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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A poluição e a força dos ciclones / Pollution might power cyclones


Inundação, após a passagem de um ciclone tropical em Karachi, agosto de 2007. A poluição pode aumentar a probabilidade de tempestades assim
Ciclones tropicais muito fortes, causadores de grande número de mortes e danos de monta na região do Mar da Arábia estão se tornando cada vez mais comuns,  resultado da poluição, segundo cientistas.

Análises da intensidade das tempestades entre 1979 e 2010 sugerem que espessa camadas de bruma criaram condições atmosféricas que intensificam ciclones e aumentam as probabilidades de eles chegarem à terra firme.

Houve um aumento de seis vezes nas emissões de aerossois finos no local desde os anos 1930, originadas por fogo florestal, aquecimento doméstico e uso de diesel, criando uma camada de poluição com 3km de espessura sobre o Oceano Índico.

Há muito se sabe que tesouras de vento a altas altitudes – uma grande variação entre a velocidade dos ventos próximos à superfície do mar e a daqueles nas partes mais altas da atmosfera – podem impedir a formação de tempestades, ou a intensificação das já existentes. O dr Amato Evan, da Universidade da Virgínia em Charlottesville, EUA, e colegas sugerem que a gigantesca nuvem de poluição reduz a temperatura superficial do Mar da Arábia, que, por sua vez, faz diminuir a tesoura de vento, dando início à formação cyclones mais intensos.

"Descobrimos uma clara ligação entre as atividades humanas e mudanças nas condições atmosféricas, que criam condições propícias à formação de grandes ciclones tropicais," disse Evan. "Do meu ponto de vista, esse é um grande avanço. Todas as análises que fizemos apontaram na mesma direção. Temos dados de apenas 30 anos, mas usamos dados de várias fontes diferentes, e por isso acredito na solidez dos nossos resultados."

A equipe de Evan utilizou três conjuntos de dados sobre a velocidade máxima dos ventos dos 10 ciclones tropicais que ocorreram na região entre 1979 e 1996, e os 10 que se formaram entre 1997 e 2010.

A velocidade média máxima aumentou de 23 metros por segundo no primeiro período para 41 m/s no segundo. Eles usaram modelagem numérica para desenvolver sua teoria e revelar as causas subjacentes.

O estudo descobriu que a tesoura de vento havia caído de uma média de 11 m/s no período 1979-96 para 8m/s em 1997-2010.

Todas as cinco tempestades mais fortes, que excediam os 50 m/s, ocorreram desde 1998. Naquele ano, uma grande ciclone causou centenas de mortes, e a inundação de várias minas de sal na Índia.

Outros grandes ciclones desde então causaram deslizamentos de terra e a perda de vidas, com prejuízos bilionários no Paquistão, Irã e Omã.
"Tempestades mais intensas tem um tempo de duração maior, portanto, aumenta a probabilidade de causarem deslizamentos de terra," segundo Evan.

O dr Ryan Sriver, da Universidade Estadual da Pennsylvania, Estados Unidos, disse que, embora as pesquisas tenham lançado uma luz  "muito necessária" sobre a questão, as descobertas deve ser interpretadas com cuidado. Em um artigo publicado simultaneamente à nova pesquisa, na revista Nature, Sriver disse: "Esta série de eventos é muito pequena para ser tomada como base para a estimativa de tendências climáticas."

Flooding in the aftermath of a tropical cyclone in Karachi, August 2007. Pollution may increase the likelihood of such storms.

Powerful tropical cyclones that cause large numbers of deaths and massive property damage around the Arabian Sea are becoming increasingly common as a result of pollution, scientists say.

Analysis of the intensity of storms between 1979 and 2010 suggests that thick layers of haze have created atmospheric conditions that intensify cyclones and increase the chances they will reach land.


There has been a sixfold increase in fine aerosol emissions locally since the 1930s from forest fires, domestic heating and diesel use, creating a layer of pollution 3km thick over the Indian Ocean.


It has long been known that high wind shear – a large difference between the speed of winds near the sea surface and those higher up in the atmosphere – can prevent storms from forming or prevent existing ones from intensifying. Dr Amato Evan of the University of Virginia in Charlottesville, US, and his colleagues suggest that the giant pollution cloud reduces the surface temperature of the Arabian Sea, which in turn reduces wind shear and triggers the formation of more powerful cyclones.


 
"We have found a clear connection between human activity and changes in atmospheric conditions that create favourable conditions for the formation of large tropical cyclones," said Evan. "In my mind that's a big step forward. Every analysis we did pointed in the same direction. We only have 30 years of data, but we have used data from multiple different sources, so I'm confident our results are robust."

Evan's team used three sets of data on the maximum wind speed of the 10 tropical cyclones that occurred in the region between 1979 and 1996 and the 10 that developed between 1997 and 2010. The median maximum speed increased from 23 metres per second in the first period to 41 mps in the second. They used numerical modelling to develop their theory and unpick the underlying causes.

The study found wind sheer had dropped from an average of 11 mps in the period 1979-96 to eight mps in 1997-2010.

All the five strongest storms, which exceeded 50 mps, have occurred since 1998. In that year a major cyclon  resulted in thousands of deaths and the inundation of numerous salt mines in India.

Other large cyclones since then have made landfall and caused loss of life and billions of pounds' worth of property damage in Pakistan, Iran and Oman.
"Storms that are more intense have a longer lifespan, so the probability that they are going to make landfall goes up," said Evan.

Dr Ryan Sriver of Pennsylvania State University, US, said that while the research shed "much-needed light" on the topic, the findings should be interpreted with caution. In an article published alongside the new research in the journal Nature, Sriver said: "This is a very small number of events to use as a basis for estimating climate trends."

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