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sábado, 26 de novembro de 2011

Os escorchantes preços dos combustíveis



É interessante o diálogo da imprensa britânica com o poder público, em defesa dos contribuintes. Como o leitor verá no texto abaixo, a matéria desce a lenha na qualidade das estradas inglesas, do transporte público - pelo jeito quase tão ruim quanto o nosso (o que um brasileiro imaginaria impossível) pelos padrões europeus.

Levando em conta as diferenças salariais e de custo de vida, nota-se que o preço no cartaz acima, correspondente a R$3,96, é de fato muito acima do nosso, o qual, por sua vez, é bem superior aos praticados nos Estados Unidos.

É de notas que Londres tem, há décadas, uma extensa e ampla rede de metrô. Mas, pelo jeito, nem ela dá conta da infindável e crescente demanda da população. 
Segundo o caderno Motoring, do jornal inglês The Telegraph, o parlamento britânico parece finalmente ter acordado para a irritação do público  com o crescente aumento dos preços dos combustíveis, depois de receber uma petição onlie subscrita por cais de 110.000 motoristas, que o brigou a Câmara dos Comuns a debater a questão este mês.

O governo, no entanto, se manteve irredutível após o debate. Vince Cable, secretário de comércio, disse que os ministros já haviam "feito muito" pelos motoristas, e que estes não devem esperar receber “brindes”. 
O Telegraph Motoring replica que manter inalterados os impostos que incidem sobre combustíveis não é um “brinde”, mas, sim, uma necessidade econômica. O governmo não deve mais esperar enquanto os motoristas – entre os quais se incluem pequenos comerciantes, grandes empresas de transporte de carga, taxistas, proprietários de frotas de veículos, mães que levam os filhos à escola e quase todas as residências e empresas do país – são afetados por mais um aumento de impostos sobre combustíveis.
Os motoristas ingleses já são mais penalizados do que quaisquer outros de países membros da União Europeia, desde as estradas terrivelmente movimentadas e esburacadas, até os impostos que influemj muito pouco nos congestionamentos, preços de estacionamento exorbitantes em cidades que nada fazem além de desincentivar as pessoas, para melhorar o movimento do comércio local, permissões de estacionamento para os moradores baseados em  critérios absurdos, como o comprimento do automóvel ou o tamanho (potência) do motor, e uma rede ferroviária sobrecarregada, que não permite às pessoas opção além dos carros.

É uma afronta então o governo se achar no direito de  aumentar o imposto sobre os combustíveis, fazendo os preços nas bombas dos postos britânicos figurarem entre os mais altos do mundo, com 66% do seu custo indo direto para os cofres públicos.
Os preços do diesel e da gasolina sem chumbo subiram quase 40% desde 2007, e o Tesouro acrescentou mais 2.5 pence por litro de combustível no tributo chamado VAT, durante o ano passado.
O tributo sobre os combustíveis pesa para as comunidades sem acesso adequado à rede de  transporte público. E onera também os trabalhadores de serviços essenciais, que têm, em geral, salários mais baixos e são obrigados a utilizar seus carros para ir trabalhar nos horários em que não há transporte público. Pesa também no bolso de famílias numerosas, para as quais usar o carro para transportá-la sai mais barato do que arcas com as tarifas ferroviárias escandalosamente altas cobradas nos horários de pico. É um fardo para mães com crianças pequenas berrando em carros apertados e desengonçados, que não têm como encarar ônibus lotados com passageiros indiferentes. E representa um peso para motoristas sem condições financeiras de trocar seus carros velhos e beberrões pelos modernos híbridos de 30.000 libras (87.000 reais), ou por veículos elétricos.



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