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terça-feira, 11 de junho de 2013

Falsa democracia



Com razão, diz o Estadão no editorial Falsa democracia (4/5.A-3) que governos autoritários nunca traem sua natureza, referindo-se à Bolívia de Evo Morales. O texto descreve à perfeição a trajetória daquele país rumo ao totalitarismo, e talvez sirva para nos lembrar que o Brasil, decerto ainda em menor grau, envereda pela mesma trilha, com réus assumindo cargos no Congresso e nas Assembleias dos Estados, e ditando leis para amordaçar Judiciário e Ministério público. Não é por outra razão que se deve dar ouvidos a vozes lúcidas — embora não tão sonoras quanto o canto de sereia populista do lulopetismo —, hoje um tanto raras, como a do ministro Joaquim Barbosa ao lutar bravamente pela condenação da quadrilha do mensalão e criticar o foro privilegiado, que perpetua impunidades, instituído muito lá atrás, na Constituição de 1891. Aliás, uma versão mais escandalosa da prerrogativa de foro beneficia governadores, que só podem ser investigados com a autorização das Assembleias, que, evidentemente, nunca a concedem. Já não é de hoje, portanto, que somos uma democracia em progressivo desvirtuamento.

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