China's dark side / O escuro da China

O grande país de 1,3 bilhão de habitantes, herdeiro de cultura e sabedoria milenares, tem um lado nojento, pavoroso.

O totalitarismo, na pavorosa , pragmática, inclemente decisão de condenar a onze longos anos de prisão o dissidente Liu Xiabobo, pelo "crime" de "subversão" ao criticar o regime e defender os direitos humanos em seu país.

Liu fundou a Charter 8, um manifesto assinado por 303 intelectuais e ativistas chineses, em defesa da reforma da Constituição da República Popular da China. Eis a sua íntegra:

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Este ano, a Constituição da China completa cem anos, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz 60 anos, e é também o 30º aniversário do nascimento do Muro da Democracia, e o décimo ano desde que a China assinou a Convenção Internacional de Direitos Civis e Políticos. Após passar por um longo período de desastres no campo dos direitos humanos, e um tortuoso esforço e resistência, os cidadãos chineses despertam e vão gradativa e mais claramente reconhecendo que a liberdade, igualdade, e direitos humanos são valores comuns compartilhados por toda a humanidade, e que a democracia, uma república, o constitucionalismo constituem a base do quadro estrutural da moderna governança. Uma "modernização" com o abandono desses valores universais a quadro básico político é um processo desastroso que priva os humanos de seus direitos, corrói a natureza humana, e destrói a dignidade da pessoa. Para onde irá a se voltar a China no século 21? Continuar a "modernização" sob esse tipo de governança autoritária? Ou reconhecer os valores universais, assimilar a corrente principal da civilização, e erguer um sistema político democrático? Esta é uma decisão importante que não pode ser evitada.

”

Como documento de origem chinesa, é inusual ao clamar por maior liberdade de expressão e por eleições livres. Foi publicado em 10 de Dezembro de 2008, dia do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e seu nome é uma referência ao Capítulo 77, escrito por dissidentes na Checoslováquia.Desde a sua publicação, mais de 8.100 pessoas dentro e fora da China assinaram o Charter 8.

Hoje, Liu é condenado por pregar a liberdade, enquanto Mao Tsé Tung, o grande tirano e assassino tem sua face estampada em todas as notas de yuan, ou renmibi, a moeda chinesa.

The great 1.3 billion country, with its millenarian culture and wisdom, has a parodaxal, filthy side. Totalitarism, in the horrible, pragmatic, inclement decision of convicting to a 11-year term inprisonment sentece dissident Liu Xiabobo for the "crime" of "subversion" by criticizing regimen and defending human rights in his country. Liu founded Charter 8, a manifesto subscribed by 303 chinese intellectuals and activists, claiming for the reforming of China People's Republic's Constitution. It reads:

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This year is the 100th year of China's Constitution, the 60th anniversary of the Universal Declaration of Human Rights, the 30th anniversary of the birth of the Democracy Wall, and the 10th year since China signed the International Covenant on Civil and Political Rights. After experiencing a prolonged period of human rights disasters and a tortuous struggle and resistance, the awakening Chinese citizens are increasingly and more clearly recognizing that freedom, equality, and human rights are universal common values shared by all humankind, and that democracy, a republic, and constitutionalism constitute the basic structural framework of modern governance. A "modernization" bereft of these universal values and this basic political framework is a disastrous process that deprives humans of their rights, corrodes human nature, and destroys human dignity. Where will China head in the 21st century? Continue a "modernization" under this kind of authoritarian rule? Or recognize universal values, assimilate into the mainstream civilization, and build a democratic political system? This is a major decision that cannot be avoided.

”

As a document of Chinese origin, it is unusual in calling for greater freedom of expression and for free elections. It was published on 10 December 2008, the 60th anniversary of the Universal Declaration of Human Rights, and its name is a reference to Charter 77, issued by dissidents in Czechoslovakia.

Since its release, more than 8,100 people inside and outside of China have signed the charter.

Today, Liu is convicted for claiming for freedom, while Mao Zedong, the big tyrant and mass assassin is honoured with his face printed on every yuan (or renmibi) bill.