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domingo, 15 de setembro de 2013

O vírus Mers

O vírus Mers está intimamente relacionado aos vírus encontrados em morcegos
Desde  Abril de 2012, 108 casos de um novo vírus em humanos foram relatados, resultando em 50 mortes. O vírus causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) pertence à mesma família do causador da Sars (Síndrome Respiratória Severa Aguda) e do resfriado comum (coronavírus), porém está mais intimamente relacionada a vírus encontrados em morcegos. O potencial surgimento de um novo vírus para qual não há tratamento ou vacina é motivo de preocupação. Ainda assim, não é certo que o Mers possa levar a uma pandemia.
O termo pandemia segnifica qualquer epidemia que se espalhe mundialmente, em vez de se manter restrita a uma localidade em particular. Nem toda pandemia resulta em grandes índices de mortalidade. 
Pandemias de Influenza  ocorreram em 1957, 1968 e 2009, mas nenhuma delas causou grande número de mortes. Entretanto, a grande pandemia de influenza de 1918 pode ter causado a morte de até 100 milhões de pessoas, sendo uma das razões de tamanha preocupação com a possibilidade de surgir um vírus potencialmente pandêmico como o Mers. 

Pandemias de novos vírus têm potencial de matar muito gente, não porque as taxas de mortalidade sejam necessariamente  altas, mas porque quase toda a população é suscetível a eles. Mesmo a pandemia de 1918 causou a morte de apenas uma em cada três pessoas para 100 infectados, porém infectou  50% da população mundial.
Em 2002, surgiu a Sars na população humana da China. A Sars foi provavelmente transmitida a humanos por civetas-da-palmeira-asiática, uma espécie de gato selvagem (Paradoxurus hermaphroditus)  vendido em mercados de carne fresca, espalhando-se rapidamente por quatro continentes. Mais de 8.000 pessoas foram infectadas em meados de 2003,  10% das quais morreram. Mas a Sars nunca se espalhou amplamente na comunidade em geral, e desapareceu sem causar uma  pandemia grave como se temia.
Em 3 de setembro, 108 casos de Mers haviam sido relatados em países tão variados quanto a Jordânia, Itália e Reino Unido. A maioria ocorreu na Arábia Saudita, e todas as cadeias de transmissão se originaram no Oriente Médio. Assim como a Sars, a Mers pode ser transmitida pela ar, e parece espalhar-se  com especial facilidade em instalações hospitalares – a maioria dos casos conformados de transmissão entre humanos ocorreu em hospitais. A distribuição dos casos de Mers indica que a incidência tem sido sustentada pela transmissão de animais para humanos. A Mers está intimamente relacionada a vírus de morcegos, mas nenhuma relação com a exposição a morcegos foi provada. Embora outras origens tenham sido sugeridas (camelos, por exemplo), a fonte animal do Mers é ainda desconhecida.
Como o vírus conseguiu se transmitir entre humanos, há motivos para preocupações com a evolução para uma pandemia. No entanto, a transmissão entre humanos não é o bastante. Para que ocorra uma pandemia, cada pessoa infectada precisa, em média, infectar uma ou mais outras. Até aqui, isso não parece estar acontecendo. A transmissão resulta da biologia, interação social e meio ambiente.O vírus da Mers pode desenvolver a capacidade de se espalhar em humanos, ou talvez já  tenhar tal habilidade sob certas condições sociais ou climáticas. Um dos motivos de especial preocupação são os milhões de pessoas que irão para a Arábia Saudita em meados de outubro para o Hajj.
Portanto, a Mers representa perigo, mas não há motivos para cautela, nem pânico. Muito se aprendeu sobre o controle de vírus respiratórios em hospitals durante a pandemia da Sars, e esse aprendizado poderá ajudar a manter a Mers sob controle.
Mas ainda que a Mers não se torne pandêmica, coronavírus mamíferos certamente exigem um acompanhamento de perto.Se estivermos presenciando uma pandemia potencial, temos oportunidades limitadas de impedi-la. Seja qual for o caso, a comunicação clara e aberta é essencial para a reação científica e da saúde publica ao surgimento da Mers.

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