Um projeto de filme irá revelar as histórias da humanidade relacionadas aos elementos e expor o alarmante ritmo com que os estamos consumindo.
Dependendo de a quem você perguntar, existem entre 90 e 94 elementos naturais. Para o novo projeto, 94 Elementos, tomou-se o número maior. O número 94, plutônio, oferece possiblidades demais para os cineastas omitirem.
As histórias dos elementos são as histórias da vida humana. Veja seus padrões e eles revelarão os detalhes de nossas vidas, o estado de nossa economia e a forma como lidamos com os recursos naturais. Nossos corpos são feitos basicamente de apenas seis deles, cada átomo forjado co núcleo de uma estrela, talvez milhares de anos-luz distante. O universo é um contínuo reciclador.
A ideia em que se baseia o projeto os 94 Elementos é explorar nossas interações diárias com os elementos através de uma série de filmes feitos por novos cineastas e por já premiados. Cada um pega um elemento como base de uma história humana em torno de sua utilização. É tanto uma exploração de nossos relacionamentos com nosso recursos minerais como uma divertida comemoração da diversidade do formato de documentário.
A equipe já produziu filmes como o ganhador do Bafta Marc Isaacs (Oxygen) e o de Sundance Nino Kirtadze (Gadolinium), e acabou de lançar a próxima fase com oportunidades para novos cineastas talentosos a fim de obter financiamento para fazer filmes para o projeto.
Para acompanhas as histórias humanas nos filmes, a equipe quer explorar parte dos dados sobre como utilizamos nossos recursos elementais. A ideia é chamar a atenção para as histórias de fundo de todas as coisas que fazemos e consumimos, motivada em parte pelo ritmo ao qual nós parecemos estar utilizando alguns dos elementos. O hélio, por exemplo, apesar de ser o segundo elemento mais abundante no universo, está se tornando incrivelmente escasso aqui na Terra.
Algumas pessoas levantam o prospecto de "pico de metal": o tamanho dos depósitos exploráveis no solo dividido pelo ritmo ao qual o elemento está sendo consumido atualmente. Se você fizer as contas, vai descobrir que o índio, provavelmente utilizado na tela em que você lê este texto, pode se esgotar dentro de aproximadamente 10 anos.
À prata podem restar mais uns 30 anos; ao estanho, 40 anos.
À prata podem restar mais uns 30 anos; ao estanho, 40 anos.
Os números são alarmantes, mas a situação talvez esteja um pouco menos clara do que a aritmética básica sugere. Afinal, quando os recursos se tornam mais escassos ou mais difíceis de extrair, os preços sobem e a demanda cai.
Através dos mercados de commodities nós sentimos esses efeitos no dia-a-dia, do atraso de nossos trens às restrições ao desenvolvimento de novas tecnologias. Os custos econômicos e ambientais que pagamos pela forma como gerenciamos nossos recursos estão subindo muito.
Através dos mercados de commodities nós sentimos esses efeitos no dia-a-dia, do atraso de nossos trens às restrições ao desenvolvimento de novas tecnologias. Os custos econômicos e ambientais que pagamos pela forma como gerenciamos nossos recursos estão subindo muito.
A extração de materiais de depósitos cada vez mais escassos requer cada vez mais energia. Uma só mina de zinco na Namíbia utiliza atualmente 20% de todo o fornecimento de energia do país. Escavar depósitos cada vez mais escassos também significa a necessidade de fazer buracos sempre maiores no solo, frequentemente com consequências nefastas para os que moram nas proximidades.
A reciclagem do alumínio exige apenas 5% da energia utilizada na sua produção a partir da bauxita. Nós já somos bastante capazes de reciclar alguns elementos – nossos ancestrais já usavam o cobre há 10.000 anos, e calcula-se que cerca de 80% de todo o cobre já explorado esteja ainda em uso atualmente.
Nós não somos ainda muito capazes de reciclar os elementos para os quais apenas recentemente encontramos novas finalidades. O telefone móvel no bolso contém mais de 40 deles, e provavelemente acabará no lixo. O lixo moderno poderá muito bem se mostrar uma dádiva para os recicladores do futuro, que ficaraão felizes ao encontrar boas quantidades desses exóticos materiais convenientemente reunidas em um lugar.
Mike Paterson é produtor de documentários e produtor em Londres. seus projetos incluem Colliding Particles, sobre a busca do bóson de Higgs no Cern, na Suíça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário