O gênero Mycena consiste em mais de 500 espécies conhecidas de cogumelos. Seis novas espécies Mycena lucentipes – todas elas emissoras de luz – foram encontradas em florestas antigas no Estado de São Paulo, Brasil, por cientistas da Universidade Estadual de San Francisco e do Instituto de Botânica e Instituto de Química de São Paulo, elevando a mais de 30 a quantidade de espécies bioluminescentes conhecidas.
Todas as seis foram descobertas na Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados da Terra, com menos de 10% de sua cobertura vegetal original remanescentes. As florestas continuam se mostrando minas de ouro com novas espécies de plantas, animais e fungos.
Os autores da descoberta acreditam que a quantidade de espécies bioluminescentes de Mycena foi muito subestimada: a maioria só foi observada de dia, e quase toda a luminescência dos fungos foi detectada apenas a olho nu, enquanto cientistas que estudam outros organismos empregam fotômetros para detectar baixos níveis de produção de luminosidade.
Estudos filogênicos moleculares, que observam relacionamentos evolucionários, mostram que a luminescência surge em várias sub-espécies do gênero. A produção de luz da mycelia apodrescente branca, por exemplo, pode ser um subproduto bioquímico ou adaptação que proporciona proteção antioxidante para o fungo à medida que ele degrada lignina.
Micologistas também especularam sobre a possibilidade de a luminescência atrair fungívoros que ajudam na dispersão de esporos ou afastá-los.
Muito além da questão científica, esses maravilhosos cogumelos aumentam a beleza maravilhosa da noite.
Quentin Wheeler, diretor do Instituto Internacional para a Exploração de Espécies, da Universidade Estadual do Arizona, EUA.
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