A Copa do Mundo de 2014 no Brasil será a mais cara de
todas. O secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes,
anunciou que em julho seu custo total chegará a R$ 28 bilhões, um aumento de 10%
em relação ao total calculado em abril, que era de R$ 25,3 bilhões. E supera em
R$ 6 bilhões (mais 27%) o que em 2011 se previa que seria gasto.
Por enquanto, já se sabe que o contribuinte
brasileiro arcará com o equivalente ao que gastaram japoneses e coreanos em 2002
(R$ 10,1 bilhões) mais o que pagaram os alemães em 2006 (R$ 10,7 bilhões) e
africanos do sul em 2010 (R$ 7,3 bilhões).
O "privilégio" cantado em prosa e verso pelo
ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que se sentou sobre os louros da escolha em
2007, e entoado por sua sucessora, Dilma Rousseff, em cuja gestão se realizará o
torneio promovido pela Fifa, custará quatro vezes os gastos dos anfitriões do
último certame e três vezes os gastos dos dois anteriores.
O governo federal não justifica - nem teria como -
este disparate. Mas, por incrível que pareça, os responsáveis pela gastança
encontram um motivo para comemorar: a conta ainda não chegou ao teto anunciado
em 2010, que era de R$ 33 bilhões. É provável, contudo, que esse teto seja
alcançado, superando o recorde já batido, pois, se os custos cresceram 10% em
dois meses, não surpreenderá ninguém que subam mais 18% em 12 meses.
Esta conta salgada é execrada porque dará um
desfalque enorme nos cofres da União, que poderiam estar sendo abertos para a
construção de escolas, hospitais, estradas, creches e outros equipamentos dos
quais o País é carente. Como, aliás, têm lembrado os manifestantes que contestam
a decisão oficial de bancar a qualquer custo a realização da Copa das
Confederações, do Mundial de 2014 e da Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016. E,
além dos valores, saltam aos olhos evidências de que tal custo não trará
benefícios de igual monta.
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