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quinta-feira, 19 de abril de 2007

O grande patrimônio

Todo empresário consciente sabe que os funcionários são o maior patrimônio de uma empresa, são eles que a fazem funcionar; máquinas e prédios nada são sem a presença humana. Pois se valem tanto, é preciso que sejam tratados da maneira que merecem: da forma mais humana possível, fazendo com que se sintam seguros e que possam confiar na companhia, da mesma forma que esta espera poder confiar neles. Como a mais óbvia das coisas, e também a mais certa, é o dito de que “o exemplo vem de cima”, eles têm que saber que a empresa tem por filosofia um comportamento íntegro, sempre enxergando o lado humano tanto dos empregados quanto dos clientes como a mais prioritária das coisas, dentro do âmbito profissional. Nenhum trabalhador irá render mais se for pressionado em demasia; ao contrário, irá cometer mais erros do que o razoável, somatizará sua angústia, adoecendo, mais cedo ou mais tarde. E todo aquele investimento aplicado em seu treinamento irá pelos ares. Desta forma, só têm a perder as firmas que abusam do seu direito de cobrar resultados, talvez porque os gerentes ou diretores se sintam onipotentes e, por conseguinte, se esqueçam de enxergar o lado humano de seus colaboradores, acreditando que deles podem extrair máximo. Como alguém pode ser plenamente produtivo se não tem tempo de ficar sozinho consigo mesmo para que possa se reavaliar, se reencontrar, ter um mínimo de ócio para, digamos, pensar na vida, ou no que mais lhe dê prazer e lhe alivie o peso de um ambiente esmagador, onde, no mais das vezes, impera a competição, em lugar da cooperação? Um diretor ou gerente devem ser escolhidos pela sua forma humanística de ver as pessoas, sua capacidade de empatia - que, ao contrário do que se pensa, significa se ver no lugar do outro -, mais do que por qualquer outro talento. Tem que se mostrar acessível, amigo, jamais temido, o que não afasta, em hipótese alguma, o respeito. Ao contrário, quanto mais humano – e não paternalista - se mostrar, mais admirado será, maior será a confiança que os demais terão nele. Não parece algo saudável estimular-se a competição entre colegas - pois a competição, muitas vezes, gera desconfiança e animosidade -, e sim a cooperação, criando-se um clima de confiança mútua, de solidariedade. É assim que um companheiro de trabalho irá ajudar o outro, porque o clima é positivo, porque aquela é a religião de todos naquele ambiente. Se uma firma não tiver consciência de sua função social, talvez até ganhe muito dinheiro por algum tempo, ou por muito tempo, mas não sobreviverá se com ela competirem outras que valorizam o ser humano. É muito apregoada no âmbito empresarial a necessidade primordial de se conquistar clientes, todavia, ninguém se lembra de conquistar funcionários. Não cooptá-los através de prêmios, coisas fugazes, alcançadas através da competição, mas fazer com que se apaixonem pela companhia e por seu trabalho. Aí sim, terão pessoas que vestem a camisa, como, talvez, num casamento, onde os parceiros devem se conquistar mutuamente todos os dias, para que a relação não resvale para o terreno do tédio e do descaso. E quanto mais unidos forem, colegas e patrões, mais fortes e seguros se sentirão, pois a unidade descarta a solidão, fortalece a auto-estima e afasta o receio da perda do emprego. Assim, é preciso trabalhar de portas abertas, ou seja, de forma que todo e qualquer integrante do corpo de colaboradores da empresa, inclusive fornecedores e clientes, tenham livre acesso a todos os níveis hierárquicos, do supervisor ao presidente. Que saibam que suas idéias e reclamos serão ouvidos com isenção, livrando-se, assim, da eventual tirania de um chefe mal escolhido para a função de comando. De outra forma, as pessoas se consumirão, umas no trabalho, outras no comando, na mera luta pela sobrevivência, para, doentes, perceberem que trabalharam tanto e tão duro por, apenas, uma inscrição numa lápide.

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