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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Africa's fake pharmaceuticals / Medicamentos falsos na África

Medicamentos falsos na África
O mercado de Adjegounle, em Benin, é uma porção de farmácias de rua, onde a "cura" e a "morte" encontram-se regularmente.
A alguns quilômetros do centro de conferências do Benin, onde o ex-presidente da França, Jacques Chirac apresentou uma campanha global contra medicamentos falsificados esta semana, centenas de vendedores fazem negócios animados, mercadejando todos os tipos de fármacos adulterados.
Adjegounle, o bairro das "drogas", que se espalha por mais de 1.000 metros quadrados no coração de Dantokpa, o maior mercado da metrópole beninesa, está sempre lotado, até aos domingos.
Aisha, 31, senta-se sob o escaldante calor tropical, o suor escorrendo pelo seu rosto, atrás de sua barraca em que ela expõe todos os tipos de medicamentos falsificados que vende como ambulante."Como podem nos impedir, se não estamos fazendo nada de errado?"desafia."Todos os dias, eu termino o dia com uma média de 600.000 Francos da Comunidade Financeira Africana FCFA (US$ 1.370). Eu sustento minha família inteira," diz Aisha, aparentemente alheia às mortes e devastação causadas por fármacos adulterados.
Pelo menos 250 mortes e 340 casos de doenças crônicas relacionados a tais drogas foram registrados entre abril de 2007 e junho de 2008 pelo Centro Médico National e Universidade de Cotonou, segundo uma tese médica.
No pequeno e empobrecido país do oeste africano, onde mais de 6,8 % da população está desempregada e o setor informal da economia responde por mais de 80% do PIB nas áreas urbanas, os habitantes dizem que viram com o que está ao seu alcance.
"Para nós, é uma vantagem. Aqui, eu compro uma caixa de Bristopen (antibiótico) por 2.500 FCFA (US$ 5.71) enquanto numa farmácia sai por 6.000 FCFA. O mesmo ocorre com drogas antimaláricas: aqui, eu pago 1.500 FCFA, contra 3.000 FCFA na farmácia" diz Jean Soton, cliente de Aisha.
O governo parece alheio e impotente para banir a praga das "farmácias de rua", como são chamadas aqui."Nós abastecemos a maior parte de Gana e a vizinha Nigéria e pagamos impostos como os de qualquer outro produto."Estabelecidos no mercado, nós pagamos 72.000 FCFA (US$ 171) pelas licenças e taxas municipais e temos permissão de venda da Sogema (a agência que gerencia os mercados)," diz Cherifath Adimi, farmacêutica em Adjegounle há 42 anos.
"Há até ONGs vendendo medicamentos. Nós, às vezes, nos abastecemos nas farmácias oficiais. Não estamos fazendo nada ilegal," diz.
Redes de medicamentos falsificados têm sido acusadas de tirar proveito dos sistemas regulatórios farmacêuticos frágeis ou inexistentes na África - e em todos os lugares - para desovar drogas com pouco ou nenhum ingrediente ativo no continente.
"A ausência de facilidades e infraestrutura criou um terreno fértil para esse tipo de prática obscena, com a consequente falência da aplicação das leis existentes no sistema legal," diz Sadikou Alao, consultor do Conselho dos Farmacêuticos do Benin.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, algo como 200,000 mortes poderiam ter sido evitadas anualmente, não fosse o uso disseminado de medicamentos falsificados. A OMS calcula que os medicamentos falsificados representam 10 por cento da indústria farmacêutica global, cerca de 45 bilhões de euros.
Em 2006, 300 mortes foram registradas só no centroamericano Panamá , em decorrência do uso de drogas falsificadas. Cerca de 100 bebês morreram na Nigéria ano passado após receberem um falso xarope analgésico de paracetamol.
A iniciativa de Chirac, apresentada aqui ao governo do Benin's segunda-feira, busca despertar a cosnciência entre os líderes políticos de todo o mundo para que trabalhem no combate à proliferação desses fármacos falsificados, uma prática que ele classificou de "criminosa".
"De todas as desigualdades, a mais dolorosa é a da saúde," disse Chirac, após o encontro com os llíderes do Benin, Burkina Faso, Central Africa Republic, Niger, Congo RDC, Senegal e Togo.
"Não me digam que isto não é um crime!" disse ele, citando as estatísticas da OMS que indicam que aproximadamente um de cada quatro medicamentos vendidos em países em desenvolvimento é falsificado.
Africa's fake pharmaceuticals problem
Benin's Adjegounle market is a kingdom of street pharmacies, where 'cure' meets 'kill' on a regular basis.
A few kilometres from Benin's conference centre where France's former president Jacques Chirac introduced a global campaign against counterfeit drugs this week, hundreds of vendors make brisk business peddling all types of bogus pharmaceuticals.
Adjegounle, the "drugs" district that spans over 1,000 square metres (more than 10,000 square feet) in the heart of Dantokpa, the largest market in the Beninese metropolis, is always packed, even on Sundays.
Aisha, 31, sits under sweltering tropical heat, sweat dripping down her face, behind her stall on which she displays all kinds of fake drugs that she is hawking.
"How can you stop us when we have done nothing wrong?" she challenged.
"Every day, I leave the market with an average of 600,000 Communauté Financière Africaine Franc FCFA (US$ 1370). I support my entire family," said Aisha, apparently unperturbed by the deaths and devastation that has been blamed on adulterated drugs.
At least 250 deaths and 340 cases of chronic illnesses linked to such drugs were recorded between April 2007 and June 2008 by the National Medical Centre and University of Cotonou, according to a medical thesis.
In the small, impoverished west African country where more than 6.8 percent of the population is jobless and where the informal sector accounts for over 80 of the gross domestic product in urban areas, inhabitants say they make do with what is within their means.
"For us, it's an advantage. Here I buy a box of Bristopen (an antibiotic) at 2,500 FCFA (US$ 5.71) while in the pharmacy it costs 6,000 FCFA. Same for anti-malaria drugs: here I pay 1,500 FCFA compared to 3,000 FCFA in pharmacy," said Jean Soton, one of Aisha's clients.
The government appears absent and powerless to stamp out the scourge of "street pharmacies", as they're called here.
"We mostly supply to Ghana or neighbouring Nigeria and pay customs duty like any other product.
"Once on the market, we pay 72,000 FCFA (US$ 171) in licence fees to the municipality and we have vending permits from Sogema (the market management agency)," said Cherifath Adimi, a pharmacist in Adjegounle for the last 42 years.
"There are even NGOs who come to sell drugs. We sometimes source from official pharmacies. We are not doing anything illegal," she said.
Counterfeit medicine networks have been accused of taking advantage of poor or non-existent drug regulatory systems in Africa - and elsewhere - to dump drugs with little or no active ingredient in the continent.
"The lack of facilities and infrastructure has created a breeding ground for this kind of obscene practice, with the consequent failure to implement existing laws," said Sadikou Alao, advisor to the Benin College of Pharmacists.
According to the World Health Organisation (WHO), some 200,000 deaths could be prevented each year had it not been for the use of counterfeit drugs.
The WHO estimates that fake medicines represent 10 per cent of the global pharmaceutical industry at some 45 billion euros.
In 2006, 300 deaths alone were recorded in the central American country of Panama as a result of using counterfeit drugs. Nearly 100 babies died in Nigeria last year after being administered with fake pain-killing paracetamol syrup.
Chirac's initiatiave, introduced here in Benin's seat of government on Monday, aims at raising awareness among political leaders around the world to work against the proliferation of such fake pharmaceuticals, a practice he described as a "crime".
"Of all the inequalities, the most painful is the inequality in health," said Chirac, after he met leaders of Benin, Burkina Faso, Central Africa Republic, Niger, the Republic of Congo, Senegal and Togo.
"Do not tell me that it is not a crime!" he said citing WHO statistics indicating that an estimated one in every four medicines sold in developing countries is a counterfeit.

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