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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O fim das sacolas plásticas



Distribuída a partir de 25 de janeiro, a sacolinha biodegradável que os supermercados venderão a R$ 0,19 (as atuais custam R$ 0,03) terá o benefício ambiental plenamente atendido somente em 2014, quando o país pretende universalizar a coleta seletiva de lixo.


Mas no Brasil não se pretende adotar sacolas de papel em substituição às plásticas.

Embora biodegradáveis e recicláveis, elas demandam mais energia em sua produção e transporte do que as plásticas, são potencialmente menos reutilizáveis e geram metano em aterros.


"Então, a questão não é plásticos nem papel, já que a fabricação de sacolas de papel requer quatro vezes mais energia do que a necessária à produção das de plástico, e 20 vezes mais água, além de mais energia na reciclagem.


Sacolas de pano tampouco são ideais porque têm de ser usadas 131 vezes para reduzir seu impacto ambiental em relação ao causado por sacolas plásticas de uso único ( na verdade, aqui no Brasil, elas são muito reaproveitadas como sacos de lixo). Mas apesar de toda a nossa preocupação e ativismo, o uso de sacolas plásticas só tem aumentado.

O negócio é outro, é preciso mudar os hábitos, e isso se aplica a todas os problemas ambientais.

Entre outras coisas, vale perguntar: é preciso trocar de aparelho telefônico celular anualmente, como tanta gente faz? Ou ter mais de um deles, como é o caso do Brasil, com mais celulares do que habitantes (é verdade que há aparelhos que comportam 2 linhas, mas ainda assim o número é escandaloso, por volta de 250 milhões, para uma população de 200 milhões de pessoas)?

 
O Japão é o grande exemplo de eficiência na reciclagem.Em 2010, 77% do plástico lá utilizado foi reciclado. O país tem várias leis que regulam a reciclagem do lixo plástico desde 1997, quando empresas e consumidores passaram a ser obrigados a separar o lixo plástico.

A lista de itens plásticos que podem ser reciclados cresceu, abrangendo caixas, estojos, envoltórios, copos, pratos, tubos, tampas, e muitos outros.

Em 2006, o Japão reciclou 2,1 milhões de toneladas de plástico, e outros 4,8 milhões de toneladas foram submetidas à chamada "reciclagem térmica", que consiste, entre outras coisas, na conversão em substâncias químicas úteis e na queima para gerar energia.

A maioria das residências tem de separar embalagens e garrafas de polietileno tereftalato, o PET, cujos rótulos devem ser arrancados antes de elas serem jogadas fora.

As leis se tornaram ainda mais severas ante o aumento do lixo gerado por sua população de 127 milhões, aliado à falta de espaço para novos aterros sanitários.

Artigos de uso doméstico como embalagens de alimentos e rótulos de garrafas PET contêm sinalização indicativa da necessidade de tratá-los como lixo plástico. Os artigos são geralmente recolhidos gratuitamente, em dias alternados com os da coleta de lixo comum, orgânico.


No Japão, a reciclagem de garrafas PET foi de 72% em 2010, contra 48% na Europa, 29% nos EUA e 15% no Brasil.

O material reciclado é usado na indústria têxtil, na produção de caixas para ovos e em outras finalidades. Muito do que é reciclado no Japão é exportado para outros países da Ásia, onde é empregado na fabricação de brinquedos e jogos.

Novas tecnologias estão ajudando a fazer crescer os índices de reciclagem de garrafas PET. A indústria alimentícia Ajinomoto apresentou recentemente uma garrafa feita toda de PET reciclado. A firma pretende usar 4.500 toneladas de PET reciclado em suas garrafas de bebida anualmente.

As coisas seriam mais fáceis no Japão se os fabricantes reduzissem as quantidades de invólucros que usam.


No Japão, ao contrário de outros países, há uma tendência ao uso excessivo de invólucros. Sanduíches são vendidos em caixas plásticas com tampa, que são ainda envoltas em mais plástico.


Evidentemente, índices de reciclagem próximos de 100% são inimagináveis, mas comparado aos demais países, o Japão está bem à frente.

É fácil ter uma ideia da amplitude da prática de reciclagem no Brasil. Basta perguntar a alguns vizinhos e conhecidos se eles separam para reciclagem embalagens, papel, etc.

Em São Paulo, o caminhão de coleta de reciclagem da prefeitura passa uma vez por semana, mas falha, às vezes. E é de duvidar que essa coleta seja feita em todas as ruas da cidade.

Uma coisa é certa: com ou sem sacolas plásticas, separar o lixo orgânico (restos de alimentos, cocô, fraldas descartáveis, etc.) do reciclável não dá tanto trabalho assim.




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