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quinta-feira, 28 de abril de 2011

PULSOS DE ANJA LECHNER / MUÑECAS DE ANJA LECHNER / ANJA LECHNER' S WRISTS

PULSOS DE ANJA LECHNER



O teu corpo recebe em seu leito um verbo distinto a cada noite.
Pequenos afazeres da casa protegem o dia de outros assuntos.
Recosto-me na sombra gasta do abismo a contar teus beijos.
O primeiro me ensina os segredos da pólvora.
Outro me faz crer que posso voar.
São como desafios silenciosos os pequenos rostos boiando no espanto de cada olhar.
Sinais de desordem que a vida elege em seu trânsito fugaz pela prosperidade do tempo.
Palavras com que escavo a invisibilidade de teu vulto.
Silêncio que abrigamos ao lado delas para que preservem o que sabem a nosso respeito.
O movimento pendular de teus beijos acentua o labirinto que tecem por dentro e por fora de meus lábios.
Um braseiro descreve as imagens do desejo como amuletos vorazes.
Rebatizo teus ritos como quem desvenda as virtudes da tempestade.
O teu corpo sofisma os disfarces da noite com seus espectros verbais.
Reconheces a volúpia indecifrável de cada pantomima?
Ainda recordas o nome com que me fiz passar por ti?
Eu mesmo tratei de esquecer-me, para que não tivesses como voltar.


MUÑECAS DE ANJA LECHNER

Tu cuerpo recibe en su lecho un verbo distinto cada noche.
Pequeños quehaceres de la casa protegen el día de otros asuntos.
Me recuesto en la sombra gastada del abismo para contar tus besos.
El primero me enseña los secretos de la pólvora.
Otro me hace creer que puedo volar.
Son como desafíos silenciosos los pequeños rostros flotando en el espanto de cada mirada.
Señales de desorden que la vida elige en su tránsito fugaz por la prosperidad del tiempo.
Palabras con que excavo la invisibilidad de tu figura.
Silencio que abrigamos al lado de ellas para que preserven lo que saben de nosotros.
El movimiento pendular de tus besos acentúa el laberinto que tejen por dentro y por fuera de mis labios.
Un brasero describe las imágenes del deseo como amuletos voraces.
Rebautizo tus ritos como quien saca las vendas de las virtudes de la tempestad.
Tu cuerpo sofisma los disfraces de la noche con sus espectros verbales.
¿Reconoces el deleite indescifrable de cada pantomima?
¿Aun recuerdas el nombre con que me hice pasar por ti?
Yo mismo traté de olvidarme, para que no tuvieses como volver.


ANJA LECHNER'S WRISTS



Your body receives on your bed each night a distinct verb.
Little household tasks protect the day from other subjects.
I sit back on the worn out abyss’ shade counting your kisses.
The first one shows me the secrets of powder.
Another makes me believe I can fly.
Like silent defiance are the small faces buoying in each look’s amazement.
Signs of disorder that life elects in its fugacious transit through the prosperity of time
Words with which I dig the invisibility of your figure.
Silence we shelter beside them so that they preserve what they know about us
The pendulous movement of your kisses stresses the labyrinth they weave inside and outside my lips.
A Brazilian describes the desires’ images like voracious amulets.
I re-baptize your rites like who unveils the virtues of storm.
Your body sophisms the disguises of the night with its verbal spectra.
Do you recognize the indecipherable lust of each pantomime?
Do you still recall the name with which I pretended to be you?
I myself provided to forget, so that you had no way back.


***
poema & imagens | floriano martins | floriano.agulha@gmail.com
luiz leitão (inglês) | luizleitao@ebb.com.br
gladys mendía (espanhol) | mendia.gladys@gmail.com
2011




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