Astrônomos mediram explosões de energia de uma estrela de nêutrons que está sendo orbitada por uma anã branca.
A gravidade criada pela estrela de nêutrons, que é um pulsar giratório extremamente denso, criou uma dobra no tecido do espaço-tempo como previsto pela famosa teoria de Einstein em 1915.
A estrela de nêutrons, que tem um diâmetro de apenas 12 milhas, mas pesa duas vezes mais que o Sol, tem uma gravidade 300 bilhões de vezes mais forte do que a percebida na superfície da Terra.
No centro dessa estrela, um bilhão de toneladas de matéria seria prensada em uma área do tamanho de um cubo de açúcar, desses que se dá a cavalos.
Essa enorme força gravitacional deveria criar uma distorção no espaço-tempo, segundo a teoria de Einstein.
Como a anã branca – uma brilhante remanescente de outra estrela mortar – orbita a estrela de nêutrons, elas deveriam criar dobras que se movem pelo espaço-tempo, chamadas ondas gravitacionais.
Com o tempo, isso faz com que as duas estrelas de movam mais para perto uma da outra quando essas dobras enviam energia para o espaço.
Astrônomos na Terra tiveram a oportunidade de usar uma rede global de telescópios para medir isso calculando o tempo das explosões de rádio emitidas pela estrela de nêutrons, também chamada pulsar, ao longo do tempo.
"Nós pensávamos que esse sistema fosse suficientemente extremo para mostrar uma falha na Relatividade Geral, mas, em vez disso, as previsões de Einstein se mostraram acertadas," disse o dr Paulo Freire, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha.
A Teoria Geral da Relatividade de Einstein, que explica a gravidade como sendo uma consequência da curvatura do espaço-tempo criada pela presença de massa e enerigia, resistiu a todas as provas a que foi submetida desde sua publicação, há quase um século.
Entretanto, os físicos acreditam que ela não pode explicar todos os efeitos observados no universo, por não ser compatível com a teoria quântica, que é utilizada para explicar as forças que mantêm coesos os átomos e partículas subatômicas.
Em seu lugar, eles apresentaram outras teorias gravitacionais que acreditam poderem ser identificadas em campos gravitacioanis extremamente fortes, que são grandes demais para serem encontrados em nosso sistema solar – muito parecidos com aquele que estiveram observando.
Embora os resultados, que foram publicados na revista Science, não tenham revelado nenhuma falha na teoria de Einstein, trouxeram esperanças para os pesquisadores de poderem detectar diretamente as ondas gravitacionais.
“Nossas observações de rádio foram tão precisas que já pudemos mediar uma variação no período orbital de 8 millionésimos de segondo por ano, exatamente como prevê a teoria de Einstein,” diz Paulo Freire, outro membro da equipe internacional que realizou o estudo.
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