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quinta-feira, 19 de abril de 2007

O CAMINHO DO MEIO

É melhor não encher totalmente um vaso do que tentar carregá-lo se estiver cheio (Lao-Tsé) Assim como o calor muito forte, o frio extremo também queima. Por isto, o conforto está no meio. Tudo, na natureza,- inclusive na natureza humana- é regido pelo equilíbrio, a palavra mágica do universo. No equilíbrio, os corpos celestes mantêm sua dança cósmica. A diferença entre o remédio e o veneno está na dose, até a água ingerida em demasia pode matar. O corpo humano se mantêm em estado de equilíbrio das funções, obedecendo a intervalos extremamente exíguos de temperatura, equilíbrio ácido-base (ph), quantidade de hormônios e outros parâmetros . Nascer, crescer, amadurecer e morrer, tudo isto transcorre de maneira muito rápida. O tempo é muito sutil, passa rápido sem que percebamos. É certo que o trabalho dá sentido á vida, seja ele remunerado ou voluntário, humanitário. Como é preciso viver também, diz Roberto Frejat em sua música Amor pra recomeçar, temos que trabalhar para ganhar algum - ou muito- dinheiro. Uns trabalham por amor, outros por ambos, amor e necessidade, alguns odeiam o que fazem. Em todos os casos, corre-se o risco de trabalhar em demasia, negligenciando-se a saúde, física e mental. Física, no sentido de que o corpo tem seus limites e cobra um preço alto de quem os excede com freqüência. Mental, quando se percebe que o que se ganha não compensa o que se perde. Sair de casa com os filhos dormindo e voltar com eles já novamente adormecidos é um preço alto a pagar pelo sucesso, pelo acúmulo de patrimônio, pelo prestígio. Obviamente, nem todos têm a opção de diminuir sua carga de trabalho, muita gente tem mais de um emprego para poder pagar as contas no fim do mês. E aí? Diminuem-se os gastos, as contas, e , conseqüentemente, a carga de trabalho? Procura-se um trabalho menos desgastante? Num país onde ter um emprego é uma bênção? Indo-se por partes, peguemos os casos onde há opções de se reduzir a carga de trabalho. Profissionais liberais, empresários – estes podem e devem delegar tarefas- podem optar por uma vida mais espartana, porém mais satisfatória, afinal, de que adianta ganhar rios de dinheiro e ir parar numa UTI ? Trabalhadores abnegados como alguns médicos, enfermeiros e outros , idealistas, devem ter em mente que precisam respeitar os limites que são próprios de cada um, do contrário, não poderão, se ficarem doentes, ajudar mais ninguém. Mas, e os empregados que sofrem pressões enormes por resultados? Gerentes de bancos, por exemplo, têm, em média, oitenta produtos para vender, além de outras responsabilidades. Se a pessoa gosta do que faz e não excede seus horários, não se estressará tanto, mas se trabalha naquilo sem muito entusiasmo, é melhor procurar outra coisa. Para muita gente, trabalho é diversão, no bom sentido, de que nem vêem o tempo passar. Ainda assim, fazendo-se o que dá prazer, corre-se o risco de sofrer algum estresse. Por este motivo, é preciso desligar, mudar de canal, de estação. Ler um livro, ver um filme, dormir um pouco mais, praticar alguma atividade, física ou não, que conduza a um reequilíbrio. Meditar é algo que comprovadamente traz benefícios físicos. Ver os amigos, ir a um bar, jogar conversa fora. Estabelecer um horário para chegar em casa e ver os filhos, nem que sejam apenas duas vezes por semana, mas que seja sagrado.E jamais usar o trabalho como fuga. Vinícius De Morais gravou uma música que tem tudo a ver com este tema: “Testamento”. É bom prestar atenção na letra. O velho Vini sabia viver.

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