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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Cometa Dom Quixote

   Legenda acima: Esq. Cometa, coma e cauda | Dir. Cauda do cometa (sem a coma)

Com a ajuda do Telescópio Espacial Spitzer, astrônomos  descobriram que aquilo que se pensava ser uma grande asteróide, chamado  Dom Quixote, é, na verdade, um cometa. NASA/JPL

Durante 30 anos, um grande asteróide próximo à Terra vagou por seu caminho, intrépido e solitário, passando diante dos olhos dos cientistas que o observavam com telescópios, guardando algo só para si. O objeto, chamado Dom Quixote, cuja jornada se estende até a órbita de Júpiter, agora parece ser um cometa. 

A descoberta resultou de um projeto em andamento coordenado por pesquisadores da Universidade do Norte do Arizona, em Flagstaff, utilizando o Telescópio Espacial Spitzer da NASA. Com uma atenção muito  concentrada e alguma sorte, eles encontraram provas de atividade de um cometa, que havia escapado à detecção durante três décadas. 

Os resultados mostram que Dom Quixote não é, na verdade, um cometa morto, como antes se acreditava, mas tem uma esmaecida coma e cauda. Na verdade, este objeto, o terceiro maior asteróide próximoà Terra conhecido, circunda a Terra com uma órbita errática e estendida, e está "muito molhado," disse David Trilling, da Universidade do Norte do Arizona, com grandes depósitos de dióxido de carbono e, presumivelmente, gelo de água. Dom Quixote tem cerca de 18 km de comprimento. 

"Esta descoberta de emissão de dióxido de carbono de Dom Quixote exigiu a sensibilidade e as lentes infravermelhas do telescópio Spitzer , e não teria sido possível tuilizando-se telescópios no solo," disse Michael Mommert, que conduziu a pesquisano Centro Alemão Aeroespacial, em Berlim, antes de mudar-se para a   Universidade do Norte do Arizona. Esta descoberta sugere que dióxido de carbono e água podem estar  presentes também em outros asteróides próximos à Terra. 

As implicações têm menos a ver com um potencial impacto, que é extremamente improvável neste caso, e mais com "as origens da água na Terra," disse Trilling. Impactos com cometas como Dom Quixote durante o tempo  geológico podem ter sido a fonte de ao menos parte dela, e a quantidade existente em Don Quixote representa cerca de 100 bilhões de toneladas de água — mais ou menos o mesmo volume do Lago Tahoe, na Califórnia. 

Tradução de Luiz Leitão


With the help of NASA's Spitzer Space Telescope, astronomers have discovered that what was thought to be a large asteroid called Don Quixote is in fact a comet. Image credit: NASA/JPL

For 30 years, a large near-Earth asteroid wandered its lone, intrepid path, passing before the scrutinizing eyes of scientists armed with telescopes while keeping something to itself. The object, known as Don Quixote, whose journey stretches to the orbit of Jupiter, now appears to be a comet. 

The discovery resulted from an ongoing project coordinated by researchers at Northern Arizona University, Flagstaff, Arizona., using NASA's Spitzer Space Telescope. Through a lot of focused attention and a little luck, they found evidence of comet activity, which had evaded detection for three decades. 

The results show that Don Quixote is not, in fact, a dead comet, as previously believed, but it has a faint coma and tail. In fact, this object, the third-biggest near-Earth asteroid known, skirts Earth with an erratic, extended orbit and is "sopping wet," said David Trilling of Northern Arizona University, with large deposits of carbon dioxide and presumably water ice. Don Quixote is about 11 miles (18 kilometers) long. 

"This discovery of carbon dioxide emission from Don Quixote required the sensitivity and infrared wavelengths of the Spitzer telescope and would not have been possible using telescopes on the ground," said Michael Mommert, who conducted the research at the German Aerospace Center, Berlin, before moving to Northern Arizona University. This discovery implies that carbon dioxide and water ice might be present on other near-Earth asteroids, as well. 

The implications have less to do with a potential impact, which is extremely unlikely in this case, and more with "the origins of water on Earth," Trilling said. Impacts with comets like Don Quixote over geological time may be the source of at least some of it, and the amount on Don Quixote represents about 100 billion tons of water — roughly the same amount that can be found in Lake Tahoe, California. 


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