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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Novo exoplaneta descoberto: GJ 1132b

GJ 1132b está suficientemente próximo para que se observe através de telescópios alguma atmosfera que ele possa ter, o que pode ajudar cientistas a detectar sinais de vida em outros planetas  futuramente

In this artist’s conception GJ 1132b, a rocky planet very similar to Earth in size and mass, circles a red dwarf star. 

Um planeta rochoso do tamanho da Terra que circunda uma pequena estrela próxima poderia ser o mais importante já descoberto fora do sistema solar, dizem astrônomos.
O planeta fica na constelação de Vela, na região sul do céu, e está suficientemente próximo para que se observe através de telescópios alguma atmosfera que possa ter, um procedimento que poderia ajudar a detectar vida em outros planetas  futuramente.
Denominado GJ 1132b, o planeta alienígena é cerca de 16% lmaior que a Terra, e, estando distante 39 anos-luz, está três vezes mais próximo do que qualquer outro planeta rochoso de tamanho semelhante ao da Terra até hoje descoberto orbitando outra estrela. Àquela distância, espera-se que telescópios possam determinar a composição química de sua atmosfera, a velocidade de seus ventos, e a cor de seus pores-do-sol.


Astrônomos detectaram o planeta quando ele se movia através da face de uma estrela anã vermelha com apenas um quinto do tamanho do Sol. Embora muito mais frio e esmaecido que o Sol, GJ 1132b orbita sua estrela tão de perto que a temperatura de sua superfície atinge 260ºC.
Suas  temperaturas são  excessivamente altas para que a superfície possa reter água em estado líquido, o que o torna inóspito à vida, embora não tão quente a ponto de queimar qualquer atmosfera que tenha se formado lá.
“Se este planeta ainda tiver uma atmosfera, então podemos encontrar outros planetas, mais frios, que também têm atmosferas e orbitam pequenas estrelas. podemos então imaginar pequisarmos as atmosferas em busca de moléculas que são originadas por formas de vida,” disse Zachory Berta-Thompson, do Instituto  Kavli de Astrofísica e Pesquisas Espaciais do MIT.
Pesquisadores utilizaram o conjunto MEarth-South, um grupo de oito telescópios robóticos de 40 cm do Observatório Interamericano Cerro-Tololo, no Chile, para detectar o planeta. À medida que girava ao redor de sua estrela, completando uma órbita a cada 1,6 dia, ele produziu uma tênue redução no brilho da estrela, captado pelos telescópios, segundo uma reportagem publicada na revista Nature.
O planetaestá gravitacionalmente travado por sua estrela, assim como a Lua está travada pela Terra, com uma face permanentemente  à luz do dia, e a outra, na escuridão. Dado o tamanho e massa do planeta, os pesquisadores acreditam que ele seja rochoso, como os planetas internos do sistema solar. Ele orbita sua estrela à distância de 1,4 milhão de milhas, muito mais próximo do que Mercúrio,  que nunca está a menos de 36 milhões de milhas do Sol.
Como a anã vermelha é tão pequena, e o planeta está em uma órbita tão próxima, os astrônomos deveriam considerar razoavelmente fácil detectar e estudar qualquer atmosfera que ele contenha. A equipe já requisitou tempo dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer para observarem o planeta mais detalhadamente.
Drake Deming,  astrônomo da Universidade de Maryland, disse que GJ 1132b era “indiscutivelmente o mais importante planeta já descoberto fora do sistema solar”. Sua proximidade e órbita ao redor de uma anã vermelha permitirão aos astrônomos estudar o planeta com uma fidelidade sem precedentes. “Ele está próximo, é parecido com a Terra, e sua estrela não interferirá,” disse Drake.


“GJ 1132b é demasiado quente para ser habitável, e os cientistas ainda têm de explorar completamente nossas vizinhanças cósmicas em busca de mundos que potencialmente abriguem formas de vida,”  nota ele em um artigo na mesma edição da Nature.
O planeta se tornará um objetivo principal para missões futuras também, inclusive o Telescópio Espacial James Webb, que deverá ser lançado em 2018, e o  Gigantesco Telescópio de  Magalhães, no Chile, que deverá entrar em operação em 2025.
A descoberta surgiu quando os cientistas anunciaram que haviam descoberto o mais distante objeto do sistema solar, um astro congelado distante do Sol mais de 100 vezes do que a Terra. O objeto situa-se além da borda do cinturão de Kuiper, onde está situado o planeta anão Plutão, e na região do espaço dominada pela chamada Nuvem de Oort, uma vasta concha de objetos gelados, onde acredita-se que cometas como o Hale-Bopp se formaram.
Detectado com o telescópio Subaru em Mauna Kea, Havaí, o objeto distante tem, pelo menos, 500 km de diâmetro, mas não foi rastreado por tempo suficiente para se determinar a trajetória completa de sua órbita.

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