Pesquisar conteúdo deste blog

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Além da política

Terá havido um tempo na história da humanidade em que, havendo mais de duas pessoas na Terra, uma não tenha querido tirar proveito da outra? Será que o egoísmo é inerente à espécie humana? Mas e o inverso, o altruísmo, a solidariedade, comuns a tantas outras almas, não serão eles traços inatos de caráter? Se a vida terrena fosse um oceano de rosas, de bem-aventurança, não haveria aquela coisa tão essencial a tudo que é matéria, e mesmo energia: os opostos. Nada que não tenha seu oposto parece fazer sentido. Há como valorizar a beleza sem a feiúra? Pode-se aferir o bem sem contrapô-lo ao mal? Sim, porque o absoluto é uma utopia, excetuando-se a velocidade da luz, até onde sabemos. A Teoria da Relatividade é baseada num absoluto, a inatingível velocidade da Luz. Energia e matéria se equivalem, são intercambiáveis, pode-se transformar uma na outra e todo átomo é composto de partículas subatômicas que são energia: o elétron tem carga negativa; o próton, positiva, e o nêutron, como diz o nome, tem carga zero. Mas quem dera parássemos por aqui! Há mais, muito mais por detrás das partículas subatômicas, coisas malucas como os hádrons, os múons, e depois disso tudo, as Supercordas, sob as quais reside uma teoria de que o universo é composto de onze dimensões, sendo uma temporal (mas para enlouquecer ainda mais os físicos, cogita-se da existência de mais de uma dimensão temporal). Hoje a ciência e a religião se debatem , trocam farpas a respeito da Teoria da Evolução de Darwin e o Criacionismo Bíblico. Bem, todos na comunidade científica parecem concordar a respeito do Big-Bang, a teoria que diz que havia alguma coisa, um ponto, de massa inacreditavelmente densa, cuja explosão gerou tudo o que existe, numa catarse de energia incrivelmente alta. Charles Darwin não está errado, absolutamente, mas a questão que se impõe é como a vida se aperfeiçoou de tal forma. Se os criacionistas defendem que só uma inteligência superior poderia ter ‘projetado’ algo tão perfeito como o corpo humano, o olho, a mão, eles têm razão. Mas Darwin não pode ser colocado de lado por isto, a evolução pode muito bem ter sido uma combinação de criacionismo e de evolucionismo, deixando de lado essas coisas machistas de Adão e Eva, de ela ter sido criada a partir de uma costela dele. Nosso grande Albert Einstein jamais descartou a obra divina, e numa de suas várias manifestações a respeito do criador, disse: o que me intriga é se Deus tinha outra escolha (a respeito da criação, do universo, das leis da física). Intrigado com a física quântica, proferiu a famosa frase: “Deus não joga dados”. Einstein morreu sem conseguir tecer a “Teoria do campo unificado”, que juntaria a mecânica quântica, do mundo do muito pequeno com a Teoria da Relatividade, das coisas grandes. Mas nos deixou um legado e tanto, seja científico, seja humanístico, nas suas idéias pacifistas. Porque nada é só ciência; existe a vida, essa coisa mágica, inexplicável. Hoje a Teoria Final, se assim podemos ousar dizer, das Supercordas, progride, mas é ainda apenas uma vaga promessa, permeada de incertezas, muito distante ainda da nossa vã compreensão. Seja lá como for, prisioneiros de uma vida de expiações ou não, provisoriamente livres quando sonhamos, ou definitivamente, quem sabe, quando morrermos, só terá sentido essa nossa existência se pudermos disseminar a fértil semente do amor, se nos distanciarmos do consumismo estúpido que não leva a nada, se nos imunizarmos contra a ganância e nos guiarmos pelo altruísmo. Bem, exemplos não nos faltam; quando Einstein foi convidado a lecionar em Princeton (EUA), perguntado a respeito do salário que almejava, disse: três mil dólares anuais, ao que foi cutucado por sua mulher, que disse: dezesseis mil. Considere o leitor que os valores são de várias décadas atrás. Não que não devamos almejar uma vida melhor, mas se somos bafejados pela sorte, não custa ajudar a quem precisa, nada menos que cerca de 80% da humanidade. Se fizermos algo pelos que estão próximos de nós, ao nosso alcance, nossas vidas já terão tido algum sentido. Escrevi este artigo para me distanciar um pouco desta coisa cansativa que é a política, ou melhor, a baixa política. Perdoe-me o leitor por alguma eventual imprecisão no texto, que não sou físico, embora adore o tema.

Nenhum comentário:

Postar um comentário