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domingo, 30 de março de 2014

Um passo adiante para a fusão nuclear


O Sol é alimentado pela fusão nuclear, que funde núcleos de hidrogênio para criar hélio.
Pesquisadores americanos alcançaram uma meta mundial em um ambicioso  experimento que busca recriar as condições existentes no coração do Sol, abrindo caminho para a criação de reatores de fusão  nuclear.
Os cientistas geraram mais energia a  partir das reações de fusão  do que utilizaram com o combustível nuclear, em um pequeno porém  crucial passo para dominar a obtenção de energia através da fusão. A meta final –  produzir mais energia do que a consumida pelo experimento como um  todo – ainda está muito distante, mas o feito, não obstante, despertou esperanças; após décadas de reveses, progressos consistentes estão, finalmente, sendo obtidos.
A obtenção de energia através da fusão nuclear tem potencial para se tornar uma revolucionária fonte de energia alternativa, sem emissão de carbono durante a operação e uma geração de detritos  mínima, porém as dificuldades técnicas em demonstrar a fusão em laboratório até agora se revelaram desanimadoras. Enquanto os reatores nucleares que existem geram energia pela divisão de átomos em partículas mais leves, os reatores a fusão combinam núcleos atômicos leves, formando partículas mais pesadas.
Em suas  experiências, os pesquisadores da National Ignition Facility (NIF) do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, usam um grupo de 192 potentes lasers para esmagar uma minúscula quantidade de combustível com tamanha força e rapidez que que ele se torna mais quente do que o Sol.
O processo não é  direto. Os lasers são disparados para uma cápsula de ouro que contém uma  bola esférica com 2 mm de diâmetro. O combustível  reveste o interior desta bola plástica, em uma camada  fina como um fio de cabelo.
Quando a luz de laser entra na cápsula de ouro, faz com que as paredes do envoltório de ouro emitam raios X, os quais aquecem a bola, fazendo-a explodir com uma força extraordinária. O combustível, uma mistura de isótopos de hidrogênio chamados trítio e deutério, fundem-se parcialmente sob essas condições intensas.
Os cientistas não geraram mais energia do que a consumida pela experiência no total. Os lasers liberam cerca de 2 megajoules de energia em seu alvo, o equivalente a cerca de duas bananas de dinamite comuns. Entretanto, apenas uma fração disso chega ao combustível. Num artigo para a revista Nature, os cientistas dizem que as reações de fusão no combustível liberaram, na melhor hipótese, 17 quilojoules de energia.


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