Pesquisar conteúdo deste blog

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Desativar certos genes pode prolongar o tempo de vida em 60 por cento

Cientistas  descobriram mais de 200 genes associados ao envelhecimento, e chegaram à conclusão de que sua desativação prolonga o tempo de vida

O segredo de prolongar a vida por décadas pode estar na desativação de certos genes, acreditam cientistas, após demonstrarem que pequenas alterações genéticas podem fazer com que organismos vivam por um tempo 60 por cento maior.
Dez anos de pesquisas sobre envelhecimento realizadas pelo Instituto Buck de Pesquisas Sobre Envelhecimento e a Universidade de Washington permitiram identificar 238 genes que, quando desativados, aumentam o tempo de vida de células de levedo.
Muitos dos genes estão também presentes em mamíferos, inclusive humanos, o que sugere que sua desativação poderia aumentar consideravelmente o tempo de vida.
“Este estudo contempla o envelhecimento no contexto de todo o genoma e nos dá uma visão mais completa de o que é o envelhecimento,” disse o autor principal, dr. Brian Kennedy.
"Quase metade dos genes que descobrimos que afetam o envelhecimento são conservados nos mamíferos.
"Teoricamente, quaisquer  desses fatores poderiam ser objetivos terapêuticos para aumentar a saúde. O que temos de fazer agora é descobrir quais deles são bons alvos.”
Para determinar quais genes eram responsáveis pelo envelhecimento, os pesquisadores examinaram 4.698 cepas de levedo, cada uma com uma a desativação de um só gene, e então monitoraram o tempo de vida das células até que sua divisão cessasse.
Eles descobriram que a desativação de um gene chamado LOS1 produziu resultados particularlmente impressionantes, estendendo o tempo de vida em 60 por cento. O LOS1 está relacionado a uma chave geral genética que há muito tempo tem sido associada à restrição calórica através do jejum e ao aumento do tempo de vida.
"Sabe-se, há muito tempo, que a restrição calórica aumenta o tempo de vida de forma duradoura," acrescentou o Dr. Kennedy.
O coautor Dr Mark McCormick, do Instituto Buck, disse: "Nossos melhores resultados foram desativações de um gene que aumentaram o tempo de vida em cerca de 60 por cento, em comparação ao do levedo normal."
No começo deste ano, acadêmicos da Universidade do Sul da Califórnia descobriram que um regime de cinco dias que imita o jejum pode desacelerar o envelhecimento, acrescentar anos de vida às pessoas, reforçar o sistema imunológico e reduzir o risco de cardiopatias e câncer.
O plano restringe a ingestão de calorias a algo entre um terço e metade das quantidades normais.
No ano passado, a mesma equipe descobriu que o jejum pode regenerar todo o sistema imunológico, trazendo uma porção de benefícios para a saúde a longo prazo.
Quando os humanos testaram o regime, obtiveram, em três meses, uma redução dos biomarcadores associados ao envelhecimento, diabetes, câncer e doenças cardíacas, além de reduzir a gordura corporal total.
Os pesquisadores acreditam que isso funciona reduzindo a presença de um hormônio que incentiva o crescimento e tem sido associado à suscetibilidade ao câncer. Em síntese, ele engana o corpo para que envelheça mais lentamente.
O novo estudo foi publicado na revista Cell Metabolism.

Nenhum comentário:

Postar um comentário