A Rede das Sobreviventes ao Ácido (ASN) foi formada em 2006, em Sirajganj, Bangladesh. A entidade oferece assistência médica e jurídica a mulheres vítimas de ataques com ácido, ajudando-as a enfrentar a rejeição na comunidade. A ONG ActionAid auxilia a ASN através de sua organização parceira, a Sharp (Programas Sociais de Saúde e Reabilitação).
A moça da foto, Neela Khatunis, 17, é uma das mais de 2.700 vítimas de ataques com ácido perpetrados em Bangladesh nos 10 últimos anos.
'Meu marido estava bravo ... porque ele exigia um dote e minha família não tinha condições de dar nada,' ela diz. 'Ele pretendia me vender na Arábia Saudita – quando eu me recusei a ir, ele jogou ácido sobre mim e fugiu'.
Obrigada a se casar ao 12 anos, Neela tinha apenas 14 quando seu marido a atacou. Hoje, ele guarda no vestíbulo uma foto anterior ao ataque sofrido. Não obstante as grandes cirurgias de reconstrução facial a que foi submetida, Neela tem ainda a orelhas esquerda totalmente destruída.
O marido dela está preso, consequência de uma campanha levada a cabo ao longo de um ano por entidades beneficentes como a ActionAid. Mas poucos agressores são punidos: dos 2.742 ataques com ácido relatados ocorridos nos últimos 10 anos em Bangladesh, menos de 450 autores foram condenados.
Testemunhas oculares, geralmente assustadas, têm medo de depor e, por conta da falta de provas, os tribunais rejeitam vários casos. As vítimas sofrem também, é claro, psicologicamente. As pacientes internadas no Dhaka Medical College – a única unidade especializada em queimaduras em todo o país – recebem apoio e tratamento psicológico de longo prazo.
No país, o rosto da mulher é tido como sagrado; tê-lo marcado por cicatrizes permenantes significa desonra para a família, além de um sinal público de vergonha.
http://www.actionaid.org.uk/
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