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terça-feira, 12 de julho de 2011

floriano martins & viviane de santana paulo

Almavagava



o teu olhar rascunhava um estranho destino na pele de meu sonho carvão aflito por repetidas noites incompreendido
mensagem a expulsar-me do sítio em que me encontrava preso nas geometrias dos nossos soluços silenciosos
dos sinônimos retorcidos nas linhas verticais do passado     tu me entregaste as retas que nunca fizeram
parte de mim e sim das grades do teu abandonar-me
e quanto mais esboças a ausência de teus pequenos truques eu me deixo atrair por esses recursos famélicos do dia
a linha falaz do horizonte por trás das ruínas urbanas
a corredeira metálica das ansiedades     a catedral do silêncio suspensa em pleno centro do nada
e por mais que tente sair de ti ali te encontras uma vez mais como uma incógnita que não se esgota
acidente a represar minha alegria de viver
e por mais que eu não me entregue ao reverso do cotidiano     à correnteza que desloca as demandas intrínsecas     foram invertidos os nossos papéis     somos um os traços do outro
e criamos o outro dentro de nós     com os meros rabiscos que os olhos extraem do amálgama da realidade
o mercúrio que separa o ouro da areia separa a alma que vaga
na sola dos pés sonâmbulos     embora gasto o mecanismo
não encerra sua jornada     buscar as pegadas mais profundas e a riqueza do carvão sobre uma folha de dia claro


Almavagava



tu mirada esbozaba un extraño destino en la piel de mi sueño carbón afligido por repetidas noches incomprendido
mensaje expulsándome del sitio en que me encontraba preso en las geometrías de nuestros llantos silenciosos
de los sinónimos retorcidos en las líneas verticales del pasado tú me entregaste las rectas que nunca hicieron
parte de mí y sí de las rejas de tu abandono
y  en cuanto más esbozas la ausencia de tus pequeños trucos yo me dejo atraer por esos recursos famélicos del día
la línea falaz del horizonte detrás de las ruinas urbanas
la cascada metálica de las ansiedades     la catedral del silencio suspendida en pleno centro de la nada
y por más que intente salir de ti allí te encuentras una vez más como una incógnita que no se agota
accidente que represa mi alegría de vivir
y por más que yo no me entrego al reverso de lo cotidiano     a la corriente que disloca las demandas intrínsecas     fueron invertidos nuestros papeles     somos uno los trazos del otro
y creamos el otro dentro de nosotros     con los meros garabatos que los ojos extraen de la amalgama de la realidad
el mercurio que separa el oro de la arena separa el alma que vaga
en la suela de los pies sonámbulos     aunque gasto el mecanismo
no encierra su jornada     buscar las huellas más profundas y la riqueza del carbón sobre una hoja de día claro



A L M A V A G A V A
Your look scribbled a strange destiny in the skin of my dream
Afflicted coal by repeated night misunderstood
Message  expel me form the site where I found myself
trapped in the geometry o four silent  hiccups
of the twisted synonyms in the vertical lines of past
You delivered to me the straights that were never part of  me but of the grids of your abandoning me
And the more you  outline the absence of your small tricks
I let myself be attracted by these puckish resources of the day
The fallacious line of horizon behind the urban ruins
The metallic rip tide of anxieties the cathedral of silence
suspended amidst the very centre of nothing
and  the more I try to get out of you there you are once again
like an endless unknown accident to dam my joy of living
And the more I don’t surrender to the reverse  of  daily

– to the flow which  displaces the intrinsic demands –
Were inverted our roles We are each the traces of the other

and we create the other inside  us with the mere scribbles

which the eyes extract from the  amalgam of reality

The Mercury that separates gold from sand separates the wandering soul

In the sole of  the somnambulist feet Although worn out the mechanism
Doesn’t finish its journey Seek the most profound footprints and the richness of coal over a leaf of a clear day


poema | floriano martins & viviane de santana paulo
plástica | dheyne de souza
traducción | gladys Mendía
english translation | luiz leitão
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