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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Buracos negros em profusão na 'vizinha' galáxia de Andrômeda


Buracos negros são a chave para uma compreensão mais profunda do universo. Portanto, encontrar 26 deles em nossa galáxia vizinha é um feito e tanto.


O gás ao cair em um buraco negro emite raios X e revela as invisíveis "estrelas da morte" para os  astrônomos. 
Vinte e seis possíveis novos buracos negros foram descobertos na vizinha galáxia de Andrômeda. Segundo os astrônomos envolvidos, estes podem ser apenas a ponta do iceberg. Detalhes da descoberta serão publicados na edição de 20 de junho do Astrophysical Journal.
As descobertas são o resultado de 13 anos de observações.Os pesquisadores utilizaram os satélites Observatório Chandra de Raios X da Nasa e XMM-Newton da Agência Espacial Europeia.Ambos registram a luz em frequência de raios X  emitida por objetos celestiais.
Os buracos negros são os objetos mais misteriosos do universo. São regiões do espaço nas quais a densidade da matéria é tão grande que o campo gravitacional se torna esmagador. Eles devoram qualquer coisa que se aproxime demais deles. Uma vez em seu interior, nada pode escapar de volta para o espaço, nem mesmo a luz.
Portanto, não se pode ver esses objetos. É preciso  inferir sua presença a partir dos raios X emitidos quando eles destroçam estrelas próximas. É por isso que os astrônomos se referem a estes como possíveis buracos negros. Mesmo assim, é uma bela notícia.
Os buracos negros foram descobertos pela primeira vez não no espaço, mas nas páginas de um bloco de notas nas  trincheiras alemãs da Primeira Guerra Mundial. O físico Karl Schwarzschild estava servindo como oficial de artilharia no front russo, em 1915.Em seus momentos de descanso, ele estudava a controvertida nova Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein.
Ele encontrou uma equação que sugeria que regiões do espaço e tempo poderiam se transformar em algo parecido com  armadilhas de lagosta, aprisionando tudo que caísse nelas. O ponto sem volta ao redor desses "buracos negros" foi chamado horizonte de eventos.
Schwarzschild completou o trabalho antes de adoecer. Ele contraiu uma dolorosa doença de pele chamada pênfigo, e foi mandado de volta para a Alemanha, onde morreu, em maio de 1916.
Os astrônomos levaram décadas para se convencerem de que os buracos negros existiam na natureza. A prova irrefutável surgiu nos anos 1970, quando a Nasa lançou o satélite de raios X Uhuru X, e descobriu  Cygnus X-1, o primeiro provável buraco negro.
Buracos negros não são meras curiosidades; são a chave para um conhecimento mais profundo do universo. Nenhuma teoria física é ainda capaz de dizer o que acontece no interior dos buracos negros.
A relatividade geral sugere que o horizonte de eventos de Schwarzschild é uma fronteira invisível que pode ser cruzada sem consequências, mas sem possibilidade de retorno. Recentemente, no entanto, a mecânica quântica fez parecer que o horizonte de eventos poderia ser uma fronteira real, e que cruzá-la resultaria na destruição do objeto. Isso foi chamado firewall.
Ambas as hipóteses não podem ser corretas.Uma delas tem de estar errada. Seja qual for a certa, ela nos levará a uma maior compreensão da gravidade e de como ela se comporta em pequenas escalas.
Embora esses novos buracos negros  possam não ajudar de imediato a busca por uma nova teoria da gravidade, ainda assim eles são extraordinários. Quanto mais buracos negros os astrônomos identificarem, mais capacidade terão de estudá-los e aprender seus segredos.


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