado na telefonia móvel como carcinogênicos do Grupo 2b  – Ou seja, possivelmente causadores de câncer — atenção para a condicionante: possivelmente, e não provavelmente.
A questão da sensibilidade a emissões eletromagnéticas é eminentemente política. Ele insere em lados opostos as pessoas que sofrem e indústria e governos, que lucram com as concessões de uso de radiofrequências, além dos impostos que cobram dos usuários de telefonia celular. 

Entretanto, a questão da síndome de eletro hipersensibilidade (EHS) ainda é controvertida. A Suécia reconhece o EHS como uma "debilidade funcional, ou deficiência, mas são os pacientes, e não os médicos, que dão o diagnóstico. O fato é que todos os que sofrem de  EHS são autodiagnosticados – e cada um tem tem uma história particular para explicar a causa de seus problemas.

http://www.es-uk.info/

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