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domingo, 25 de agosto de 2013

O colapso na Nasdaq e os temores grandes falhas nos sistemas

A Nasdaq não é a única vítima do colapso dos sistemas: A Microsoft e o site do New York Times também sofreram falhas este ano
Uma  série de colapsos em sistemas que afataram o Google, Amazon, Apple e Microsoft na última quinzena alertou governos, bancos e grandes companhias para os fato de eles estão confinates demais em redes de computação que se tornaram excessivamente  complexas.
O alarme foi dado por especialistas da indústria no dia seguinte à queda de três horas do sistema da Nasdaq, que paralisou as operações da bolsa de mercadorias em Nova York na terça-feira.
Jaron Lanier,  autor e inventor do conceito de realidade virtual, avisou que a infraestrutura digital estava caminhando para sair do controle humano. Ele disse: "Quando se tenta obter grandes escalas através da automação, e a automação ultrapassa as fronteiras da supervisão humana, havera uma falha. Isso serve para governos, companhias de produtos de consumo, Google, ou grandes companhias de seguros. É algo enfurecedor porque é causado por uma ganância  despropositada. Em muitos casos, os sistemas que tendem a falhar, o fazem devido à tentativas de fazê-los funcionar automaticamente sem um mínimo grau de vigilância humana."
O colapso da Nasdaq foi causado por uma falha de comunicação entre sua plataforma de processamento de cotações e transações, e a de um terceiro – que se disse ser a Bolsa da Valores de Nova York. Tão sérias foram as consequências que resultaram  em um decréscimo de um terço nas ações negociadas nos EUA naquele dia.
"Essas interrupções irão continuar, com toda a certeza," disseNeil MacDonald, um acadêmico da firma de pesquisas tecnológicas Gartner. "Está havendo uma explosão de dados através de todos os tipos de empreendimento. A complexidade dos sistemas criados para manter grandes quantidades de dados está além da compreensão de uma só pessoa, e eles também falham de maneiras que estão além da compreensão de  apenas uma pessoas."
Desde de grandes volumes de trabsações com ações até a  explosão da mídia social e o consumo e entretenimento online,  a quantidade de dados que trafegam globalmente em redes privadas, como as de bolsas de valores, e a internet pública está exercendo uma pressão sem precedentes sobre os sites e as redes que os conectam.
Em 2017, um volume de dados equivalente a todos os filmes já produzidos será transmitido pela internet em um período de três minutos, segundo a Cisco, fabricante equipamentos de sistemas de comunicações.
Atualmente, o tráfego na Internet por pessoa é medido em gigabytes, com seis gigabytes de informação trocados anualmente por pessoa.Em 2017, esse número terá aumentado para 16. Então, os dados globais serão contados em zetabytes – aproximadamente um trilhão de gigabytes.
A negociação em alta frequência por computadores feitos para automatizar a compra e venda de grandes volumes de ações por fundos de  hedge e bancos disparou e aumentou o impacto de falhas de TI nos mercados acionários. Em maio de 2010,US$ 862 bilhões foi a queda no valor das ações nos EUA em 20 minutos quando uma  empresa disparou vendas em cascata.
"Você se  protege e os algoritmos de negociação em alta frequência estão além da compreensão," disse MacDonald. "Negociações em Sub-millissegundos sendo realizadas, dezenas de milhares por segundo, e quando isso falha, falha espetacularmente. É isso que se está vendo acontecer na Nasdaq."
A inundação de interrupções deste mês chamou atenção internacional com a falha de duas horas no site do New York Timesem 14 de augosto, durante a qual o jornal recorreu á publicação das matérias en sua página do Facebook. Embora se suspeitasse de um ataque de hackers, o problema havia sido causado simpesmente por uma manutenção programada.
No mesmo dia, os clientes da Microsoft começaram a informar falhas em emails. A falha foi identificada como devida a problemas com o serviço Exchange ActiveSync que fornece email para muitos dos smartphones em todo o mundo. Quando o Exchange sofreu o problema, o grande volume de fones tentando conexão disparou um efeito em cascata que levou três dias para ser controlado.
Em 16 de  agosto, vários dos sites do Google,desde email a YouTube e seu motor de buscas principal, sofreu uma rara falha global de quatro minutos. O episódio, cuja causa o Google não explicou publicamente, serviu para ilustrateo grande volume de tráfego que seus servidores processam. Durante sua falha, um monitor revelou uma queda de 40% no tráfego global da internet.
Três dias depois, em 19 de agosto, o site de varejo americano  daAmazon saiu do ar por 49 minutos, com os visitantes deparando com a palavra "Oops". Nenhuma explicação foi dada, mas um cálculo da revista Forbes estimou as perdas de vendas da Amazon em US$ 2 milhões.
Em 22 de agosto, o  iCloud da Apple sofreu um blecaute que afetiu uma pequena quantidade de clientes, mas durou 11 horas. Armazenando as coleções de fotos, músicas, documentos e agendas de endereços que outrora eram mantidos em prateleiras nas casas, o iCloud tem agora 300 milhões de usuários.
"O volume geral de dados está explodindo," diz Rachel Dines, analista senior da Forrester. "Esta semana foi especialmente ruim em relação às interrupções dos serviços. Como estamos agora tão dependentes desses serviços de alto perfil, nós os percebemos mais. Os impactos para as empresas são enormes tanto em relação á queda de receita quanto ao dano à reputação."
James Acres, cuja empresa Netcraft monitora falhas em empresasde armazenamento de dados, diz que os negócios digitais estão correndo, mas nem sempre têm conseguido, formar a infraestrutura necessária para lidar com os dados que muitos consumidores vêm gradualmente transferindo dos seus discos rígidosde seus laptops e CDs para a nuvem.
"Cada vez mais gente está colocando seus dados na nuvem," diz Acres, "e para lidar com estes serviços elas estão mudando seus back ends, e como é tudo muito novo, estão passando por algumas dificuldades."Além de vender livros e músicas, a Amazon é o  provedor público de armazenamento  digital com maior espaço em todo o mundo, e este ramo do negócio foi atingido por uma interrupção em 2012 durante aperfeiçoamentos destinados justamente a tornar seus servidores menos sujeitos a colapsos.
"A interrupção da Amazon no ano passado foi relacionada a alguns dos processos e tecnologias que eles haviam instalado para torná-la mais facilmente recuperáveis," disse MacDonald. "É quase como uma doença autoimune, em que os sistemas que eles criaram para torná-lo mais facilmente recuparável na verdade disseminaram a falha mais rapidamente."
Lanier, cujo Who Owns The Future? (A quem pertence o futuro?) detalha a concentração de poder entre organizações com os maiores computadores, disse que as interrupções irão aumentar até que a supervisão humanaseja melhorada. "Ainda não temos um projeto de uma sociedade que possa pôr em prática essa tecnologia muito bem. Ainda não  temos ideia de quais deveriam ser os papéis desempenhados por humanos."

Tradução de Luiz leitão

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