Na conferência do clima, não houve clima para acertos. Os perigos das mudanças climáticas estão, evidentemente, acima da compreensão da lógica econômica, que de lógica nada tem. O nexo econômico não contempla a redução de atividades, que se traduz em recessão. Imagine o seguinte, leitor: por mais longeva que a humanidade possa vir a ser, as coisas materiais são finitas. Os materiais acabam. Até as estrelas se extinguem. Hoje, é possível, talvez, fazer ainda uma escolha. Um dia, não haverá opção. As escolhas que hoje fazemos são quase todas erradas, guerras, trilhões para não deixar bancos quebrar, apoio a empresas grandes demais para falir, e mais apoio ainda à fusão de outras. Cada vez maior concentração, menos empregos, e maior produtividade. Na cabeça de muitos, é preciso ser sempre o líder, um titã com esmagador poder de pressão, seja sobre fornecedores ou consumidores. Hoje, nós somos clientes, mas trabalhamos para os bancos, quando praticamos o autoatendimento na internet, nos caixas eletrônicos, e ainda pagamos caro por isso. Existe uma competição esmagadora, faculdades e diplomas de MBA que não garantem nenhum saber razoável, mas cooperação, atuação conjunta, nada. Ora, num mundo cada vez mais do cada um por si, quem é que irá conseguir orquestrar uma atuação conjunta em prol do bem comum? Para isso, é preciso, antes, muito sofrimento, muitas perdas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário