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sábado, 11 de dezembro de 2010

Uma homenagem a Liu Xiaobo / Homage to Liu Xiaobo



Sobre uma cadeira vazia, o prêmio Nobel que o dissidente chinês Liu Xiaobo, 54, sentenciado a onze anos de prisão por sua luta pacífica contra a ditadura de  seu país não pôde ir receber. Nem qualquer parente seu foi autorizado a representá-lo.

O que leva um homem como Liu, uma mulher como a birmanesa Aun San Suu Kyi, o cubano Orlando Zapata e tantos outros a abrir mão da liberdade - se assim merece ser chamada a vida sob a tutela permanente do Estado - e até da vida em nome dessa mesma liberdade, tantas vezes na História apropriada por tiranos?

Desprendimento, certamente, porque sabem que dificilmente usufruirão os frutos de sua empreitada. Ou talvez um misto disso com inconformismo, por achar que a vida confinada numa obediência cega, mergulhada no temor reverencial aos que detêm o mando, a Verdade única, inquestionável, não valhe a pena.

Quantas vezes, no silêncio de seu recolhimento compulsório, essas pessoas não se perguntaram como podem tantos ser manipulados por tão poucos? É verdade que muitas revoluções já mudaram o curso da História, mas às vezes para um traçado semelhante ou pior, como foi em Cuba.

O fato é que nós os admiramos, mas eles só permanecem sob o jugo dos tiranos porque nós nos abrigamos em nossa covardia e a tudo observamos, comodamente indignados...

Por Luiz Leitão

On an empty chair lies the Nobel Prize awarded to Chinese  dissident  Liu Xiaobo, 54, sentenced to eleven yerars of imprisonment because of his peaceful fight against his country's dictatorship, which kept him from receiving the prize, as well as any of his relatives.


What makes a man like Liu, a woman like burmese Aun San Suu Kyi, cuban Orlando Zapata and many others give up freedom - if so can be named a whole life under permanent State guardianship - an even their own lives in the name of this very same freedom, so very often in History appropriated by tiyrants?

Renunciation, certainly, once they are aware of the unlikelyhood of one day enjoying the fruits of their agreement. Or perhaps a mix of this with nonconformity, by believing life confined to a blind obedience, sunk in the reverential fear of those in charge, with their Truth, unique, unquestionable, isn't worth.

How many time, in the silence of their compulsory self-communion, those people haven't asked themselves how can so many people be manipulated by so very few? It's true that many revolutions have changed the course of History, although sometimes only to a similar way, or worse, as it was the case in Cuba.

The fact is that we admire them, but they only keep under the yoke of tyrants because we shelter in our pusilanimity, observing everything,  conveniently indignant...

By Luiz Leitão


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