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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Resultados do Kepler inauguram uma nova era na astronomia

Dos dados obtidos pelo Kepler nos três primeiros anos, surgiram mais de 3.500 planetas potenciais. Desde a última atualização, em janeiro, o número de possíveis planetas  identificados pelo Kepler aumentou 29 por cento, totalizando agora 3.538, análise chefiada por Jason Rowe, cientista de pesquisas do SETI.

SETI

Cientistas de todas as partes do mundo estão se reunindo esta semana no Centro de Pesquisas  Ames para discutir as últimas descobertas da análise de dados do Telescópio Espacial Kepler. Incluindo a descoberta de 833 novos possíveis planetas, dez dos quais têm menos de  duas vezes o tamanho da Terra e orbitam a zona habitável de suas estrelas. Novos dados de análise e pesquisas do Kepler mostram também que a maioria das estrelas de nossa galáxia têm ao menos um planeta.


Os 833 novos possíveis planetas, serão anunciados hoje pela equipe do Kepler. Dez deles têm menos de duas vezes o tamanho da Terra e orbitam suas estrlas dentro da zona habitável, a qual é definida como a faixa de distância de uma estrela onde a temperatura superficial de um planeta orbitando-a pode ser adequada á presença de água em estado líquido.
Nesta conferência, dois anos atrás, a equipe Kepler anunciou seu primeiro planeta confirmado na zona habitável, Kepler-22b. Desde então, quatro outros possíveis planetas na zona habitável foram confirmados, inclusive dois em um só sistema.
Novos dados de análise e pesquisa do Kepler  também mostram que a maioria das estrelas de nossa galáxia têm ao menos um planeta. Isso sugere que a maioria das estrelas do céu noturno pode abrigar sistemas  planetários, alguns dos quais talvez como o nosso sistema solar.

Legendas: No alto: Tamanhos de Possiveis Planetas. Totais em novembro de 2013. Super Earth-size: do tamanho de Super Terras. Earth-size: do tamanho da Terra. Neptune-size: do tamanho de Netuno. Jupiter-size: do tamanho de Júpiter. Larger: maiores.
"O impacto dos resultados da missão Kepler na pesquisa de exoplanetas e astrofísica estelar é ilustrado pelo comparecimento de cerca de 400 cientistasde 30 países na Conferência Científica  Kepler," disse William Borucki, cientista do Kepler e principal investigados em Ames. "Nós nos reunimos para comemorar e falar sobre nosso sucesso coletivo na inauguração de uma nova era da astronomia."
Dos dados do Kepler obtidos nos três primeiros anos, surgiram mais de 3.500 planetas potenciais. Desde a última atualização, em janeiro, o número de planetas potenciais identificados pelo Kepler aumentou 29 por cento, chegando agora a 3.538. Uma análise liderada por Jason Rowe, cientista de pesquisas do Instituto SETI, em Mountain View, Califórnia, determinou que o maior aumento, de 78 por cento, foi verificado na categoria de planetas do tamanho da Terra, com base em observações  conduzidas de maio de 2009 a Março de 2012. As descobertas de Rowe embasam a tendência observada de que planetas menores são mais  comuns.
Uma análise estatística independente de quase todos os quatro anos de dados do Kepler sugere que uma em cada cinco estrelas como o Sol abriga um planeta de até duas vezes o tamanho da Terra, orbitando em um ambiente temperado. Uma equipe de pesquisas chefiada por Erik Petigura,  candidato a doutorado da Universidade da Califórnia em Berkeley, utilizou dados do Kepler de acesso público para chegar a este resultado.
Dados do Kepler também alimentaram outro campo da astronomia chamado asterosismologia — o estudo do interior das estrelas. Cientistas examinam ondas sonoras geradas pelo movimento de fervura sob a superfície da estrela. Eles sondam a estrutura interior de  estrelas, assim como geólogos usam ondas sísmicas geradas por terremotos para sondar a estrutura interna da Terra.
"As estrelas são os componentes fundamentais das galáxias, promovendo sua evolução e proporcionando portos seguros para planetas. Para estudar as estrelas,  explora-se, na verdade, a galáxia e nosso lugar dentro dela," disse William Chaplin, professor de astrofísica da Universidadede Birmingham, no Reino Unido. "O Kepler  revolucionou a asterosismologia ao nos fornecer observações de qualidade sem precedentes, com duração e continuidade, de milhares de estrelas. Estes são os dados com os quais mal sonhávamos alguns anos atrás."
A missão do Kepler é determinar qual porcentagem de estrelas semelhantes ao Sol abrigam pequenosl planetas com o tamanho e temperatura aproximados aos da Terra. Durante quatro anos, o telescópio espacial monitorou simultênea e continuamente o grau de brilho de mais de 150.000 estrelas, registrando uma medição a cada 30 minutos. Falta ainda revisar e analisar dados obtidos durante mais de um ano.

Tradução de Luiz Leitão


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