Pesquisar conteúdo deste blog

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Reacendendo Vênus | Rekindling Venus



A artista australiana Lynette Wallworth fez um filme debaixo d'água, "Coral: Rekindling Venus", que estreia coincidindo com um raro acontecimento astronômico.

O tempo é sempre importante na arte, mas é absolutamente crucial quando seu projeto está ligado a um acontecimento neste mês, que só se repetirá daqui a 105 anos.
A artista australiana Lynette Wallworth está nessa situação.
O filme é inspirado num raro acontecimento astronômico,  o trânsito de Vênus pelo Sol, quando o planeta passa diretamente entre o Sol e a Terra. Os trânsitos ocorrem em pares, poucos e muito distantes no tempo – 2004, e 5-6 de junho de 2012, e depois, só em 2117 e 2125.

O par anterior ocorreu em 1874 e 1882 e antes desse, em 1761 e 1769.
Foram os trânsitos do século 18 que fascinaram especialmente Wallworth porque levaram ao que foi talvez o primeiro exemplo de cooperação científica mundial.
Uma das grandes dificuldades da época era determinar o tamanho do sistema solar e a distância entre a Terra e o Sol. O astrônomo inglês Edmund Halley havia se ocupado com a questão, ao especular que a observação do trânsito de partes extremas do globo ajudaria os cientistas a chegar a um cálculo aproximado.
"Ele também sabia que não viveria para ver o resultado," disse Wallworth.
Halley escreveu uma carta ao Royal Observatory, os astrônomos do futuro, "pedindo-lhes que, quando chegasse o momento, navegassem pelo mundo observando esse acontecimento".
E eles o fizeram. Isso tem um eco nos dias de hoje, porque não era um problema que podia ser resolvido em um só lugar; observadores teriam de estar em várias partes do planeta – cerca de 120 em1761 (Franceses, britânicos, dinamarqueses, sueacos, alemães, italianos, portugueses) e até mais em 1769. Foi por isso que o capitão Cook estava no Taiti.
Coisas notáveis aconteceram. Os franceses concederam passagem livre aos ingleses, embora dos dois países houvessem travado uma guerra recentemente e estavam longe de se considerarem amigos. Uma tentativa de vários países de atuarem juntos globalmente para resolver um problema científico.


Isso a inspirou a fazer um filme de "apelo à ação" mostrando a extraordinária, quase alienígena beleza dos recifes de coral – um barômetros das mudanças climáticas.

 Os corais são muito sensíveis a mudanças de temperatura.
O filme é belo e será ainda mais incrível quando exibido em planetários mundo afora.

"As pessoas pensarão que estão no espaço, movendo-se por entre estrelas," disse Wallworth.

Há uma maneira de pensar à frente, como Halley, em termos de imaginar o que nos teremos de fazer? Haverá uma possibilidade de ação conjunta"


Nenhum comentário:

Postar um comentário