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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Dois bilhões de planetas em nossa galáxia podem ser adequados à existência de vida

Uma em cada cinco estrelas semelhantes ao Sol podem abrigar planetas em suas zonas habitáveis, onde água em estado líquido pode permitir a existência de vida.
Nossa galáxia provavelmente contém ao menos dois bilhões de planetas que, como a Terra, têm água em estado líquido em suas superfícies e orbitam suas estrelas-mães na "zona habitável" para a vida. A mais próxima delas, segundo astrônomos, pode estar a apenas 12 ano-luz de distância.
Um novo estudo, publicado hoje no Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que planetas semelhantes à Terra são capazes de sustentar vida mais comumente do que se previa anteriormente. Utilizando medições do observatório espacial Kepler da Nasa, cientistas chefiados por Erik Petigura, da Universidade da Califórnia, em Berkely, estimaram que 22% das estrelas semelhantes ao Sol existentes em nossa galáxia tinham planetas rochosos orbitando-as dentro da zona, o que significa que recebiam a mesma quantidade de energia que a Terra recebe do Sol. Existem cerca de 100 bilhões de estrelas em nossa galáxia, das quais 10% semelhantes ao Sol.
Até agora, a missão Kepler estudou mais de 150.000 estrelas e identificou mais de 3.000 possíveis planetas, mas muitos deles eram "gigantes gasosos", similares a Júpiter, orbitando de perto suas estrelas-mães. Se há vida lá fora, é bem mais provável que tenha evoluído de planetas rochosos com água em estado líquido em suas superfícies, similares à Terra.
Para obter esses resultados, a equipe de Petigura procurou planetas entre os dados da Kepler que tinham raios de até o dobro do da Terra. Eles procuraram planetas que orbitavam suas estrelas-mães a uma distância suficiente para impedir a água em estado líquido de evaporar, porém não tão distante a ponto de deixá-la congelar.
Subhanjoy Mohanty, astrofísico do Imperial College em Londres, que não estava envolvido no estudo, disse: "Esta é a primeira estimativa da frequência de planetas semelhantes à Terra ao redor de estrelas semelhantes ao Sol, em órbitas grandes o suficientes para estarem na zona habitável de suas estrelas. A descoberta de que aproximadamente uma em cada cinco estrelas semelhantes ao Sol pode abrigar tais planetas é de uma importãncia incrível, provavevelmente superando as expectativas dos astrônomos mais conservadores."
Ele acrescentou que a análise mais recente aumentou as chances de que possa haver vida em algum lugar entre as estrelas. "Análises anteriores de dados da Kepler haviam mostrado que as anãs vermelhas – o tipo mais comum de estrela em noss galáxia, compondo cerca de 80% da sua população estelar – muito frequentemente abrigam planetas do tamanho da Terra, inclusive em suas zonas habitáveis. este novo estudo mostra que o mesmo é válido também ao redor de estrelas mais parecidas com o Sol. Isso certamente representa um ânimo renovado para futuras missões planejadas que irão estudar as atmosferas desses planetas potencialmente habitáveis, permitindo-nos  investigar se eles são de fato habitáveis ou não, a também se suas atmosferas apresentam reais sinais de existência de vida."
A Nasa também anunciou na segunda-feira que a sonda Kepler receberia um novo sopro de vida, após receios de que tivesse de encerrar sua missão depois de apenas quatro anos no espaço. Em maio de 2013, cientistas descobriram que uma das rodas giroscópicas  – chamadas "rodas de reação" – que mantinham a sonda apontada para a direção certa havia parado de funcionar e, por mais que tivessem tentado, os engenheiros da Nasa não conseguiram fazê-la voltar a funcionar. Incapaz de apontar-se para as estrelas com um mínimo de precisão, a sonda não podia mais ser utilizada para coletar dados sobre a  posição de novos exoplanetas.
Entretanto, parece que poderia haver uma solução, que seria reorientar a sonda para observar ao longo do plano galáctico, o que lhe permitirá permanecer estável com apenas duas de suas rodas de reação funcionando. "O velho ditado 'a necessidade é a mãe da invenção' soou verdadeiro aqui, com engenheiros e cientistas da Nasa e os fabricantes da espaçonave tendo imaginado esta saída para, esperamos, recobrar boa parte do desempenho que pensávemos ter perdido. Estamos muito animados," disse Bill Chaplin, astrofísico da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.
Se tudo der certo, a nova missão Kepler  – apelidada "K2" – irá procurar planetas ao redor de estrelas menores do que o Sol, além de estudar as próprias estrelas. "Há uma abundãncia de alvos fantasticamente interessantes para a astrofpisica que podem ser observado no plano eclíptico,os quais não estavam acessíveis no campo original da Kepler, notadamente aglomerados estelares mais brilhantes – onde as origens e distâncias comuns até essas estrelas tornam os aglomerados excelentes laboratórios para testar nossa compreensão das estrelas – e de jovens regiões de formação estelar," disse Chaplin.

N.do T.: Agora, sabendo da existência de dois bilhões de planetas apenas na Via Láctea, com o potencial de abrigar vida, e que existem incontáveis galáxias no Universo, fica difícil defender a tese de que a vida só existe na Terra. Quem sabe haja civilizações realmente avançadas, com seres de fato superiores, altruístas e preocupados com o próximo?

Tradução de Luiz Leitão

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