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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Aviões sem janelas













Desenvolvedores do Reino Unido estão trabalhando na remoção das janelas dos aviões a fim de aliviar seu peso e economizar combustível, substituindo-as por paineis de telas inteligentes exibindo a vista.
É uma visão de futuro que irá deixar alguns maravilhados e outros talvez aterrorizados, no caso de pessoas que têm medo de voar: um avião sem janelas que, não obstante, permite aos passageiros ver o que se passa no exterior, além de verificarem seus emails e utilizarem a internet.
Numa visão de como poderia ser a próxima geração de aviões comerciais dentro de pouco mais de uma década, as janelas seriam substituídas por telas de comprimento integral, permitindo uma visão constante do mundo lá fora. Os passageiros poderiam ligá-las e desligá-las de acordo com suas preferências, identificar vistas por toques na tela ou até simplesmente utilizar a internet.
O conceito em fase inicial do avião sem janelas, baseado na tecnologia usada em telefones móveis e televisões, surgiu no Centro de Processos de Inovação (CPI), uma instituição que trabalha com empresas para o desenvolvimento de novos produtos. Eles imaginam como grandes mostradores de alta definição, ultra finos e leves poderiam formar o interior da fuselagem, exibindo imagens do exterior através de uma série de câmeras montadas no exterior do avião.
Mas a verdadeira ambição ecoa uma busca constante na indústria da aviação: como  reduzir o peso e, por sua vez, o consumo de combustível, o qual, por seu turno, poderia levar a redução nas tarifas. Segundo a CPI, para cada 1% de redução no peso de uma aeronave, há uma economia de combustível de 0,75%.
O conceito surgiu depois de imaginar-se como eletrônicos que podem ser impressos, nos quais o centro é especializado, poderiam ser usados.
“Nós andamos conversando com as pessoas da indústria aeroespacial e entendemos que havia essa necessidade de eliminar peso das aeronaves,” diz o Dr Jon Helliwell, da CPI. Para colocar janelas em aviões, é preciso reforçar a fuselagem,diz, e a eliminação delas em favor de paredes ou telas torna a fuselagem mais leve.
“Basta acompanhar o raciocínio lógico. Se removermos as janelas – que é o que se faz em aviões cargueiros – o que os passageiros farão? Pensando bem, somente as pessoas que se sentam próximas às janelas sentirão a diferença.”
Esses aviões futurísticos teriam painéis de telas exibindo qualquer vista do exterior que o passageiros desejasse; uma visão que se moveria de acordo com a direção de seus olhos.
As telas seriam feitas com o uso de diodos orgânicos emissores de luz (OLEDs) – uma combinação de materiais que emitem luz quando ativados por eletricidade. Os problemas com a tecnologia envolvem o preço e sua sensibilidade à umidade, o que atualmente faz com que eles geralmente sejam encapsulados com vidro inflexível, sendo tipicamente vistos em telefones móveis e televisores. O avanço crucial, diz Helliwell, seriam OLEDs flexíveis, que permitiriam a criação de telas adequadas para aviões. O empresa de equipamentos eletrônicos LG recentemente postou um vídeo de uma tela de 18 polegadas que se dobra e torce enquanto as imagens na tela são transmitidas sem interrupção.
“Seria ótimo fazer dispositivos baseados em OLEDs flexíveis. Podemos produzir transístores flexíveis,mas de pudermos fazer OLEDs flexíveis, isso nos dará um grande potencial de mercado porque podemos imprimir OLEDs em embalagens,  criar mostradores flexíveis,” disse.
A CPI é uma das sete entidades da High Value Manufacturing Catapult, um grupo que recebe financiamento governamental para alimentar o crescimento na manufatura. Parte da forma como a CPI opera é identificando os desafios da indústria – como o avião sem janelas – e desenvolver formas de vencê-los, diz Helliwell.
Utilizando £35 milhões de libras de equipamentos avançados em suas instalações de Sedgefield, a CPI diz estar trabalhando em tecnologias para avançar OLEDs flexíveis e lidar com problemas de custo e durabilidade.
Isso, por sua vez,  poderia levar ao desenvolvimento dos OLEDs, e do avião sem janelas, mas também poderia ser utilizado em “embalagens inteligentes” para medicamentos ou alimentos, que conteriam informações  que poderiam ser exibidas em telefones móveis.
Um dos primeiros passos para o desenvolvimento dos OLEDs é uma máscara que ajuda a tratar doenças oculares características de diabéticos. O dispositivo, da PolyPhotonix, que foi desenvolvido na CPI, tem a finalidade de interromper o colapso dos vasos sanguíneos que ocorre através da retinopatia diabética. Com o uso do dispositivo, o olho é induzido a pensar que é dia, período em que não ha o mesmo problema com o colapso dos vasos sanguíneos.
O conceito para o avião, diz Helliwell, permitiria aos passageiros ver o lado de fora, e, ao mesmo tempo, produzir uma fuselagem mais leve, uma ideia que levou a discussões com a indústria aeroespacial. A ideia de ter os revestimentos de mostradores no interior do avião poderia tornar-se realidade dentro de10 anos, depois que outros "componentes formadores" para o desenvolvimento dos OLEDs estiverem completos, diz. “Estamos falando sobre isso agora porque combina com o tipo de cronograma de desenvolvimento que eles têm agora na indústria aeroespacial.
“Então, você poderia ter um mostrador próximo a um assento, se quisesse, ou uma área em branco próxima a um assento; você teria total flexibilidade para onde colocar os paineis de telas. Poderia pôr telas na traseira dos assentos do meio e ligá-las às mesmas câmeras.”

O que são OLEDs

OLEDs são uma combinação de materiais avançados que emite luz própria quando ativados por eletricidade, e são usados tipicamente para a produção de telas e iluminação. Ao contrário das telas de LCD e plasma,eles não necessitam de luz de fundo, o que significa que utilizam menos energia e podem ser muito mais finos do que outros tipos de mostradores, além de apresentarem maior contraste. Entre as pretensões para os OLEDs estão imprimi-los em folhas ou colocá-los como papel de parede em salas, efetivamente transformando as paredes em luzes.

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