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terça-feira, 10 de abril de 2007

A incansável batalha de uma família por justiça

A família de um brasileiro humilde demonstra, em sua busca por justiça, inquebrantáveis fé e tenacidade na luta contra uma Justiça cega às evidências e surda aos seus apelos. Mais do que isso, fazem seus parentes, em sua elegante e comovente perseverança, ouvidos moucos ao dito, quase sempre verdadeiro, de que os “longos braços da Lei” só alcançam os menos favorecidos.Assim têm agido os parentes do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto em 2005, em Londres, por incompetentes agentes da Scotland Yard, a polícia inglesa, que a Justiça do Reino Unido absolveu sem muitas delongas, tampouco esforços.É tristemente curioso que os ingleses adotem um conceito muito particular do significado de assassinato, especialmente quando a vítima é um “mero” imigrante “brazuca”. Para a Procuradoria-Geral Britânica, segundo a BBC, “não há evidências suficientes para se fazer uma denúncia por crime de assassinato”. Que provas materiais seriam mais eloqüentes do que um corpo estendido num vagão de metrô, desarmado, sem bomba alguma a ele atada, perfurado por sete ou oito tiros de potente pistola, desferidos na cabeça, por trás e sem a menor chance de defesa? Não, não é um simples crime, mas uma atrocidade, com requintes de incompetência, um homicídio com agravantes, como a impossibilidade de defesa da vítima e a quantidade de disparos que o atingiram.Ainda segundo a BBC, a Polícia Metropolitana será julgada, apenas, por violação das leis sanitárias, por não haver oferecido proteção adequada ao brasileiro no dia de sua morte. Proteção adequada? Zombaria tem limites, desde quando matar um suspeito – se é que assim poderia de fato ser considerado – pelas costas é falta de proteção? Quem, de posse de um mínimo senso de lógica haverá de encampar tamanho eufemismo?Jean Charles, o eletricista brasileiro, trabalhador, foi “confundido” com um terrorista. “On what ground”, caberia perguntar, em inglês (com base em quê?).Nem sequer nossa diplomacia teve a decência de protestar veementemente contra a barbárie cometida por agentes públicos contra um brasileiro. A mesma diplomacia que se diz tão eficiente em seu tolo terceiro-mundismo, abandona os pais de um filho da pátria em sua luta contra o gigante – o Estado Britânico- Os advogados da família da vítima – que não dispõe de recursos financeiros para pagar seus honorários, se cobrados forem – têm razão quando brandem um gritante truísmo: os direitos humanos de Jean foram violados. Claro, o direito à vida, além daquele bastante óbvio, o de não ser condenado – como foi, à morte – sem um julgamento. Mas foi, sim, sumariamente julgado por seus algozes, que gozam de liberdade, quiçá de prestígio também.Um primo de Jean diz que as autoridades querem esconder a verdade, numa clara armação. Não, a verdade é inescondível, está escancarada aos olhos do mundo, e não há de ser tratada com menos rigor, nem de merecer menor clamor da sociedade por ter vitimado uma só pessoa.Não há distinção entre tiranos, seja o que mata um ou que assassina centenas de milhares de pessoas. Todo assassino é um tirano, porque desrespeita o mais básico dos direitos, o de viver.Como já está meridianamente claro que não se pode contar com nenhum dos governos, o britânico e o brasileiro, os compatriotas de Jean Charles de Menezes devem estender a mão a seus familiares, protestando, assumindo aquilo que caberia à nossa hoje inssossa e dogmatizada diplomacia, liderada por um patético chanceler que não se pejou em chamar o presidente de “Nosso Guia”, फज़र

2 comentários:

  1. AQUI, O E-MAIL DO EMBAIXADOR DE SUA MAJESTADE NO BRASIL, PETER COLLECOTT: karine.neves@fco.uk

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  2. Corrigindo, o e-mail correto é:

    KARINE.NEVES@FCO.GOV.UK

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