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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Nada vai mudar

José Serra trocou de secretário da Educação. Nomeou aquele antipático do Paulo Renato de Sousa, deputado federal pelo PSDB, que foi acusado de pagar despesas com cartão de crédito do governo para a então namorada, e de usar um jatinho da Força Aérea para passear em Fernando de Noronha (PE).

Paulo Renato, na posse, disse que nada vai mudar...

Hoje, professores paulistas descobriram mais dois erros nas apostilas do governo. Um, diz que Cristóvão Colombo descobriu a América em 1942... A desculpa é que foi um erro de digitação. Sim, e de revisão, também, malfeita, nas coxas. Antes, os livros/apostilas escolares mostravam um mapa da América do Sul com dois Paraguais.
Erram também dizendo que Pau-Brasil dá um todo o País, e, em 2008, os livros de geografia "ensinavam" que o Rio Xingu ficava no Rio Grande do Sul, e não no Amazonas, que é onde verdadeiramente fica.
Deixa eu meter o pau em José Serra mais um pouco, porque ele merece: político oportunista, cínico, vendeu o banco Nossa Caixa por mais de R$ 6 bilhões, e não usou um centavo para pagar os precatórios (dívidas, em geral por desapropriações, correções de aposentadorias, etc., que a Justiça manda os governos pagarem, após anos de lutas nos tribunais. Pagam a conta-gotas, dizendo que não têm dinheiro. Com os 6 bi da venda do banco, Serra colocava em dia metade da fila de precatórios.) Mas o sacana preferiu investir no Rodoanel, que dá visibilidade política.
Os escândalos na Segurança Pública fizeram-no, após muito vacilar, trocar seu secretário da Segurança.
Esse cara quer ser presidente do Brasil. Com ele, nada vai mudar. Não para melhor...

5 comentários:

  1. O aluno aprende errado e depois botam a culpa nos professores.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Luiz: Como você já deve saber, sou professor de Física de uma Escola Estadual em Piracicaba-SP. Permita-me relatar aqui mais um erro que observei no material que os alunos receberam. No Caderno do Aluno do 1º bimestre da 2ª série do Ensino Médio, fornecido pelo Governo, em nenhum momento os autores definem o conceito de condutividade térmica de um material, que é a capacidade que um corpo tem de trocar calor mais rapidamente ou mais lentamente com outro corpo que estiver em contato com ele. O caderno apenas ensina o conceito de calor específico, que é uma propriedade que define a capacidade que um corpo de massa definida tem de variar sua temperatura ao receber uma certa quantidade de calorias, o que não deve ser confundida com condutividade térmica. Aí, na página 34, colocam aos alunos o seguinte questionamento na questão 4 (se você tiver acesso ao caderno poderá comprovar, acho que no site www.educacao.sp.gov.br, isto é possível):
    "Por que quando pegamos uma latinha na geladeira sentimos que ela está mais gelada que um recipiente de plástico com a mesma temperatura?" A questão sugere que o aluno responda usando o conceito de calor específico, o que não é correto. Essa situação inclusive já foi explorada numa questão do ENEM, do ano 2000, em que uma pessoa tem a sensação de que uma lata de refrigerante está mais fria que uma garrafa, apesar de ambas estarem com a mesma temperatura, e a resposta oficial do ENEM é aquela em que se explica o fato devido à diferença de condutividade térmica entre o vidro e o alumínio. Lamentavelmente, faltou à equipe que elaborou tais cadernos, um pouco mais de cuidado para não confundirem conceitos com significados tão diferentes. E olha que essas pessoas devem ter sido bem pagas para isso. Alertei meus alunos para tomarem cuidado com esta indução ao erro, mas não sei se outros colegas meus perceberam a falha.

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  4. Jairo,

    Importante você informar mais esse erro, que não é nada banal. Eu não imagino como são feitas as revisões desses livros e apostilas, mas tem de ser por quem entende do assunto.

    Eu vou tentar acessar a apostila e sugeria a você que relatasse o erro numa carta a um jornal paulista, seja a Folha, o Estadão ou o Jornal de Piracicaba.

    Mas, se você não quiser s eenvolver, eu posso mencionar em uma carta, a confusão entre condutividade e calor específico.

    Agora imagine, meu caro, os erros por esse Brasil afora, se os livros não forem padronizados (acho que não são...) São os mesmos para todos os estados e municípios?

    Obrigado pela informação.

    Abraço.

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  5. Luiz:
    Não questiono a capacidade dos autores da apostila que mencionei. Analisando o currículo dos três (José Guilherme de Oliveira Brockington, Yassuko Hosoume, e Mauricio Pietrocola Pinto de Oliveira), podemos perceber que eles têm mestrado pela USP em estudos sobre métodos inovadores no Ensino de Física, e tentam mostrar a nós professores, aliás, penso que de forma legítima, que devemos estimular os alunos a realizar experiências bem simples para que eles possam, a partir delas, por exemplo, descobrir a diferença entre os conceitos de calor e o de temperatura, e desenvolver outros conceitos envolvidos nas transferências de calor, tais como calor específico e capacidade térmica. Assim, não deveríamos trazer essas informações de forma pronta aos alunos, mas fazer com que eles mesmos tirem as suas conclusões, o que nós, professores, muitas vezes entendemos como sendo a melhor maneira de estimular o interesse pela matéria, criando esse clima investigativo e envolvente. Mas estes teóricos da Educação, talvez por estarem um pouco distantes da realidade de uma sala de aula de uma Escola Pública do Estado de São Paulo, superlotada com 40 alunos em seus vários graus e tipos de interesses, talvez tenham idealizado classes e tempo útil de aula que só existiriam de fato em suas teses de mestrado. Infelizmente, na realidade, esta situação idealizada de aprendizagem pode muitas vezes contribuir para que haja, ao contrário do que se espera, um fracasso no alicerçamento de conceitos básicos e importantes sobre Física.
    No caso do exemplo da questão 4 da página 34 que citei, e acredito realmente que não tenha sido intenção dos autores, existe, ao meu ver, uma perigosa indução ao erro do aluno, se não for feita uma providencial e necessária diferenciação pelo professor durante as aulas, sobre condutividade e calor específico, pois a questão foi colocada de forma infeliz, logo após uma extensa explicação sobre calor específico. Lembrei-me até de uma brincadeira de criança em que meus coleguinhas pediam para que eu repetisse várias vezes: Lombo, lombo, lombo...E aí me perguntavam: Quem descobriu o Brasil?
    Não pretendo expor este equívoco na mídia, como você sugere, pois assim fazendo, estaria me expondo e expondo os colegas que elaboraram a apostila, o que talvez não fosse ético de minha parte. Além disso, acho que eles se defenderiam, provavelmente dizendo que a questão foi colocada ali de forma proposital, para que o professor tivesse a oportunidade de diferenciar, neste momento, os conceitos de calor específico e condutividade térmica para os seus alunos, o que, aliás, de minha parte já foi feito. Acho até que eu seria acusado de não ter entendido as verdadeiras finalidades da Proposta Curricular do Estado de São Paulo especificamente na área de Física.
    Respondendo à sua pergunta, se as apostilas são iguais, eu posso dizer que esta a qual me referi foi distribuída em todas as escolas públicas de todas as cidades do Estado de São Paulo. A cada bimestre enviarão uma, no entanto, algumas disciplinas, como Química, só receberam a apostila no final de março, metade do 1° bimestre. Na minha escola disseram que foi atraso do correio. Agora pense: Estes fatores não poderiam ser colocados no planejamento da estratégia de distribuição do material, se houvesse um pouco mais de competência. E este mesmo Governo, utilizando o critério da competência, ofereceu-me neste início de mês, um prêmio na forma de bônus (dinheiro), que corresponde a menos da metade do valor que alguns colegas receberam em outras escolas que, apesar de terem um IDESP menor do que a minha, que está bem acima da média da cidade e do Estado, avançaram um pouquinho de 2007 para 2008, o que não aconteceu com minha escola. Entendeu? É como se você estivesse, mal comparando, participando da São Silvestre, e por algum motivo, notasse visualmente em relação aos demais adversários, que você chegaria confortavelmente numa 3ª colocação, administrando a partir daí, um ritmo que lhe asseguraria o pódio. Agora imagine que um corredor, estando em último lugar, resolvesse acelerar no final, pois havia poupado muito o fôlego no início, saindo brilhantemente da 234º posição e chegando em 220º. Pois bem, meu caro, de acordo com os critérios do Governo, o corredor que chegou em 220º lugar receberia os louros, e você, apenas um prêmio de consolação. Desde que leciono, e já se vão quase 20 anos, jamais presenciei um critério tão injusto. Agora, a secretária Maria Helena sai e entra o Paulo Renato. Acho que ela percebeu, infelizmente para mim tardiamente, a injustiça histórica que cometeu. Está difícil agüentar estes erros de José Serra, tais como o caso dos precatórios, do qual você tanto se indignou também. Tomara que o povo abra o olho e evite que este cidadão chegue à presidência do país, caso contrário, essas injustiças se espalharão, para nosso desespero.
    Abraços

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