Pesquisar conteúdo deste blog

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Inside the mind of a tyrant / Dentro da mente de um tirano

Da esquerda para a direita, a galeria de tiranos psicopatas: Joseph Stálin, Adolf Hitler, Saddam Hussein, Muammar Gaddafi.

Muammar Gaddafi: Dentro da mente de um tirano


Enquanto o coronel Gaddafi se encolhe mais profundamente na paranoia, Michael Burleigh avalia as lições a aprender com os déspotas da História.

Esta semana,  documentos recém- divulgados pelo governo alemão revelaram algo muito pertinente para aqueles que tentam imaginar qual poderia ser o próximo truque do encrencado coronel Gaddafi. Os documentos declaram que em 27 de maio de 1980, Gaddafi entregou um pedido manuscrito a Günter Held,  embaixador da então Alemanha Ocidental em Trípoli, endereçado ao então chanceler Helmut Schmidt.

Ele insistia em que Schmidt expatriasse oponentes de seu regime exilados na Alemanha. Se o chanceler se recusasse a atendê-lo, Gaddafi jurou que tomaria “contra-medidas” contra 2.500 Alemães na Líbia, inclusive os poucos que se encontravam presos. O coronel perguntou se a Alemanha Ocidental queria "cooperar com traidores – ou com o povo líbio”. Ele chegou até a oferecer a suspensão aos subsídios que dava aos terroristas da Facção do Exército Vermelho, desde, é claro, que Schmidt lhe permitisse  liquidar “um relativamente pequeno número de pessoas” que viviam em solo alemão.

Este, num resumo. é o modus operandi de Ghaddafi. Ele carrega um forte rancor, nunca se envergonha  de sua vingança e devastação embebidas de sangue, ou de proferir ameaças de morte – e praticamente não tem senso de realidade fora do bunker de sua paranoia.

Agora o destino da Líbia, e a credibilidade dos governos da coalizão, se articulam no que esse desviante e impiedoso homem está pensando no interior de seu complexo militar-residencial em Trípoli. No poder durante 41 anos, Gaddafi não é o que o amigo de seu filho Saif, Peter Mandelson, chama de “um desistente”.
Sacudido pelos ataques aéreos da tentativa de Ronald Reagan de matá-lo em 1986, Gaddafi se reergueu e retomou a prática de patrocinar o terrorismo internacional árabe,  republicano irlandês, alemão e japonês de esquerda – com uma conveniente via secundária de trazer mais caos à África Subsaariana. Após o assassinato em massa no atentado de Lockerbie em 1988, ele desafiou sanções  internacionais destinadas a fazê-lo entregar os autores da derrubada do Jumbo sobre a Escócia. Apenas um ano mais tarde, seus cupinchas explodiram outro jato comercial sobre o Níger, o voo UTA  772 que rumava do Chade para Paris, Aeroporto Charles de Gaulle, matando 170 pessoas em retaliação às derrotas sofridas por seus mercenários no Chade.
Até este ano, Gaddafi manteve o controle de seu país por meio de sua risível “Teoria Universal do Terceiro”, desenvolvida em seu Livro Verde. Esta é uma forma extrema de  “comunitarianismo”, que devolveu o poder às menores unidades da sociedade líbia. Na verdade, era um eficiente uso do dividir-e-governar – um conveniente meio de assegurar a inexistência de qualquer oposição em massa ou tribal.

Mais recentemente, porém, as suspeitas de Gaddafi em torno do Exército regular o levaram a endurecer o controle criando uma aparato de segurança paralelo comandado por seus filhos e outros parentes. Para melhor reassegurar-se de que ainda mantém o controle, o Coronel, ou melhor, Líder e Guia da Revolução da Líbia, atribuiu a si mesmo alcunhas ainda mais megalomaníacas: Imã de Todos os Muçulmanos, Decano dos Governantes Árabes, e Rei dos Reis da África.

Pois, apesar de seu arrogante discurso do “povo Líbio”, as patranhas filosóficas de Gaddafi ocluem o fato de que o verdadeiro poder está nas mãos dele e de sua ramificada família. Eles controlam o poder armado e a chave do cofre em uma monoeconomia baseada em petróleo e gás. Um filho, Khamis, sobre quem correm rumores de ter sido morto por um piloto de caça em defecção, que teria atirado seu avião sobre o quartel-general, chefia uma das forças mais bem equipadas do país. O playboy-estudante príncipe Saif se reagrupou quando o super porta-voz do regime, deixando de lado qualquer polidez  superficial ocidental que houvesse adquirido na LSE (London School of Economics)  fez ameaças aos rebeldes em Bengazi e seu entorno.

Saiu o monótono jargão dos seminários acadêmicos e entrou em cena a conversa entremeada de balas, baratas e ratos, e a farra vingativa da matança casa-a-casa. Outro filho, Mutassim, age como o conselheiro nacional de segurança do Coronel, e diz-se que ele teria chefiado uma das brigadas que tentaram tomar Bengazi semana passada.

Toda a competição pela sucessão do  “trono” líbio é agora um distante conjunto de recordações para os sete filhos de Gaddafi. Embora não tenham perdido o amor entre eles, todos se reagruparam em torno de seu sinistro pai para, caso ele se vá, eles vão junto. Claramente, conduzir Gaddafi à porta de saída deverá implicar a premiação individual do grupo mais interior  para deixá-lo isolado. Gaddafi tentou se isolar contra tais  atentados cercando-se dos que são mais leais a ele – e por conseguinte têm mais a perder.

Abdel-Monem al Houni, até há pouco embaixador da Líbia na Liga Árabe, concorda: “Essas pessoas estão amarradas a ele e irão viver ou morrer com ele, e alguns deles têm as mãos manchadas de sangue, logo, serão procuradas.”

Numa tentativa de espalhar a suspeição e divisão entre seu círculo íntimo, governos ocidentais tornaram públicas interceptações dos serviços de inteligência sugerindo que Gaddafi e alguns leais a ele estão providenciando sua fuga para os poucos países que ainda poderiam acolhê-los. A pequena lista é encabeçada pela Bielorrússia, Venezuela eZimbábue. Eu duvido que um sobrevivente veterano como ele vá embora gentilmente ao crepúsculo, embora ele e sua sibarítica família tenham expatriado grandes somas de dinheiro para qualquer eventualidade.

O professor Jerrold Post concorda. Um especialista em psicologia política, a CIA o consultou para compreender como homens do tipo de Slobodan Milosovic ou Saddam Hussein veem o mundo e seus inimigos. Post diz que, para esses narcisistas, o passar do tempo não lhe traz ideias de aposentadoria, mas de aceleração da missão que dá sentido às suas vidas vazias. Isso vale para Hitler e Stalin. Post também argumenta que Gaddafi está completamente incapaz de dominar a oposição em massa à  “sua” revolução.

O também defectivo embaixador líbio em Washington, Ali Aujali, concorda, dizendo-me que essa semana o Coronel perdeu totalmente o contato com a realidade, confundindo suas claques de aluguel com apoio popular. Gaddafi é obviamente uma megalomaníaco. Pegue-se um de seus discursos: “Eu liderei uma revolução histórica que que trouxe honra para os líbios. A Líbia será o líder de todo o mundo – África, Ásia e América Latina. Ninguém poderá deter esta marcha histórica.”

Sua paranoia está evidente, também. Em seus discursos retóricos televisionados, Gaddafi  atribuiu várias vezes os protestos que enfrentou após 15 de fevereiro às diabólicas maquinações da al-Qaeda ou da CIA colocando drogas alucinógenas no Nescafé do povo. A população inteira de Bengazi está aparentemente  “drogada”, porque é preciso estar fora de si para se opor ao Coronel. Eles são “baratas” e “ratos” fazendo “o trabalho de demônio”.

Mas, não obstante quão paranoico e delirante ele possa ser, eu não consigo ver Gaddafi trilhando o “caminho de Hitler” por sua crescentemente posição ameaçada. Suicídio não faz parte de suas hipóteses.

Então ele apresenta uma imagem de determinação lunática diante da massiva coalizão aérea. Ele primeiro ameaçou redirecionar os contratos de petróleo para a China e Índia em detrimento do ocidente. Depois, classificou os líderes britânico e francês como “cruzdistas” imperialistas “Fascistas”, enquanto enviava ao cerebral presidente americano uma carta de repreensão. Com um chocante descaramento, Gaddafi iniciou a carta a Obama: “Caro filho.” Só se pode imaginar a resposta quando aquele envelope particular foi aberto.

À parte de sua postura, uma potencialmente sinistra revelação emergiu das gargantas da morte do reino de Gaddafi. O MI5 (Serviço Secreto Britânico) está agora alertando que a Líbia pode ter esconderijos, fora do radar diplomático formal, que envolve ricos expatriados que poderiam organizar atentados com bombas em países como a Inglaterra, talvez fazendo passar dispositivos para aviões pelos inseguros aeroportos da África. Este leopardo não troca suas presas.

Talvez a defesa mais astuta de Gaddafi tenha sido fragmentar a sociedade líbia tão efetivamente ao longo de décadas que elementos de oposição achem quase impossível aderir. Devido à deliberadamente engendrada descentralização do poder na Líbia, os líderes da oposição sejam um rudimentar grupo de doutores, advogados, acadêmicos e empresários, cansados de ser governados pelo errático e canhestro Gaddafi e seus filhos bandidos gananciosos.

Eles são liderados por um Conselho Nacional, no qual a figura principal é o ex-ministro da Justiça, Mustafa Abdul Jalil. O exército rebelde de amadores entusiásticos e soldados amotinados é chefiado pelo ex-ministro do Interior Omar Hariri e Gen Abdul Fatah Younis. O embaixador Aujali diz que essas pessoas são altamente respeitadas – no caso de Jalil porque ele se opôs aos abusos de Gaddafi dos direitos humanos. Os soldados“rebeldes” são líbios comuns que, num exemplo que merece menção, são compostos de gente como um sexagenário que gostaria de ter a oportunidade de votar antes de morrer, assim como gente jovem entusiasmada com o que viram no Egito e na Tunísia.

Pessimistas enfatizaram que muitos líbios jovens foram combater foças ocidentais no Iraque e outros desempenharam papel importante na al-Qaeda – Gaddafi também fez muito disso. No entanto, segundo Noman Benotman (o neto líbio do ministro da Defesa do rei Idris, e um veterano  ex-jihadista que falou apaixonadamente  num encontro sobre uma Política de Troca esta semana) A maioria desses jovens foram para o Iraque para poderem se gabar ao Coronel de suas experiências ao retornar à Líbia. Na verdade, ele diz, a maioria dos muçulmanos líbios são Sufis moderados. Benotman acredita que extremistas seriam marginais numa nova ordem líbia, a qual, ele diz, teria de incluir fundamentalistas, como será o caso no Egito.

Qualquer um que contemple tanto a intervenção liberal ou seu oposto realista tem de conhecer a capacidade de os eventos fugirem ao controle. De acordo com o general Sir Graeme Lamb, o ex comandante do Exército de Campo que falou na mesma sessão de Política de Troca, os governos de coalizão devem se ater à resolução da ONU de 1973 – protegendo o povo líbio e assegurando a entrega de assistência humanitária,  da qual irão necessitar urgentemente já que o petróleo não flui mais. Se aquelas suspensões limitadas forem excedidas, a al-Qaeda terá um dia de propaganda em campo que irá ressoar entre as populações muçulmanas, as quais, como diz corretamente o estrategista americano Ed Luttwak, não podem compreender o altruísmo em sua existência de destruição mútua.

Se e quando vários governos árabes mudarem, talvez a Liga Árabe se torne menos avessa, indo ao encontro da expectativa do presidente Obama de que eles empreguem seus prodigiosos estabelecimentos militares para fazer o que eles estão fazendo, e não para cuidar de petróleo e gás, mas para deter um psicopata que envelhece matando gente inocente. Até então, devemos tentar vencer pela astúcia o rato posto no canto – e agir de acordo quando chegar o momento.


As Colonel Gaddafi retreats deeper into paranoia, Michael Burleigh assesses the lessons to be learnt from history’s despots.

This week, newly released papers from the German government revealed something rather pertinent for those considering what the embattled Col Gaddafi’s next trick would be. The papers declared that on May 27, 1980, Gaddafi handed a written demand to Günter Held, the West German ambassador in Tripoli, for the eyes of Chancellor Helmut Schmidt.

He insisted that Schmidt expel exiled Libyan opponents of his regime who were living in Germany. If the Chancellor refused, Gaddafi swore he would take “counter-measures” against 2,500 Germans in Libya, including the few being held in jail. The Colonel asked if West Germany wanted “to co-operate with traitors – or the Libyan people”. He even offered to stop subsidising Red Army Faction terrorists, provided, of course, that Schmidt allowed him to liquidate “a relatively small number of people” living on German soil.

This, in a nutshell, is Gaddafi’s modus operandi. He bears grudges heavily, is never shy of wreaking blood-soaked havoc or proffering deadly threats – and has next to no sense of reality outside his own paranoid bunker.

Now Libya’s fate, and the credibility of the coalition’s governments, hinges on what this devious and ruthless man is thinking inside his Tripoli military-cum-residential compound. In power for 41 years, Gaddafi is not what his son Saif’s friend, Peter Mandelson, calls “a quitter”.

Shaken by Ronald Reagan’s 1986 attempt to kill him with air strikes, Gaddafi picked himself up and went back to the business of sponsoring international Arab, Irish republican, German and Japanese Leftist terrorism – with a handy sideline bringing more chaos to sub-Saharan Africa. Following the mass murder at Lockerbie in 1988, he defied international sanctions designed to make him hand over the perpetrators. Just a year later, his proxies blew up another passenger jet over Niger, UTA Flight 772 from Chad to Paris Charles de Gaulle, killing 170 people in retaliation for defeats Gaddafi’s mercenaries had suffered in Chad.
Until this year, Gaddafi has kept control of his country via his risible “Third Universal Theory”, expanded in his Green Book. This was an extreme form of “communitarianism”, which devolved power to the smallest units in Libyan society. In reality, it was an efficient use of divide-and-rule – a convenient way of ensuring there was no organised mass or tribal opposition.

More recently, though, Gaddafi’s suspicions of the regular army have led him to tighten his grip by creating a parallel security apparatus commanded by his sons and other relatives. To further reassure himself that he still retains control, the Colonel, or rather Leader and Guide of the Revolution of Libya, has awarded himself with ever more megalomaniac soubriquets: Imam of All Muslims, Dean of Arab Rulers, and King of Africa’s Kings.

For, despite his lofty talk of the “Libyan people”, Gaddafi’s philosophical mumbo jumbo occludes the fact that real power lies with him and his ramified family. They control armed might and the purse strings in a mono-economy based on oil and gas. One son, Khamis, who is rumoured to have been killed by a defecting Libyan fighter pilot who crashed his jet into his headquarters, leads one of the country’s best-equipped forces. The student playboy prince Saif has rallied round as the regime’s super-spokesman, discarding whatever superficial Western polish he had acquired at the LSE to issue condign threats to the rebels in and around Benghazi. Out went the vapid jargon of academic seminars, and in came talk of bullets, cockroaches and rats, and vengeful house-by-house killing sprees. Another son, Mutassim, acts as the Colonel’s national security adviser, and is said to have headed one of the brigades which tried to take Benghazi last week.

All competition for the succession to the Libyan “throne” is now a distant memory for Gaddafi’s seven sons. Although there is no love lost between them, they have rallied round their grisly father for, if he goes, they go too. Clearly, ushering Gaddafi to the exit must entail prising apart the inner group in order to leave him isolated. Gaddafi has tried to insulate himself against such attempts by surrounding himself with those who are most loyal to him – and therefore have the most to lose.

Abdel-Monem al Houni, until recently Libya’s ambassador to the Arab League, agrees: “These people are tied to him and will live and die with him, and some of them have blood on their hands, so they will be wanted.”

In an attempt to stir suspicion and division among his inner circle, Western governments have made public intelligence intercepts that suggest Gaddafi and some loyalists are arranging their exits to the few countries that might still take them. The short list is headed by Belarus, Venezuela and Zimbabwe. I doubt that such a veteran survivor is going to go gently into the twilight, even though he and his sybaritic family have salted away huge sums of money for just this eventuality.

Prof Jerrold Post agrees. An expert in political psychology, the CIA have consulted him to comprehend how men such as Slobodan Milosovic or Saddam Hussein see the world and their enemies. Post says that, for these narcissists, advancing years do not bring thoughts of retirement but of accelerating the mission that gives their empty lives meaning. This was also true of Hitler and Stalin. Post also argues that Gaddafi is utterly unable to grasp mass opposition to “his” revolution.

The defecting Libyan ambassador to Washington, Ali Aujali, concurs, telling me this week that the Colonel has totally lost touch with reality, confusing hired claques with popular support. Gaddafi is obviously a megalomaniac. Take one of his speeches: “I led a historic revolution that brought honour to the Libyans. Libya will be leading the whole world – Africa, Asia and Latin America. Nobody can stop this historic march.” His paranoia is evident, too. In his televised rants, Gaddafi has variously blamed the protests he faced after February 15 on the evil machinations of al-Qaeda or the CIA putting hallucinogenic drugs in people’s Nescafé. The entire population of Benghazi is apparently “high”, because you would need to be out of your head to oppose the Colonel. They are “cockroaches” and “rats” doing “the work of the devil”.

But, however paranoid and delusional he might be, I cannot see Gaddafi taking the “Hitler route” out of his increasingly imperilled position. Suicide is not part of his make-up.

And so he presents a face of lunatic determination in the face of massed coalition air power. He initially threatened to re-route Libyan oil contracts to China and India rather than the West. Then he described the leaders of Britain and France as “crusading” imperialist “Fascists”, while sending the cerebral US President a letter rebuking him. With amazing effrontery, Gaddafi began the letter to Obama: “Dear Son.” One can only imagine the response when that particular envelope was opened.

Aside from the posturing, a potentially sinister development has emerged from the death throes of Gaddafi’s reign. MI5 is now warning that Libya may have black sites, off the formal diplomatic radar, which involve wealthy expatriates who could organise bombing incidents in countries such as Britain, perhaps by slipping devices on to planes in the laxer security airports of Africa. This leopard does not change his spots.

Perhaps Gaddafi’s canniest defence has been to splinter Libyan society so effectively over the decades that opposition elements find it nigh on impossible to cohere. Because of the deliberately engineered decentralisation of power in Libya, the opposition leaders are an inchoate group of doctors, lawyers, academics and businessmen, who have had enough of being governed by the erratic and uncouth Gaddafi and his greedy and thuggish sons.

They are led by a National Council, in which the chief figure is the former justice minister, Mustafa Abdul Jalil. The rebel army of enthusiastic amateurs and mutinous soldiers is headed by former interior minister Omar Hariri and Gen Abdul Fatah Younis. Ambassador Aujali says these people are widely respected – in Jalil’s case because he opposed Gaddafi’s human rights abuses. The “rebel” soldiers are ordinary Libyans who, in an example worth mentioning, are made up of those like one 60-year-old who would like the chance to vote before he dies, as well as young people enthused by what they saw in Egypt and Tunisia.

Pessimists have emphasised that many young Libyans went to fight Western forces in Iraq and others have taken senior roles within al-Qaeda – Gaddafi has made much of this, too. However, according to Noman Benotman (the Libyan grandson of King Idris’s defence minister, and a veteran former jihadist himself who spoke passionately at a Policy Exchange meeting this week), most of these young men went to Iraq so that they could boast of their combat experiences back in Libya. In reality, he says, most Libyan Muslims are moderate Sufis. Benotman thinks extremists would be marginal to any Libyan new order, which, he says would have to include fundamentalists, as will be the case in Egypt.

Anyone contemplating either liberal intervention or its realist opposite has to acknowledge the capacity of events to run out of control. According to Gen Sir Graeme Lamb, the former Commander of the Field Army who spoke at the same Policy Exchange session, the coalition governments must stick to the letter of UN Resolution 1973 – protecting the Libyan people and ensuring delivery of humanitarian aid, which they will urgently need since the oil no longer flows. If we exceed that limited remit, al-Qaeda will have a propaganda field day that will resonate with Muslim populations, who, as US strategist Ed Luttwak rightly says, cannot comprehend altruism in their own dog-eat-dog existence.

If and when many Arab governments change, perhaps the Arab League will be less cautious, meeting President Obama’s expectation that they employ their own prodigious military establishments, to do what we are doing, not for oil or gas, but to stop an ageing psychopath murdering innocent people. Until then, we must try to outwit the cornered rat – and act accordingly when the moment comes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário