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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

IGUARIAS DO INVISÍVEL


Floriano Martins


As ruas se repetem como se temessem perder
a identidade. Canais de ilusão são abertos
em cada esquina como um estojo de vícios.
Os lugares em teu corpo onde pousei o afago,
janelas entreabertas com luz ainda em seu bojo,
tudo insiste em ser igual a um mito aprisionado
no espelho, fábula imprecisa ou rio sem leito.
Todo êxtase nos impulsiona a uma nova fricção.
Hoje percorro as ruas de teu corpo e avulta-me
como as cidades em que estivemos são a mesma.
Não devias estar aí novamente, nos subúrbios
do gozo ou na esfera gasta de cheiros e engodos.
Não devias te repetir em parte alguma de meu ser.
Eu não te amo mais até que te ame novamente.

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