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sexta-feira, 23 de março de 2007

CONSCIÊNCIA E ANIMA

Li outro dia notícia que o cientista americano descobridor da molécula do DNA, cujo nome não me recordo, fez uma nova descoberta: que a consciência seria fruto de reações químicas no cérebro, não havendo, pois, aquela coisa chamada “alma”. Em sendo assim, poderíamos considerar que não somos muito mais do que “chips” vivos, que um dia serão simplesmente desativados, ou queimados, naquilo que seria a nossa velha conhecida : a morte. Refletindo sobre isto, pergunto então qual a razão de existirmos, acumularmos experiências, termos sentimentos tão sublimes quanto o amor e a solidariedade, ou tão baixos quanto o ódio e a inveja. O homem sempre temeu a morte, creio que mais por não saber o que viria depois dela, se é que viria algo, o clássico medo do desconhecido. Muito admiro o referido cientista, pois a descoberta da estrutura do DNA foi um dos mais importantes passos da ciência, mas não seria demais afirmar que não existe alma? A concordar com ele, junto com a morte do corpo físico, viria o fim da consciência, não havendo, portanto, para decepção de muitos e alívio de outros tantos, a chamada vida eterna. Eis então que a morte , seja qual for a hipótese do que lhe sobrevenha, tem tudo para ser uma coisa positiva, porquanto se nada houver depois dela, e sendo a vida, para a maioria dos habitantes do planeta, uma jornada penosa, a infindável luta pela sobrevivência, muitos , a grande maioria, vivendo em condições sub humanas de extrema miséria, ou , ainda que não miseráveis, adoentados, física ou mentalmente, representaria um grande alívio. E se, na hipótese contrária, houver uma continuação da consciência pós morte , e excluindo-se a hipótese pessimista de que haja o inferno, existindo apenas o céu, ou uma outra dimensão, onde poderíamos repassar nossa vida, rever nossos erros e acertos, também seria a morte uma coisa positiva, ainda mais se houverem outras vidas, na chamada reencarnação. Portanto, quer esteja o cientista certo ou errado, devemos nos tranqüilizar a respeito da morte, pois em qualquer das duas únicas hipóteses possíveis, quais sejam a sobrevivência da consciência ou a sua total extinção, ela é um alívio, ao menos para quem se vai.

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