A operação envolve 350 engenheiros russos, que trabalharam durante quatro anos no projeto, enfrentado a malária e a febre amarela, além do calor e umidade terríveis. Foi preciso proteger os equipamentos das fortes chuvas, calor e umidade da região.
As espectativas em torno do lançamento são altas também porque os Soyuz poderão levar gente ao espaço dentro de alguns anos. Na verdade, partindo do casaquistão, na Base de Baikonur, os Soyuz já levam astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS).
Mas nunca se fez isso partindo da Guiana Francesa.
A nova base de lançamento usa as mesmas técnicas empregadas pela Rússia e aperfeiçoadas ao longo de 50 anos. Os três estágios do Soyuz são montados horizontalmente, e depois o veículo todo é levado á vertical por quatro enormes braços metálicos que o manterão na posição até pouco antes do lançamento.
A ignição será dada às 11h34 GMT.
A criação da plataforma russa Sinnamary – construída logo ao norte da base usada para o lançamento do foguete europeu Ariane 5 – foi um empreendimento extraodrinário, que envolveu centenas de engenheiros. .
Na verdade, uma réplica da base russa de Baikonur em plena Amazônia.
Na unidade de montagem, o segundo foguete está sendo praparado, e deverá ser lançado em 16 de dezembro, transportando dois satélites franceses de observação Earth.
A Guiana fica na costa sulamericana norte do Atlântico entre 2 e 4 graus de latitude norte, e o lançamento de foguetes perto da linha do equador é muito vantajoso. A velocidade de rotação da Terra é a maior no equador, o que permite um lançamento com maior impulso em direção ao espaço, e menos uso de combustível. Por isso a intenção russa de erguer uma plataforma de lançamento na Guiana Francesa, em complemento à dos cosmódromos de Baikonur, no Casaquistão, e de Plestesk, na Rússia, ambos em latitudes norte relativamente altas (distantes da linha do equador).
Os Soyuz levaram mais satélites à orbita terreste do que qualquer outro modelo de foguete. Versões anteriores do Soyuz levaram à órbita o satélite Sputnik e o astronauta Yuri Gagarin, ambos russos. Como resutado da operação, a Rússia e seus parceiros Europeus pretendem explorar um mercado inteiramente novo para suas operações. Por exemplo, lançar astronautas europeus e russos a partir desse local inusitado, um centro espacial na selva da Amazônia.
Dentro em breve, a carga dupla do Soyuz lançará as bases do Galileu, um novo sistema de navegação orientada por satélites, que tornará a Europa independente do sistema militar americano GPS, que já tem 25 anos de existência.
A precisão do sistema Galileu é um metro. Extremamente acurada.
O sistema Galileu de satélites múltiplos tem um custo estimado de €5 bilhões, integralmente bancado pelos contribuintes europeus. Serão mais de 30 satélites orbitando à altitude de 23.000 metros.
Mais sobre o sistema Galileu: Com uma inclinação orbital de 56 graus em relação ao equador, o Sistema Galileu terá, pelo menos, 8 satélites simultaneamente enviando informações aos usuários em qualquer momento determinado, até mesmo nos polos da Terra. O relógio dos satélites é tão preciso que sofre uma alteração (atraso ou adiantamento) de um segundo a cada três milhões de anos.
isso pode parecer exagero, mas um desvio de dez nanossegudos causaria uma imprecisão de vários metros na Terra.
O Sistema Galileu deverá entrar em operação, com 14 dos 30 satélites, em 2014.
O projeto deixou os paranóicos militares americanos tão furiosos - chegaram a dizer que o Galileu permitiria aos "inimigos" dos EUA direcionar ataques ao país - que eles chegaram a ameaçar explodir os satélites do sistema, se julgassem isso necessário.Ridículo.
Mas, com o tempo, os ânimos se acalmaram.
Os foguetes europeus Ariane 5 e Vega são, os primeiros, os mais leves, e os segundos, os mais pesados do mercado. O Soyuz será uma alternativa intermediária de altíssima confiabilidade. Quase 2.000 Soyuz foram lançados ao longo de 50 anos, com pouquíssimas falhas.
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