Pesquisar conteúdo deste blog

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Duas novas luas em Júpiter




A descoberta recente de duas novas luas de Júpiter eleva a 65 o número total de satélites conhecidos em torno do gigante gasoso. Júpiter mantém assim o recorde como o planeta com o maior número de luas identificadas no sistema solar, seguido de Saturno com 62 satélites confirmados.

S/2010 J1 e S/2010 J2


A descoberta remonta ao passado 7 de setembro quando, utilizando o telescópio Hale de 5 metros em Monte Palomar (Califórnia), os astrônomos Jacobson, Brozovic, Gladman e Alexander fizeram as primeiras observações em que apareciam indícios de um novo satélite em torno de Júpiter. Na noite seguinte, Christian Veillet apontou o espelho de 4 metros do telescopio Canadá-França-Havaí (CFHT) para o gigante gasoso e não apenas confirmou a descoberta da equipe de Jacobson, como descobriu outra lua ainda menor.

As descobertas se deram num momento especialmente favorável às observações, quando Júpiter se encontrava numa oposição particularmente próxima à Terra. Observações posteriores  permitiram confirmar a existencia das luas e determinar algumas de suas características.

As duas luas foram designadas provisoriamente S/2010 J1 e S/2010 J2.As observações indicam que seus tamanhos são de 2 km e 1 km, respectivamente, e que suas órbitas são altamente irregulares (muito excêntricas e inclinadas). Ambas as luas orbitan  uma zona exterior do sistema joviano e seguem um movimento retrógrado, i.e, o sentido de seu movimento é contrário ao do giro do planeta e ao das órbitas dos maiores satélites interiores.

Tudo  indica, pois, que estes pequenos satélites são corpos que ficaram presos no enorme campo gravitacional do gigante gasoso em um tempo remoto, quiçá pouco depois da formação do próprio sistema solar, quando o número de fragmentos sobrantes da formação dos planetas era muito grande no meio interplanetário.

65 luas

Os quatro maiores satélites de Júpiter (Io, Europa, Ganímedes e Calisto) foram descobertos por Galileu em 1610. Estes foram os primeiros corpos do sistema solar observados orbitando  um corpo diferente do Sol e da Terra. Júpiter com estas grandes quatro luas tem o aspecto de um sistema solar em miniatura, o que transmitiu ao astrônomo de Piza uma grande confiança na teoría heliocêntrica de Copérnico.

As quatro luas galileanas são muitíssimo maiores que todas as outras luas jovianas. Entre as quatro a massa é 300 vezes maior que a de todos os outros satélites juntos. Estes quatro grandes satélites são esferoidais, com órbitas regulares e aproximadamente circulares que seguem o mesmo sentido da rotação do planeta.

Similares aos satélites de Galileu, embora bem menores, há outros quatro satélites mais interiores: Amaltea, Metis, Adrastea e Tebe. Este grupo (conhecido coletivamente como grupo de Amaltea) tem pois, como o grupo galileano, uma origem estreitamente ligada à formação do planeta.

Contudo, os outros 57 satélites conhecidos de Júpiter (incluindo os dois descobertos agora) são pequenos corpos que orbitam a distâncias muito maiores do planeta, seguindo movimentos frequentemente retrógrados e irregulares.

Acredita-se que a maior parte destas luas foram asteroides que passavam perto de Júpiter nos momentos inicias de sau formação e foram capturados em órbitas heterogêneas.

Muitos destes asteroides se partiram em pedaços menores pelas tensões originadas pela captura ou mediante colisões com outros corpos. Cada uma destas fragmentações deu lugar a uma família de satélites similares das quais várias foram  identificadas.

Recorde de satélites

Com 65 satélites conhecidos, Júpiter bate um novo recorde em número de luas. É seguido por  Saturno com 62 satélites identificados. Depois vem Urano com 27 e Netuno com 13. Se acrescentarmos os dois de Marte e a Lua (não se conhece nenhum satélite em Mercúrio nem Vênus), resulta que entre os oito planetas do sistema solar há um total de 170 satélites confirmados.

Naturalmente os planetas anões (entre os quais se encontram Plutão e Eris) também podem ter satélites e, até aqui, se conhecem, seis satélites de esta classe.

Ocorre que alguns dos satélites dos oito grandes planetas são maiores que os planetas anões. Na verdade, por se encontrarem orbitando diretamente o Sol, as luas galileanas deveriam ser classificadas como planetas anões.


Nenhum comentário:

Postar um comentário