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quarta-feira, 22 de abril de 2015

O Telescópio Horizonte de Eventos (EHT)


Um telescópio do tamanho da Terra irá permitir aos astrônomos ver o buraco negro existente no centro da Via Láctea.
Cientistas por todo o globo estão atualmente conectando telescopes por todo o planeta para formar o Event Horizon Telescope — EHT  (Telescópio Horizonte de Eventos), que será o primeiro instrumento a obter fotos detalhadas de um buraco negro.
Embora o buraco negro da Via Láctea, chamado Sagittarius A* (pronuncia-se ‘Estrela Sagitário A’), tenha uma massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol, é minúsculo aos olhos dos astrônomos.
É o equivalente a estar em Nova York e ler a data em uma moeda na Alemanha, ou alguém, da Terra, enxergar uma toranja na Lua.
Mas, se a iniciativa tiver êxito, irá provar, pela primeira vez, que buracos negros não têm ‘ horizontes de eventos’ – Uma fronteira da qual nada consegue escapar, nem mesmo a luz.
"Os objetivos do EHT são testar a teoria geral da relatividade de Einstein, entender como buracos negros comem e geram fluxos relativísticos para o exterior, e provar a existência do  horizonte de eventos, ou 'borda,' de um buraco negro," diz Dan Marrone.
Nesta semana, o Telescópio do Polo Sul conectou-se  com o Atacama Pathfinder Experiment, o Large Millimeter Telescope no México, o Submillimeter Telescope no Arizona, o Combined Array for Research in Millimeter-wave Astronomy na Califórnia, o Submillimeter Array e o James Clerk Maxwell Telescope no Havaí,  e os telescópios Institute for Radio Astronomy Millimetrique (IRAM) na Espanha e França.
“Para fazer isso funcionar, temos de levar tecnologia de ponta a alguns dos mais remotos pontos da Terra”, diz Alan Roym,  do Instututo Max Planck de Radioastronomia.
“É um desafio logístico incluir um número crescente de telescópios do Havaí à Europa, da América do Norte ao Chile, e ao Polo Sul, para nos fornecer imagens de muito melhor qualidade e nitidez.”
Com sua resolução sem precedentes, mais de 1.000 vezes superior à do Hubble, o EHT deverá poder ver o gás rodopiando em seu mergulho final sobre o horizonte de eventos, para jamais retomar contato com o restante do universo.
Se a teoria da relatividade geral estiver  correta, o buraco negro propriamente dito será invisível porque nem mesmo a luz pode escapar de sua imensa atração gravitacional. Entretanto, ainda assim, ele poderá ser visto como um silhueta escura.
Postulada pela primeira vez pela Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein, a existência dos buracos negros é, desde então, embasada por décadas de observações astronômicas.
Acredita-se agora que a maioria das galáxias, se não todas,  abriguem um buraco negro supermassivo em seus centros, e outros, menores, formados a partir de estrelas em colapso, devem estar espalhados por entre suas estrelas.
Sabe-se que a Via Láctea abriga cerca de 25 pequenos buracos negros, variando entre cinco e dez vezes a massa do Sol. mas ninguém até hoje viu um desses de perto.
O acréscimo do Telescópio do Polo Sul aprimora os experimentos anuais do EHT, que combinam  telescópios por todo o mundo. Vários novos telescópios estão sendo preparados para juntar-se ao EHT no próximo ano.

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