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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Surgihoney, o mel cirúrgico


As propriedades curativas do mel são conhecidas há milhares de  anos. Mas o Surgihoney, cujas propriedades naturais  antibacterianas foram potencializadas, vem-se mostrando altamente eficaz no tratamento de feridas infectadas e contra superbactérias.
Acredita-se que o mel seja eficaz por matar os germes, removendo o tecido morto e o pus, fornecendo então uma barreira contra umidade, além de nutrição local.
O mel contém vitaminas, minerais, enzimas e açúcares – e tudo isso ajuda a curar feridas. O tipo chamado Manuka é  geralmente considerado o mel mais potente, mas depende do néctar de uma árvore da Nova Zelândia em especial, o que limita seu fornecimento.
Este é exatamente o problema que foi resolvido pelos desenvolvedores do Surgihoney (Mel Cirúrgico, literalmente). Eles criaram um produto que pode ser feito de mel orgânico de qualquer fonte  floral. Eles esperam que ele acabe a se tornando um produto de uso mundial para o tratamento de feridas, que irá melhorar a qualidade de vida em países mais pobres.
Os pesquisadores estão confiantes em que o mel estéril medicinal venha a revolucionar o tratamento de feridas em todo o mundo, reduzir o uso de antibióticos e proporcionar uma alternativa aos  fortes antisépticos químicos.
O Surgihoney acelera a cura das úlceras de pés e pernas, de difícil tratamento, feridas por imobilização, ferimentos por trauma e feridas cirúrgicas  infectadas, segundo as pesquisas. Entre outras vantagens potenciais está a redução de dores e  amputações.
O Surgihoney é eficaz contra todas as bactérias encontradas em feridas de tecidos moles A importante característica extra é que ele mata os germes, mas não danifica os tecidos. O mel é um medicamento natural fantástico.
O mais incrível é que o Surgihoney consegue dar conta até mesmo de feridas  infectadas com cepas de bactérias resistentes a antibióticos, inclusive a terrível MRSA, a E. coli e Pseudomonas. 
O Surgihoney, embalado em sachês de 10 g, é simplesmente colocado sobre as feridas, em seguida cobertas com gaze.Testes-piloto (pdf em ingles)foram realizados em Hampshire no Reino Unido, no Hospital Civil Yei, no Sudão do Sul,  e no hospital Vailola, em Tonga.
Como tratamento de feridas nos trópicos, o Surgihoney é uma solução ideal, de baixa complexidade tecnológica, fácil armazenamento e aplicação, e economicamente viável.Além disso, ao contrário de outros medicamentos sofisticados, dispensa refrigeração.
Antes dos testes-piloto os pesquisadores do hospital  Royal Hampshire de Winchester fizeram experiências em laboratório com bactérias colhidas de feridas infectadas.
Os resultados indicam que o Surgihoney é melhor no combate a germes do que outros tipos de mel testados, inclusive o Manuka  e um mel de classificação medicinal chamado Medihoney, e igual aos antisépticos prata e iodo que podem ser tóxicos para os tecidos em recuperação.
Uma enfermeira inglesa, especialista no tratamento de feridas, Jill Brooks, foi a pioneira no uso do Surgihoney no hospital Sodo no sudoeste da  Etiópia e no hospital Kisubu, em Uganda, onde foi voluntária várias vezes durante um ano.
"Todos os resultados que vi foram positivos; alguns muito positivos, coma  rápida cura de feridas," diz.
O tratamento padrão local de lavar as feridas com uma fraca solução de água sanitária (hipoclorito de sódio NaClO) tem uma grande desvantagem, diz. "É muito boa para matar germes, mas muito agressiva para ser usada, porque destrói o tecido são e pode retardar a cura."
O sucesso dos testes-piloto abrem caminho para um teste maior, randomizado e controlado.
O Surgihoney está sendo desenvolvido pelo empresário Ian Staple. Ele foi proprietário de uma fazenda no Chile onde havia colméias que produziam mel da árvore Ulmo. Após uma má safra, ele e seu filho, Stuart, encarregaram cientistas de desenvolver o Surgihoney.

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