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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A Voyager 1 deixa o Sistema Solar

Concepção artistística de uma das naves gêmeas Voyager da NASA. AP
Agora, é oficial. A nave Voyager 1 saiu do Sistema Solar. Embora este feito não traga benefícios imediatos, ele representa um marco histórico na exploração do espaço.
A conquista da Voyager 1 é tão importante quanto a chegada de Roald Amundsen ao Polo Sul, em 14 de dezembro de 1911, ou a conquista do Evereste por Edmund Hillary e Tenzing Norgay, em 29 de maio de 1953. A diferença é que não há pessoas no interior da Voyager.
Sem  humanos, não há heróis a  venerar pela conquista. E o exército de cientistas e engenheiros que construíram e conduziram a missão estão muito dispersos para uma homenagem coletiva.
Assim, deve-se homenagear a própria Voyager 1, como sendo uma extensão robótica de nossos sentidos, conduzindo experiências até lugares onde nós simplesmente não podemos ir. A própria duração da missão já merece uma comemoração.
Lançada em 1977, a missão principal da Voyager 1 era visitar os gigantescos planetas Júpiter e Saturno. Sua  órbita foi projetada para fazer uma passagem próxima pela misteriosa lua Titã de Saturno, mas, com isso. a espaçonave foi costeando o espaço, sem se encontrar com outros planetas.
Na década subsequente, a nave-irmã Voyager 2 roubou o espetáculo com seu sobrevoo de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A Voyager 1 estava viajando mais rápido, porém, essa velocidade extra significa agora que ela está a cerca de120 vezes a distância entre a Terra e o Sol, enquanto a Voyager 2 está mais atrasada, a cerca de 100 vezes.
Alimentadas por radioatividade, ambas ainda estão se comunicando com a Terra.
Percebeu-se que a luz solar seria muito fraca no Sistema Solar externo para alimentar células fotovoltaicas. Entretanto, a energia está gradualmente se esgotando, à medida que o combustível radioativo decai.
Espera-se que a nave dure até cerca de 2020, o que dá tempo suficiente para a coleta de dados sobre esta  recém-alcançada região da natureza.
A fronteira do Sistema Solar é definida pelo campo magnético criado no interior do Sol. Esta bolha de magnetismo aprisiona partículas, e quando a Voyager ultrapassa a fronteira,a densidade das partículas muda abruptamente. Uma recente revisão dos dados da espaçonave mostra que isso aconteceu em 25 de agosto de 2012, há mais de um ano.
Portanto, segundo a Nasa, a Voyager 1  oficialmente deixou o Sistema Solar.
É difícil avaliar neste momento  quais benefícios esse conhecimento poderá nos trazer – assim como foi difícil dizer quais benefícios as conquistas de Amundsen e Hillary' trariam para a sociedade.
Mas, com certeza, conquistas nos inspiram e nos impelem para nossos objetivos pessoais, logo, não podem ser subestimadas.

Legendas horizontais: Embaixo, 1 Heliosfera, 2 Espaço Interestelar. Em cima: Nuvem de Oort. Verticais: 1 Choque final, 2 Heliopausa.

Você está aqui, Voyager: Esta concepção artística põe as distâncias do enorme Sistema Solar em perspectiva. A barra de escala é medida em unidades astronômicas (UA), com cada distância marcada além de 1 UA representando 10 vezes a distância anterior. Cada UA equivale à distância entre o Sol e a Terra. A Voyager 1 levou de 1977 até 2013 para chegar à borda do espaço interestelar. 

Não é incrível isso, leitores? Uma espaçonave levar 36 anos apenas para sair do Sistema Solar? Vejam onde está a Voyager 1 e a distãncia que a separa da estrela mais próxima da Terra, Alfa Centauro, considerando o que está escrito em negrito, acima.

E como vimos, já quase não há energia solar, tudo é frio e escuro. No Universo, as estrelas são a fonte de toda a vida, e de todos os elementos mais pesados que o hidrogênio.

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