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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Zimbabwe blood Diamonds / Diamantes de sangue do Zimbábue

Expondo o fluxo de diamantes de sangue do Zimbábue
Consumidores podem enviar um poderoso recado ao evitar diamantes do Zimbábue, onde a tortura, trabalho forçado, e outros abusos dos direiros humanos são perpetrados nos garimpos de diamantes.
Por Tiseke Kasambala*
Escrevendo de Johannesburg, Africa do Sul - Enquanto americanos em bandos vão às lojas para as compras da sexta-feira negra, e alguns pretendem comprar diamantes para seus amores.
Mas aquele presente especial pode ter um passado sangrento. Se os diamantes forem do Zimbábue, as pedras podem ter sido garimpadas sob o controle do Exército do Zimbábue, que a Human Rights Watch descobriu ter matado mais de 200 pessoas, praticado tortura e empregado trabalho forçado, escravo, inclusive de crianças, nas jazidas de diamante Marange, naquele país.
A boa notícia é que os consumidores americanos podem ajudar a expor e acabar com o comércio ilegal dessas pedras. Tudo o que precisam fazer é perguntar aos lojistas qual é a origem dos diamantes e exigir do vendedor a garantia de que as pedram não são provenientes do Zimbábue.
Se o lojista não conseguir comprovar a origem, não compre." Durante várias visitas este ano às jazidas Marange para o Human Rights Watch, eu conversei com mais de 100 pessoas que haviam testemunhado assassinatos e espancamentos, ou sofrido tortura, trabalho forçado, estupro e roubo de seus pertences e propriedades por oficiais militares que controlam os sindicatos da mineração informal.
O Exército rouba e contrabandeia para fora da área pedras em estado bruto, ficando com os lucros substanciais para si e para o partido político do presidente ditador do Zimbabue, Robert Mugabe.
Se garimpados legalmente, os diamantes poderiam beneficiar uma população que tem sido brutalizada pelo mando opressor e um desastre humanitário feito pelo pelo homem. Em vez disso, as pessoas que vivem perto das jazidas vivem numa pobreza abjeta e sob medo constante.
Uma mulher que fora forçada a escavar no garimpo de diamantes me disse: "Esse soldados estavam armados e nos vigiavam todos os dias, enquanto nós trabalhávamos nas jazidas. Trabalhávamos 11 horas por dia, ininterruptas. As crianças também." Quem resistia era torturado, apanhava ou era morto. "Nas jazidas de diamantes, os soldados nos forçavam a entrar numa cela e nos batiam por toda a noite," disse-me um menino de Mutare.
"Éramos obrigados a encher os buracos e fossas feitas pelos garimpeiros com as mãos nuas were. Não nos davam comida nem água."Não deveria ser assim. Sete anos atrás, no rescaldo dos horrendos abusos perpetrados pelos grupos rebeldes Oeste Africanos enriquecidos pelos diamantes, uma instituição internacional apoiada pela ONU - O Esquema de Certificação pelo Processo Kimberley - foi fundada para assegurar que vendedores e consumidores pudessem identificar os chamados diamantes de sangue e impedir seu comércio.
O grupo agora representa 75 países, inclusive o Zimbábue e os EUA, e pretende cobrir 99% da indústria global de diamantes brutos. Mas o Processo Kimberley não foi eficaz em banir a venda e contrabando de diamantes de sangue do Zimbabue e outros países.
Essas gemas continuam chegando às joalherias do mundo todo. No caso do Zimbábue, diamantes de sangue geralmente são contrabandeados para outros mercados através de negociantes não registrados, em países vizinhos como Moçambique ou África do Sul. Esses países não ou não querem ou não certificam a origem e a rota das pedras, que tornam-se misturadas, confundidas, com as de origem legal.
No começo desse ano, uma missão revisora do Kimberley Process descobriu que diamantes do leste do Zimbabwe eram garimpados sob condições de sérios abusos dos direitos humanos e fora dos padrões da organização, que requerem dos membros que assegurem que os diamantes são garimpados de acordo com a lei, documentados e exportados. Mas o Kimberley Process funciona por consenso. Seus membros incluem a Namíbia, Rússia e África do Sul, que apoiam Mugabe e também exportam diamantes para os EUA.
Em consequência de suas objeçõss, o Kimberley Process decidiu em novembro não suspender o Zimbábue nem banir a venda se suas pedras. Sua frágil desculpa foi uma tecnicalidade em seu mandato que define diamantes de sangue como aqueles garimpados por grupos rebeldes abusadores, mas não governos abusadores.Não deveria fazer diferença quem pratica os abusos.
O Kimberley Process, ao falhar em seu trabalho, ldeixa americanos e outros na desconfortável posição de potenciais compradores de diamante de sangue. Consumidores não podem mais assegurar-se de que diamantes com um certificado do Kimberley Process são OK.
Nossas últimas informações são que a situação em Marange permanece igual. Apesar de alegações de que o Exército estava se retirando, a maioria dos garimpos de diamante permanece sob controle militar, com contrabando, violações dos direitos humanos e corrupção não investigados.
Os consumidores americanos podem mandar um forte recado à indústria de diamantes, aos contrabandistas e àqueles que operam jazidas mediante abusos: Não é aceitável negociar pedras garimpadas por crianças cujo trabalho foi feito sob coação, por mulheres estupradas ou por homens torturados.
Portanto, pressione seu joalheiro a respeito da origem das pedras que você pretende comprar. Se forem do Zimbabue, não as compre.
A garimpagem de diamantes no Zimbabue tem infligido grandes danos. Os consumidores americanos precisam se perguntar se desejam pagar um preço moral por uma pedra.
Tiseke Kasambala é pesquisador sênior do Human Rights Watch.
Stem the flow of blood diamonds from Zimbabwe
Consumers can send a powerful message by shunning diamonds from Zimbabwe, where torture, forced labor and other human rights abuses are inflicted in the diamond fields.
By Tiseke Kasambala*
Writing From Johannesburg, South Africa - As Americans flock to stores for holiday shopping, some plan to buy diamonds for loved ones. But that special gift could have a bloody past. If the diamonds are from Zimbabwe, the stones could have been mined under the control of Zimbabwe's army, which Human Rights Watch found has killed more than 200 people, engaged in torture and used forced labor, including children, in the nation's Marange diamond fields.
The good news is that U.S. consumers can help expose and shut down the illegal trade in these diamonds. All they need do is ask their retailers about the source of the diamonds and request the seller to ensure that the gems are not from Zimbabwe. If the retailer can't, then make it "no sale." During several visits this year to the Marange fields for Human Rights Watch, I spoke with more than 100 people who had witnessed killings and beatings or suffered torture, forced labor, rape and the looting of their property by military officials who control informal mining syndicates.
The army pilfers and smuggles out the area's rough gems, keeping the substantial profits for itself and the political party of Zimbabwe's authoritarian president, Robert Mugabe. If mined legally, these diamonds could materially benefit a population that has been brutalized by oppressive rule and a man-made humanitarian disaster. Instead, people near the diamond fields live in abject poverty and constant fear.A woman who had been forced to dig for diamonds told me: "The soldiers were armed and guarded us every day while we worked in the fields. Each day we worked for 11 hours without a break. The children worked the same hours." Those who resisted faced torture, beatings or even death. "At the diamond fields, the soldiers forced us into a cage and beat us throughout the night," a boy from Mutare told me. "We were forced to fill the holes and gullies made by local miners using bare hands. We were given no food or water."It was not supposed to be this way.
Seven years ago, in the aftermath of horrific abuses committed by West African rebel groups enriched by diamond wealth, an international body backed by the United Nations - the Kimberley Process Certification Scheme - was founded to ensure that traders and consumers could identify these so-called blood diamonds and prevent their trade.
The group now represents 75 countries, including Zimbabwe and the United States, and claims to cover 99% of the global rough-diamond industry. But the Kimberley Process has proved to be ineffective in stamping out the smuggling and sale of blood diamonds from Zimbabwe and other countries.
These gems continue to find their way into jewelry stores worldwide. In Zimbabwe's case, blood diamonds often get smuggled onto world markets via unregistered traders in neighboring countries such as Mozambique or South Africa.
These countries either don't or can't certify the origin and flow of the stones, which then become intermingled with legitimate gems. Earlier this year, a Kimberley Process review mission found that diamonds in eastern Zimbabwe are mined under conditions of serious human rights abuses and in breach of the organization's standards, which require members to ensure that diamonds are lawfully mined, documented and exported.
But the Kimberley Process works by consensus. Its members include Namibia, Russia and South Africa, which support Mugabe and which also export diamonds to the U.S. As a result of their objections, the Kimberley Process decided in November not to suspend Zimbabwe or ban the sale of its stones.
Its weak excuse was a technicality in its mandate that defines blood diamonds as those mined by abusive rebel groups, not abusive governments.It shouldn't matter who does the abusing. The Kimberley Process, by failing to do its job, leaves Americans and others in the uncomfortable position of potentially buying blood diamonds. Consumers can no longer be sure that diamonds with a Kimberley Process certificate are clean.
Our latest information is that the situation in Marange remains largely unchanged. Despite claims that the army was withdrawing, most of the diamond fields remain under military control, with smuggling, human rights abuses and corruption unchecked.
American consumers can send a strong message to the diamond industry, the smugglers and those running these abusive mining operations: It is not acceptable to trade in stones mined by children whose labor was coerced, by women who've been raped or by men who've been tortured. So, press your jeweler about the origin of the gems you want to purchase. If they're from Zimbabwe, don't buy them.
Diamond mining in Zimbabwe has inflicted great harm. U.S. consumers need to ask themselves whether that's a moral price they're willing to pay for a stone.
Tiseke Kasambala is a senior researcher with Human Rights Watch.

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