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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Those little "no"s / Aqueles pequenos "nãos"

Luiz Leitão
Há certas coisas na vida que têm pequeno significado, mas vão se acumulando. São aqueles pequenos "nãos".
Lidar com frustrações é um treino diário, e infindável.
Mais fácil ou difícil de lidar na razão direta de nossas expectativas e senso de realidade, da vivência.
Nos três únicos dias em que tive saco de ir a uma psicanalista- que é uma coisa boa, mas exige disposição, estar no momento certo - ela me disse que a psicanálise tem o objetivo de mostrar à pessoa quem ela não é.
E a maldita frase ficou reverberando na minha cabeça, porque faz todo o sentido. O inverso do famoso "homem, conhece-te a ti mesmo", de Sócrates. Bem, o inverso leva aos mesmos lugares, vide o círculo, percorrido em qualquer sentido.
E agora, num raro momento de calma interior e exterior, ponho-me a pensar, tolamente, achando que irei descobrir algo que leva um bom tempo para se conseguir.
Sou um jornalista? Sou mesmo? Se isso significa buscar a verdade a quase qualquer custo, aceitar que lhe paguem um jantar, desde que você possa cuspir no prato em que comeu, então eu sou.
Sou honesto? Nem sempre, comigo mesmo, se é que posso me atrever a dizer relativa a honestidade. É possível alguém ser plenamente íntegro? Não creio. Mas a integridade também é absoluta. Então, sou ou não sou? É humanamente possível a integridade pessoal, no sentido estrito do termo? Não creio. Logo, não sou. Bingo! Descobri algo que não sou.
Por outro lado, penso ser possível uma gradação aí, e vou usar a física para exemplificar: é impossível um objeto qualquer viajar à velocidade da luz (Símbolo C), que aqui representaria a integridade.
Quanto mais algo se acelera, mais a sua massa aumenta, algo que só se nota a enormes velocidades, e, portanto, energias.
Quase à velocidade da luz, a massa segue aumentando, e portanto, demandando mais energia para acelerar-se rumo à C, num processo sem fim.
Conclusão: não sou e nunca serei íntegro. Mas quanto mais perto eu chegar da integridade, quanto menos das infindáveis peças faltarem para integrar o inintegrável, melhor.
Eu me recusei a fazer a análise, a assumir o compromisso de ir duas vezes por semana, mas tinha vontade de mandar essa pensata noturna pra ela. Vou mandar, então, já contando com a frustração de não receber resposta, porque essas psi são muito chatas, mas adoráveis.
Saco vai ser traduzir essa porra (sorry) pro inglês, mas me comprometi a fazer o blogue bilíngue.
Those little "no"s
By Luiz Leitão
There are certain things in life which have a small significance, but they go accumulating. They're those little "no"s.
Dealing with frustrations ain't no easy; a daily, endless training. Easier or harder to deal with in the direct reason of our expectations e sense of reality, vivency.
During the three only days I managed to stand going to a psichanalyst, - which is sth good, but demands disposition, being at the right moment, - she told me that psichanalysis has the objective of showing smn what he or she is not.
And the goddamn phrase kept ressounding on my head, 'cause it has all the meaning. The reversal of the famous "Man, know thyself.", by Socrates. Well, reversal leads to the same places; look at the circle, runned by in whatever direction.
And now, in a rare moment of interior and exterior calm, I think to myself, in a silly way, thinking I'll find sth that usually takes a long time to be achieved:
Am I a journalist? Really? If this means seeking truth at nearly any price, accept that someone pays for your dinner, since you can spit on the plate you ate, then I am.
Am I honest? Not always,to myself, if I can dare say honesty is relative. Is it possible for smn to be wholly integer? Don't think so. But integrity is also absolute. So, am I or not? Is personal integrity humanly possible, in the strict sense of the word? Don't think so. Therefore, Im not. Bingo! I found sth I'm not!
Translation to be continued tomorrow; (fri) sorry, me very tired.
On the other hand, I think it's possibel there may be some grading here, and I'll use physics in my exampling attempt: it's impossible for any object to travel at te speed of light (Symbol C), which here would represent integrity.
The more sth accelerates, the more its mass increases, sth only noticeable at very much high speeds, and, therefore, energies.
Almost at the speed of light, mass keeps on increasing, thus, demanding more energy to accelerate towards C, in an endless process.
In conclusion: I'm not, and never will be integer. But the closer I get to integrity, the less endless pieces lack to integrate the unintegrable, the better.
I refused to make analysis, to assume the compromise of going twice weekly, but I'd like to send these nocturn thoughts to her.
I'll send, then, already counting on the frustration of receiving no reply, cause these psi are very boring, but adorable.

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