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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Estrelas tempestuosas


Esta concepção artística mostra como poderia ser o clima em astros semelhantes a estrelas frias, chamados anãs marrons.. Estas gigantescas bolas de gás começam suas vidas como estrelas, mas, mas perdem a massa para manter a fusão nuclear que ocorre em seus núcleos e, vão se tornando apagas e frias com o tempo.


Nuvens rodopiantes de tempestade podem estar presentes o tempo todo em corpos celestes frios chamados anãs marrons. Novas observações feitas com o Telescópio Espacial Spitzer da Nasa indicam que a maioria das anãs vermelhas apresentam uma ou mais tempestades do tamanho de planetas, parecidas com a Grande Mancha Vermelha de Júpiter.
"Quando as anãs marrons giram sobre seus eixos, a alternância do que se acredita serem regiões sem nuvens e regiões nubladas produz uma variação de brilho periódica que pode ser observada," disse Stanimir Metchev, da Universidade de Ontario Ocidental, no Canadá. "Estes são sinais de irregularidade na camada de nuvens."
Metchev é o pesquisador principal da pesquisa de anãs marrons. 
As anãs marrons se formam como as demais estrelas, mas não têm  massa suficiente para a fusão contínua de átomos, deixando de evoluir como estrelas plenas. São, sob certos aspectos, assemelhados a Júpiter em massa.
Cientistas acreditam que as regiões nubladas das anãs marrons assumem a forma de tempestades  torrenciais, acompanhadas de ventos e, possivelmente, relâmpagos mais violentos do que os que ocorrem em Júpiter ou qualquer outro planeta do sistema solar. Entretanto, as anãs marrons até agora estudadas são quentes demais para que haja chuva de água; em vez disso, astrônomos acreditam que a chuva nessas tempestades, assim como as nuvens, sejam compostas de areia quente, ferro derretido ou sais. 
Em um programa do Spitzer denominado "Clima em Outros Mundos! ("Weather on Other Worlds"), astrônomos utilizaram o telescópio espacial infravermelho para observar, por até 20 horas, 44 anãs marrons girando sobre seus eixos.Resultados anteriores haviam indicado que algumas anãs marrons têm clima turbulento, e, assim, os cientistas esperavam ver uma pequena fração de variação de brilho com o tempo. No entanto, para surpresa deles, metade das anãs marrons apresentaram as variações. Quando se considera que metade dos objetos seria orientada de forma que suas tempestades estariam ocultas, ou visíveis sempre da mesma forma, imutáveis, os resultados indicam que a maioria das anãs marrons, se não todas, é varrida por tempestades.
"Precisamos do Spitzer para fazer isso," disse Metchev. "O Spitzer está no espaço, acima do brilho térmico da atmosfera terrestre, e tem a sensibilidade necessária para ver variações no brilho das anãs marrons."
Os resultados trouxeram mais uma surpresa. Algumas das anãs marrons giravam muito mais lentamente do que qualquer outra anteriormente medida, uma descoberta que não teria sido possível sem as longas e ininterruptas observações do Spitzer feitas do espaço. Astrônomos pensavam que assumiam altas velocidades de rotação quando se formavam e contraíam, e que essa rotação não se reduzisse com o tempo.
"Ainda não sabemos por que essas anãs marrom em especial giram tão lentamente, mas há inúmeras hipóteses interessantes," disse Heinze.  "Anãs marrons de giro muito lento podem ter-se formado de modo incomum — ou podem ter até mesmo terem se desacelerado por ação da gravidade de planetas ainda não descobertos, em órbitas bem próximas a elas."
O trabalho poderá levar a uma melhor compreensão não só das anãs marrons, mas, também, de seus "irmãos menores": os planetas gigantes gasosos. Pesquisadores dizem que o estudo do clima das anãs marrons irá abrir novos caminhos para a compreensão do clima em outros planetas fora do sistema solar, os quais são difíceis de estudar devido ao brilho ofuscante de suas estrelas. As anãs marrons são laboratórios climáticos para o estudo de planetas, e, segundo os novos  resultados, esses laboratórios estão em toda parte.

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